2/26/2015

sou um pássaro

Sinto-me como um pássaro que tem os seus filhos,
se morre algum ou se perde é continuar a voar e aterrar num outro lugar que não tem nome, 
nunca se questiona sequer, isso é que é triste.
Sou o pássaro que ficou perdido e foi voando para todos os lugares onde pudesse abrigar, sem nunca se questionar e aqui está o erro.
Voei tantas vezes sem uma justificação que agora exijo uma explicação,
 (tudo pensamentos de um pássaro que continua a voar à procura da sua mãe, dos seus irmãos).
Agora este pássaro aterrou e espera profundamente ficar onde está, 
mas viverá sempre preocupado se hoje chegou o dia de lhe tirarem o que lhe pertence, 
se tem que voar e aterrar para um outro espaço sem desígnio. 
Mas este pássaro pede que o próximo voo seja de encontro às nuvens que nunca tocou e voe para além delas e por detrás dessas nuvens possa deparar-se com todos os lugares por onde andou,
reencontrar todos os outros pássaros que o abandonaram,
possa mostrar gratidão por ser um pássaro livre e ter aterrado antes de chegar ao céu num lugar onde nenhum pássaro voa primeiro que o filho,
onde em vez de pensarmos no céu, 
contamos as Estrelas por termos abrigo e abrimos as asas por ter confiança. 
Quero ser um pássaro de pensamentos, 
não quero voar para nenhum lugar e se assim for, 
o céu que seja o último.

1 comentário:

  1. Aterraste num ninho espetacular, e parece-me que só sais de lá quando quiseres ir à tua vida... Aproveita!
    E a malta dos ninhos vizinhos (estou a falar do meu, claro!) também está feliz que ali tenhas aterrado. Também nós aproveitamos!
    Adoro-te, minha sobrinha mais querida do coração!
    (E, claramente, já és um pássaro de pensamentos!)

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