12/29/2014

Leaving

Enchi a banheira e estou de molho. Amanhã fugimos os cinco e era bom dizer que se calhar não voltamos mas era mentirinha.

Fizemos as malas, fomos aos saldos [sim porque eu tenho uma miúda para ir aos saldos e por isso vamos], ultima entrega de natal à minha afilhada querida e estou pronta para ir. Faltam-me as unhas dos pés que do pouco que vejo daqui estão miseraveis, pintarei com o que houver por cá. 

Os miúdos dormem, o João organiza tudo ao pormenor e a Tânia vê um clássico de natal que nunca tinha visto e não se pode passar um natal sem ver.

Amanhã fugimos e vai ser tão bom que devia ser proibido dizer. Depois contamos ou se não der não contamos nada. Para já queria só agradecer ao sr meu sogro por me levar a voar para onde estão 28°C. Prometo que nos portamos bem e que vai ser inesquecível.

12/27/2014

Natal dos amados

52 horas depois está quase no fim. Fomos a 5 casas, algumas duas vezes, umas com todos outras só com alguns, estivemos com 101 pessoas (literalmente) e todos juntos recebemos muito mais do que metade desse número em presentes.

Fomos à missa do galo e quase desistimos mas ficámos e foi tão bom. Deitamo-nos dois dias depois da meia noite, todos nós.  A tania num dos dias muito mais tarde que isso. Dormimos uma noite fora e fizemos alguns quilómetros pelo caminho.

Com um andante, outro que é um diabo, uma adolescente e outro na barriga foi uma maratona. Não fossem as outras 4 pernas e braços que temos não tinha sido possível.

Ainda falta um com mais 30. Até adivinho que se vai falar da tap, da justiça do Sócrates e do bes. Vais querer saber a opinião deste e daquele. Vamos falar daquela ou da outra pessoa mas não vamos tão longe na conversa para não parecer cusquice. Damos um olho nos miúdos enquanto comemos qualquer coisa e eles comem o que der jeito e safam-se com o que lhes vão dando. É uma confusão e se pensares bem é difícil de acreditar que se goste disto mas a verdade e que amo, esta confusão de Natal é o que somos e o melhor que temos espalhados por tios e primos que às vezes só vimos há um ano.

Não tirámos selfies nem mandei mensagens este ano. Às tantas ainda vamos a tempo no último de hoje. Os kits ainda que repetidos do ano passado estavam impecáveis.  Houve quem só descobrisse da nossa barriga nestes dias. A Tânia teve como peixe na água porque ela é fixe e todos sentem e sabem.

Foi um natal em grande. Se me dissessem hoje que era outra vez 24 era capaz de fazer birra mas fazia tudo de novo e adorava na mesma.

Daqui uns dias voamos daqui para fora, um dos pesentões que recebemos. Cenas dos próximos episódios.

12/23/2014

Enquanto estás no forno

Acordamos de madrugada para te trazer. A mana veio comigo porque e querida e não nos queria deixar sozinhos.

Chegámos e não tinham o teu processo mas lembravam-se de nós de quando cá estivemos o ano passado. Não tinha saudades, aquela bronquiolite acabou comigo na altura. Com ele menos ainda assim.

Ficámos noutro quarto e estávas eletrico, tanta energia as 7 da manhã não se percebe. Deram-te um drunfo e desconfiamos que não ia fazer nada mas fez. Fazias as mesmas asneiras mas em câmara lenta. Comando ao ar em câmara lenta, fuga da cama em câmara lenta, sentado a balançar numa tentativa de equilíbrio completamente desiquilibrada e um assoar com tão pouca força que era só cómico. Não parou quieto mas estava em slow motion.

Depois vieram buscá-lo e seguimos no comboio. Lá fomos nós corredores a dentro até um monte de enfermeiras cheias de toucas. Saltou para o colo duma delas, depois de várias outras e mandaram-nos dar uma volta.

15/20 minutos no forno e estava pronto. Diz que tirou quilos de porcaria lá de dentro, no perú normalmente faz-se o contrário por estes dias mas a receita deve ser boa na mesma.

