7/29/2015

Praha em três dias

Estou em praga a fazer voluntariado, acordamos às 07h30 (06h30 em Portugal), o pequeno-almoço começa às 08h00 e começamos logo a limpar a quinta, arranjar o que for preciso, limpamos tudo, mimamos os cavalos, limpamos a "mierda", muita, desculpem a palavra, mas é mesmo muita, neste momento já nem sei distinguir o meu cheiro antes e depois de tomar banho, até já pensei deixar de tomar banho.
Trabalha-se muito aqui na quinta, precisam muito da nossa ajuda e nós ajudamo-los muito mais do que estavam à espera.
Fazemos atividades acerca de conflitos pessoais e com os outros e uma coisa interessante é que a nossa decisão às vezes não é igual ao outro, por mais que achemos a mais correta, não é a opção do outro e aqui também percebi que está relacionado com os hábitos, os costumes de cada país.
Aqui no campo sou a única portuguesa e estão pessoas de várias nacionalidades, agora a escrever só me vem à cabeça em inglês ou em espanhol, ouve-se muito de tudo e aprende-se bastante. Vamos aprendendo checo, não muito, mas dá para agradecer ao nosso cozinheiro. Em checo obrigada diz-se " Dëcusi" ("mierda" diz-se "hovno").
A mulher do cozinheiro ri-se e fala checo como se eu entendesse, mas quando se ri, também me rio, agarra-me com uma força e dá-me beijos como se fosse a melhor amiga, posso ser, não me importo, se ela soubesse que não entendo nada do que diz, teria-se poupado, mas tudo bem.
Por hoje fica esta pequena experiência em praga.