Vesti o kit sexy da touca e chinelos e lá fui eu esperar que ele me visse. Dizem que acordam a chorar mas como boa mãe achei que o meu tão bonzinho não me faria disso. Claro que fez. Acordou furioso e esperneou, tentou arrancar o soro e a sonda da pulsação, conseguiu um e tiraram-lhe o outro. Dizia que não a qualquer fardado que lhe aparecia à frente  e apontava para a porta para sair. Saímos  uns minutos depois e só se consolou nos braços da mana.

Agora está a bater uma soneca e depois fugimos que vem aí o pai natal e a ouvir tudo já ninguém o engana.

Obrigada pela força.  Este ano o gingle bells vais ser mais animado.

12/21/2014

olhó natal

A minha mãe para aí em Outubro já falava dos presentes e eu pensava, bem, ainda falta um bom bocado para lá chegarmos, mas sim bora lá pensar nos presentes e sinceramente nem pensava assim tanto.
Mas mesmo assim alinhava na preparação, a minha mãe tinha as suas ideias, e tenta ao máximo fazer e oferecer alguma coisa diferente e simbólica, coisa de mãe natal.
Passar o natal em família e ter para aí quatro dias de natal, vai ser um natal diferente e provavelmente o meu melhor natal, o primeiro (em família) é sempre especial e estranho, tentar perceber as tradições, estou nervosa.
vamos andar a saltitar de família em família cheia de tios, primos, avós, manos, um a caminho que já recebe presentes
Bem, que venha então o natal, adoro o pai natal. 
Aproveitem o natal para estar em família, esforcem-se mais, muito carinho e abraços. 

12/20/2014

Vestir uma princesa

Devia ser crescidinha e ir impecável sempre que tenho algum, mas não.  Penso no vestido nas vésperas, as meias às vezes no dia, sapatos são mais ou menos universais para dar para todos e por aí fora. Cabeleireiro home made, unhas às vezes só no caminho e lá vamos nós. Quando a coisa está difícil vou a casa da mãe resolver.

E de repente a tua filha tem um casamento. E confirmo que não tenho maturidade para estas coisas das mega festas. Não veste nem calça o mesmo que eu, não me sei pentear muito menos a ela e pintar nem se fala. Queres ajudar e dar a segurança que estes primeiros eventões não imprimem e tu própria não sabes como.

Amigas, do melhor que se tem na vida. É pensar e formas e tamanhos e pedir à certa. A sofia aparece cá em casa com uma mala maior que ela e saca dos vestidos. Entre tantas soluções está a nossa de certeza. Com amigae destas não falta nada.

Ficam a faltar os sapatos mas a minha mãe calça parecido (aparentemente há mais do que uma pessoa a calçar 35) por isso parece um desafio mais fácil. O que parecia fácil afinal nem por isso a sra minha mãe fez uma limpeza há tempos e não sobrou quase nada, um par de odete santos e uns castanhos. Nada dava para o efeito.

Segue-se a odisseia da encharpe e casaco etc às quais vos vou poupar. Basicamente safamos como safo sempre, em casa da mãe.

De manhã aparece uma prima para o cabelo e makeup, a seguir ao almoço lá safámos as unhas e uma carteira e monta-se o kit. Laca foi descer ao andar de baixo e a tia nanã arranjou.

Final perfeito, vai uma gata mais gatas do que as outras que lá vão estar. Fora a noiva claro que é sempre a mai linda. Obrigada bity pelo convite que lançou este mega desafio. Continuo a achar que não estou à altura mas as amigas e primas safam.

Que se divirtam e viva a noiva!

12/18/2014

Voluntariado

A malta do trabalho organizou e fui com a Tânia. O projecto já não e novo e tem ganho uma enorme dimensão em portugal no último ano. De qualquer maneira nunca tinha lá ido e fiquei impressionada com a organização, dedicação dos voluntários e dimensão.

Entraram quilos de comida que ajudámos a recolher e sairam ainda mais que foram distribuir ou entregar à porta. Incrível pensar que tudo aquilo noutro tempo tinha ido para o lixo.

Na parede está uma lista de famílias que ajudam com o número de adultos e crianças e restrições alimentares. Prepara-se um saco para cada uma delas e o manel lá me explicou a lógica do que é que se punha em cada. Estávamos no fim da linha de montagem e punhamos os pães e bolos. Ias à lista ver e punhas dois pães por adulto e dois por criança, um bolo na mesma proporção mas em tendo crianças se desse punhamos mais um ou dois. Família pequenas e famílias gigantes. Às tantas a tania até disse na brincadeira para eu ver como haviam tantas famílias maiores que a nossa. Não imagino o desespero de não ter nada para dar aos meus filhos para comer.

Dito isto é irritante constatar que é mais fácil fazer voluntariado com quem não conhecemos do qur com os nossos que não tendo fome às vezes precisam de coisas que só nós podemos dar. Há que melhorar esse ponto claramente.

O natal a chegar e eu a pensar nisso. valha-nos a tanga!

12/17/2014

Lista do nunca...

Caríssimos,

Todos nós temos uma lista, mais ou menos secreta, de objectivos ou de acontecimentos que desejamos presenciar ou experimentar na vida, sejam eles descabidos ou não. Eu por exemplo tenho na lista, viajar pela Nova Zelândia ou ser presidente do Belenenses, só para dar dois exemplos.
Pois este fim de semana comecei a fazer uma lista de coisas que não quero viver nem experimentar. Não quero saltar de para-quedas, não quero ver filmes gregos, nem comer ratos crus por exemplo. Mas este domingo tive que riscar já uma coisa da lista. Ou seja no domingo passei por uma situação que estava na minha lista do nunca...

Começou na semana passada, quando a minha grávida mulher me adjudicou explicou simpaticamente que eu deveria levar o nosso filho Manel à festa de natal da natação. (Quem é que se conseguiu lembrar de ter esta ideia?) Portanto, num domingo de manhã de Dezembro, teria que ir para as piscinas do Benfica com algumas crianças e alguns outros coitados  pais olhar para uns miúdos que pensam que sabem nadar, mas que provavelmente nem metade consegue boiar. É nestes momentos que já se pensa que nem no fim de semana um gajo está safo. Fui-me deitar no sábado com uma ligeira ansiedade, mas contente porque iria ter meia hora de qualidade com o meu filho numa piscina olímpica. Assim que fechava os meus olhos para iniciar um repouso bem merecido de fim-de-semana a minha esquecida sempre pertinente esposa lembrou-se de me dizer que tinha posto a minha touca (eu não tenho nem nunca tive uma touca) na mochila do Manel. Não só me disse isso, como acrescentou a ideia de que se calhar não me deixariam entrar na piscina sem um fato de banho de licra, vulgo tanga, vulgo sunga. Suores frios, mornos e quentes se infiltraram pelo meu corpo a dentro e tive um pequenino ataque de pânico. Em toda a minha masculinidade (e algum preconceito), exclamei a palavra "Nunca!" e fui dormir.

Acordei com a sensação de ter tido um pesadelo que se veio a verificar real. Fiquei a tomar o pequeno almoço a olhar para uma touca azul bebé e a pensar na vida enquanto tentava engolir os meus cereais matinais. O que farias Sherlock Holmes? O que farias Indiana Jones? Os meus heróis não me poderiam ajudar nestas minhas questões existenciais....
Peguei no meu fato banho normal até ao joelho, peguei na mochila, no Manel, na Rosa e no ZM e lá fomos em direcção ao Estádio dos lampiões para o que seria certamente um evento natalício e aquático no mínimo épico. O Manel estava entusiasmadissimo. Foi aí que percebi que caso fosse necessário teria que fazer o que fosse possível para que este estado familiar se mantivesse. Mastigava uma pastilha como se estivesse a fumar 5 cigarros ao mesmo tempo quando percebi que estávamos atrasados. A Rosa deixou-nos à porta e foi estacionar. Eu e o Manel sozinhos contra o mundo à porta das piscinas do Benfica. Entramos e foi aí que percebi. A passagem estava tapada por um mini stand com uma senhora a vender cuecas do benfica que supostamente eram fatos de banho. Caiu o Carmo e a Trindade e depois o Carmo outra vez. "Tu queres ver que é hoje"? pensei eu. Já atrasado e sem querer desiludir o meu filho, puxei da carteira e disse "perdido por cem, perdido por mil, dê-me lá uma coisa dessas e não se fala mais nisso". Entrámos no balneário e começámos o contra-relógio do despir e vestir e 3 minutos depois estava um rapaz de 4 anos com um fato banho azul escuro impecável com uma touca a condizer que parecia um mini Michael Phelps com uma pinta descomunal. Ao lado estava eu... Um semi gordo com um fio-dental  uma tanga encarnada com a águia Vitória e o simbolo do benfica, de tamanho M que devia ser um S e uma touca azul bebé a condizer, com cabelo a sair pelos lados, qual pedófilo wannabe. A melhor cena cómica da década e eu como personagem principal. Confortei-me no facto de que me iria misturar com outros pais, numa piscina gigante em que estariam todos em trajes similares. Entramos na zona da piscina e o mundo parou. LITERALMENTE! crianças, pais, assistentes, público, nadadores salvadores e almas, a olharem para o Joãozinho com uma tanga encarnada reluzente e apertada e uma touca azul bebé. Pior... Os outros pais estavam de fato banho normal, até aos joelhos... Morri... Engoli o orgulho e atirei-me para dentro de água para passar os 15 minutos mais esquisitos da minha vida entre 50 criancinhas e seus pais (que sim olhavam para mim e me julgavam!) numa piscina mínima em que se houvesse detector de urina a piscina já estaria de outra cor. O tempo passava mais devagar do que um relógio parado quando percebi que o fio dental que eu usava se colava entre nádegas. Mantive-me dentro de água. Obviamente que passado 5 minutos o Manel diz: "Pai, quero fazer cocó!!"
PORRA! A sério? o dia tem 24 horas, 1440 minutos e é agora que tu queres cagar? Levantei-me, qual alheira humana (descrição da minha mulher), tirei a sunga de entre as nádegas, procurei uma casa de banho e rezei para que tudo acabasse!

Mas pronto, aguentei-me à bronca, fiz-me homenzinho. O meu filho disse-me que não queria que a piscina acabasse, que gostava de mim e tal... pronto, até valeu a pena. Mas assim foi. Já risquei uma coisa da lista do nunca. Façam uma lista e ponham lá este texto e desejem que não vos aconteça.

Haja saúde!

PS - Tenho um fato de banho da moda muita giro, encarnado, perfeito para benfiquistas. Vendo por 5 €

12/16/2014

Matança do porco

Tenho engordado pouco desta gravidez. Não que das ultimas tenha exagerado mas desta menos.

Não há nenhuma razão de especial para isso simplesmente tenho tido a sorte de ter não desejos. Em vez de me apetecer tudo, não me apetece nada. Vá, quando falamos dos últimos do pacote já me apetece mais mas isso pode ser mau feitio.

Esta falta de apetite está a transtornar o sr meu marido que de repente se transforma numa avózinha e anda atrás de mim a impingir comida e a queixar-se ao médico que não como. Começo a suspeitar que me quer engordar para a matança. Faz sentido a criança sai pela Páscoa dava um jeitão para os almoços da ocasião e até rima.

Com o perú a porta é capaz de ter sorte e ser lucrativo para a engorda. Entre uma filhós e outra pode ser que o problema aumente.

Curioso é que depois com mesmo afinco me diz que eu tou gorda, grande vá, e me relembra diariamente há quanto tempo não ponho os pés no ginásio, que pareço uma velha a subir escadas e sou uma vergonha a correr.

Diz que devo levar isso como um elogio. Sacana.

12/11/2014

Menino Jesus trissómico

Hoje as 6h40 levantou-se das palhinhas deitado.

Com a sua delicadeza habitual, pega nos pezinhos de tudo menos lã e lá vai ele destruindo tudo por onde passa.

Seus pais em leito dormindo deixam-no vaguear, afinal é Jesus há umas [por umas] horas.
A determinada altura em seu percurso glorioso encontra o que podia ser um burro mas neste caso era um carro.

Traria horas de deleite a toda aquela família que ousava dormir não estivesse o carro com falta de óleo ou um qualquer outro problema nas rodas que trocara seu som musical por um barulho infernal.
Todos acordaram e ficou o caos na manjedoura.

Vaca e burro tomaram o pequeno manjar com os seus três porquinhos, tal como rezava a história, mas uma hora antes do suposto.

Conto de natal, 11 dezembro a milhas de Belém


12/09/2014

Vila verde em menos de 24h

O projecto já não é novo mas tem andado fraquinho de implementação. Culpa nossa que andamos perguiçoso-cansados. Mas as sras brasileiras do doman vinham e decidimos ir lá, nem que fosse ouvir um raspanete e entrarmos na linha.

[Dias antes recebi um email da escola a dizer que estava tudo mal da barriga, para termos o cuidado de não os levar doentes que andavam há 3 semanas a tentar acabar com o bicho. Ainda me ri a pensar que estava cheia de sorte, mas o karma não perdoa. Já devia saber!]

Malas aviadas deixamos a Tânia com o manel e fugimos. Filho único por umas horas tinha tudo para ser idílico, e foi. Alguns quilómetros depois começa a cheirar mal, João foste tu, não tu é que foste, não fui nada foste tu, impossível isto vir de um miúdo daquele tamanho. Passou.

Mais uns quilómetros e paramos para almoçar. Sandes e soupa na bomba é o suficiente para nos sentirmos assaltados, fizemos isso e seguimos viagem.

Vinte quilómetros depois um cheio nauseabundo toma conta do carro. saimos logo que possível e era claro que tinhamos um problema em mãos. Mal sabiamos nós a dimensão do bicho. Amorosos sacamos das toalhitas e uma fralda e lá vais tu preparado para não respirar. Ora chegas mais perto e percebes que não respirar não vai resolver, der por onde der vais ter de por a mão na massa, estava todo borrado. Nem body, nem collants, nem calças nem sapatos, nada de salvou. Fonix e agora. Fui buscar reforços à mala, o João pega nele por pinças e lá vamos nós prontos a entrar no restaurante com a bomba atómica. Sai da frente e lá demos com fraldario que por alguma razão sagrada tinha lavatório. Cocó por cima por baixo e pelo meio e ele ria que nem um perdido. João geriu a roupa que tinha camadas extra de nhanha e eu tentava domar a criatura. Minutos terríveis que pareciam horas e em que tudo estava imundo. Suávamos em bica. Vinte minutos depois tínhamos o problema resolvido e víamos-nos como super heróis.  Saímos gloriosos da bomba, com música de filme de fundo dos nossos ouvidos e um cenário de guerra deixado lá atrás. Épico.

Toda esta cena heróica tinha sido ainda mais espetacular se não se tivesse repetida mais 5 vezes essas menos de 24 horas. 5 mudas integrais de roupa e vestido a chinês ficou com o pack completo. À parte disso foi tudo porreiro e estamos no bom caminho.  Mas o cocó ninguém nos tira. Absolutamente arrebatador vila verde nunca mais será a mesma nem os 350 kms que nos separam.

12/06/2014

Há um ano

Há um ano mais ou menos neste dia fomos jantar fora os dois e a tania ficou cá com eles. Dito hoje não dava post mas a verdade é que há um ano ela ainda não estava por cá sempre.


Já cá tinha estado muitas vezes e no fundo já sabíamos que não queríamos que estive noutro lado que não connosco mas foi preciso saber mais, saber se ela queria, saber e se ficava melhor connosco. Veio cá dormir várias vezes e falámos do bom e do mau depois demos espaço para pensar.

Nessa altura andávamos que nem casais que acabaram de saber que iam ser pais mas ainda não tinham confiança para dizer. Rizinhos e segredinhos, movimentações "estranhas" e maior I love you. Primeiro porque era difícil explicar em 5 minutos e depois porque há coisas que não se explicam, sentem-se. 

No natal ainda nada estava oficializado e nesse momento passou a ser estranho. "Ainda nāo se via barriga" mas já era difícil esconder. Mais ainda quando sabias que ela estava bem mas queria estar connosco e nós com ela. Ainda se pensou leva-la para a tempestade do natal mas era maldade. Ela ia estar desconfortável porque não conhecia e o resto da malta desconfortável porque não a conheciam a ela nem percebiam bem como lá tinha ido parar. E é a tal coisa que não se explica em 5 minutos.

Acho que nessa altura começamos a introduzir o tema e passadas umas semanas deixou de ser tema. Foi também uma grande razão para este blog, para ser mais fácil explicar e em menos de nada toda a gente saber que somos nós os cinco.


Pensar que foi só há um ano é assustador. Já tanto se passou depois disso, crescemos imenso como família e somos hoje muito melhor do que éramos. Fica sempre bem um cliché: o total é maior que a soma das partes. Não adoro clichés mas teve de ser.


Daqui a um ano pode ser que repita o post com ela ou com o novo que aí vem. Agora que me habituei e já respondo sem hesitação o nome, datas de nascimento e particularidades de cada um, vem mais um para me baralhar o esquema. Bora xavi, estamos à tua espera (mais uns meses please).


N












12/03/2014

Dia D

Provavelmente o dia do ano mais dificil de digerir.
Passava-me completamente ao lado até que me bateu à porta. Ainda não o deixei entrar e não sei se alguma vez vou deixar. Não aceito ainda que tenho um filho deficiente. Aceito que tenho um filho com trissomia com facilidade, aceitava mesmo ainda antes de o conhecer, mas deficiente é outro campeonato.

Há línguas em que o termo é quase poético "challenged", acho perfeito.  Na nossa não é bem isso. Associas a gente que se baba, cheira mal, é incapaz, feia, tarada sexual, esquisita e todo um rol de coisas apetecíveis. Associas a isso mas quando te falam delas dizes com aquele ar amoroso pois é especial, é bonzinho, um amor e até anjos enviados e escolhidos a dedo. Eu própria achava tudo isso e às vezes ainda acho ou mesmo que não ache uso a palavra deficiente para gozar com qualquer. Gostava de dizer que não o vou fazer mais mas sei que provavelmente vai acontecer até porque o faço sem maldade.

Depois realizas que o mal dos outros está em ti. Criou-se esta categoria na sociedade que é a chacota total e está errado. Se assim não fosse não teria problemas em ter três ou quatro filhos desses.
Pomos tudo no mesmo saco. Saco do lixo sem reciclagem. Até aceitamos que lá no meio haja um ou outro herói, mas naquele contexto específico. Se a pessoa é estúpida tem desculpa, não devia. Não chegas a querer conhecer a pessoa a fundo nem te consegues focar bem depois de ouvir a palavra. Menos um dedo ou menos uma perna acaba por ser semelhante. Está errado. São pessoas e se pensarmos bem podemos ser nós, podem ser nossos. São pessoas que não merecem só um rótulo: o preto, o coxo, o albino, o menino que viveu numa instituição, o rico, o pobre, o génio.  Porque mesmo o génio pode ser um perfeito deficiente no que toca a lidar com pessoas, pode ser execrável e impossível de aturar.


Por isso como mãe de alguém que pode ter esse rótulo de deficiente e com tudo o que isso me ensinou, da próxima vez que o problema se puser olhem para a pessoa, falem com ela e não tenham pena. Ela é como vocês e pode ser que já tenha só por si a vida dificultada não vale a pena contribuir mais para isso.

12/01/2014

Natal à porta

À porta e nas paredes, nas luzes, nas compras, no espírito e já agora no coração.

É difícil se só falar nisso porque "lá vem ela", deixa de ser divertido se não meter doces. Então dou doces e põem mãos à obra, eles e nós. A tânia sabe bem que na vida não é tudo dado, mas mesmo a ela, e principalmente aos outros faz bem dar de nós nem que seja só pouco.

O calendário que era só calendário vira calendário de tarefas com doces. Todos os dias sai um de cada para os três, o zé e mais novo faz menos mas faz o que der. Não cumpre, no dia a seguir fica sem chocolate. Nós seguimos o exemplo sem o chocolate. O mais difícil vai ser arranjar tarefas que dêem para todos mais ou menos na mesma medida. Ideias?

Começa o desafio, quem alinha?