7/28/2015

Pseudo post excepcional

8:38 am, acordo com a porta do quarto a bater. Olho para o lado e a Tanica não está. Estive na ronha mais do que devia, ainda há bocadinho dormia ao meu lado que nem um anjinho. Rápido, levanto-me e tento fingir que tenho roupa e ar de gente. Estou um farrapo mas não há tempo a perder, já devem estar todos a acabar o pequeno almoço, se é que não saíram já. Abro a porta e... está o Né a andar tipo ninja e a Tanica com o Zé Ia ao colo a acabar de descer as escadas como se tivesse medo de pisar uma mina. "SURPRESA!" gritam e riem logo pela manhã enquanto tentam camuflar a desilusão de não terem chegado cinco minutos mais cedo, para me terem apanhado a roncar e me poderem saltar para cima tipo trampolim... fica para a próxima. Nisto tudo percebo, estamos de f é r i a s ! E é cedíssimo! Bora aninhar, brincar e aprender a ser grandes com os pequeninos!
Já à mesa, com aqueles pequenos almoços que fazem lembrar os verões da minha infância - não assim tão pouco próxima mas claramente longínqua, os assuntos (como o pão) não param de chegar. De tudo se fala e do melhor se come. Pareço mais envergonhada do que sou, a verdade é que se abrir a boca mais do que o essencial vão achar que ontem à noite virei 10 bagaços, juro que estou só constipada e acordo assim. Estes eventos em família Amada sabem sempre bem, sentimo-nos novos e ao mesmo tempo mobília. Foi óptimo, a Tanica sempre presente nas suas coisas mas sem nunca falhar a atenção no meu bem estar. Falamos como os comuns mortais mas também por telepatia e linguagem gestual, à nossa maneira. Ela é assim, boa demais para ser verdade.
Depois de irmos reciclar o "lixo-todo-de-uma-vez" com o Joca, e de termos perfumado (e acabado com qualquer ser vivo d)o caminho até ao ecoponto, fomos para a piscina com o Né. Altura crucial em que o Né percebeu que na frase do dia anterior "A Tania vai-se embora amanhã" o amanhã já era hoje. Até aqui, amanhã era uma palavra simples que falava de um dia que está perdido no futuro para sempre. Estava óptima... a temperatura cá fora! Mas o Né estava numa de mergulhar logo e de nos mostrar os seus mais novos kits de natação profissional. A Tanica não estava para aí virada, vai daí que o Américo talhante, que tem mais camadas adiposas, tem maior responsabilidade de se mostrar destemido frente aos -2°C da água. Foi a loucura, ainda não disse aos Amados mas com tanto amor geraram um mini Phelps. Entretanto chega a avó Rita (que a minha mãe nos Crismas achou que era irmã da Rosa) com um almoço digno de estrela para o Né. E nós, famintas de um extreme make over, roubámos uma tesoura para me cortar o cabelo. Estava enorme, fraco, rasca. À primeira, comigo a orientar o projecto, consegui que ficasse pior ainda mas depois a Tanica tomou as redeas do salon e domou a fera, já não sou a Lena nem o Hagrid, sou a Madalena e estou pronta para o verão. Conseguimos apanhar o cabelo a muito custo, para não desconfiarem do roubo da tesoura da cozinha. Se entretanto os Amados encontrarem cabelos na comida, não culpem a cozinheira...
Aproveitámos mais um bocado de piscina, almoçámos com tempo, despedimo-nos dos primeiros, fizemos as malas, despedimo-nos dos últimos - a muito custo, porque o Zé não queria por nada deixar fugir a sua mana, ainda por cima a mais gira e crescida, aquela que se dedica mais e que, por mero acaso, é única. Foi a despedida mais bonita, demorada e apaixonada que já vi, tive que sair do quarto para não me cair a lágrima do stress. Ah! Falta a carta para a mãe! Check. Agora sim... rumo a Lisboa!
Coitadinhas destas ingénuas amigas, saíram de casa cheias de fé. "É na boa, vamos para aquela paragem e apanhamos o primeiro autocarro, seja de que lado for porque mesmo que apanhemos para a praia dá logo a volta e temos mais probabilidade de ter lugar sentadas" pensámos. Já in loco "Bem, já estamos aqui há 10 minutos, vamos pedir boleia! - Acho óptima ideia! Faz sinal! - Que lata, fazemos as duas! - Ai nem pensar, que vergonha, a ideia foi tua! - Ok, esperamos pelo autocarro." Passados mais 20 minutos, percebemos que era boleia ou nada. Não passavam autocarros nem para cima nem para baixo. Claro que ouvimos piropos e conselhos pouco ou nada pertinentes para singrar na vida. Ainda sorrimos e acenámos a alguns tios e chegámos a falar com a tia Ana. Claro que o autocarro acabou por aparecer e o comboio foi óptimo para nos despedirmos de Sintra com tempo.
O querido do Ki apanhou-nos e deixou a Tanica em casa, que ia fazer a mesma mala três vezes - à primeira exagera, à segunda ainda mudava alguma coisa, à terceira é de vez. 8 pm, começou-me a doer a cabeça mas vinha dali uma noite tão boa que me estava nas tintas. O Ki, o Zeca e eu voltámos a apanhar a Tanica pelas 21h. Fomos jantar ao Bambu, o spot habitual dos nossos jantares fora, que é só o melhor quiosque da Avenida da Liberdade. Fizemos uma viagem de carro linda de morrer e tivemos um jantar mega animado! A sobremesa foi um gelado do Banana Café (a única concorrência do Bambu). Claro que o Nuno Gomes aparece do nada, atrasado mas irresistível como sempre, cheio de maleitas mas insubstituível. Já nas últimas jolas, minutos antes do Bambu fechar, decidimos ir ver um filme. A minha dor de cabeça continuava ali, estranhamente insistente e irritante. O Nuno Gomes, que tem sempre uma carteira pequenina mas que é tipo Doraemon e tira tudo de lá dentro (nunca tentámos mas se quisessemos muito uma porta ou bicicleta, era menina para ter isso perdido nos confins da sua sacola), saca do kit salva-vidas e oferece-me um ben-u-ron. Não sou dessas, basta-me descansar um bocado e fico boa. Bora fugir deste vento e ver o filme mas é! Chegámos a casa dos Amados e o Nuno Gomes ficou de aparecer lá, claro que tinha mais 157 eventos nessa noite e se foi despedir de mais não-sei-quem no boda.
Escolhemos o filme a muito custo, é difícil saciar quatro vontades diferentes num filme. Claro que adormeci nos 5 primeiros minutos. Acordo depois do filme acabar, com os rapazes a irem-se embora. Incrivelmente estou cem vezes pior da cabeça, que raio se passa comigo? Que neura. Nem três da manhã e estou mais morta que pessoas que foram enterradas há 10 anos. O meu corpo pode perceber que até posso entrar em coma a partir de amanhã mas nunca vacilar antes de deixar a Tanica no aeroporto? Não, não pode, está armado em independente. Coitado, trato-lhe já da saúde, caso não se lembre sou mestre na arte de recalcar, com sorte nem a Tanica repara que estou a mandar as dores de cabeça para debaixo do tapete. A Tanica merece mil vezes mais e só queria uma noite divertida, com jolas e amigos. Os amigos estavam fora, as jolas estavam longe. "Liga ao Ki, se ele ainda tiver aqui perto dá-nos boleia para o bairro!" Assim fizemos e o querido do Ki, que é muito mais do que o aparente chauffeur, apanhou-nos. Deixámos o Zé em casa e a caminho do Bairro eu faço o all out: "Não aguento mais" esta chinfrineira dentro da minha cabeça. Doi-me tanto que já me sinto enjoada e fraca. Começo a chorar de dores e levaram-me para o hospital. Custou-me tanto, estragar assim a noite à Tanica que só queria mesmo uma coisa simples e animada. Aquilo estava para lá de complexo e eu estava a conseguir desanimar Marte. Não era uma hipótese a Tanica ficar sozinha, não era uma hipótese irmos tipo família cigana para o hospital e infelizmente já não era hipótese recalcar as dores.
3:38 am, entrada de Madalena nas urgências do Santa Maria (fim do mês, não há CUF para ninguém). A Tanica em silêncio dava-me esperança e o Ki olhava para mim com ar desesperado, achava que eu ia morrer (esteve quase para ligar ao padre). Esperámos um bocadinho até conhecer o médico mais depilado da história, explorar aquele labirinto, apanhar um susto quando percebemos que até trabalhadores vão fazendo análises no horário de serviço e de finalmente levar o soro e o paracetamol pela veia. Andei com o bobi (como a enfermeira chamou ao poste com rodinhas que suportava os líquidos que me entravam no corpo) algum tempo e finalmente tive alta.
6:03 am, saio cá para fora e vejo o Nuno Gomes outra vez com a Tanica à minha espera. Não é que o jogador da bola em fim de carreira (o cabelo cresceu, a postura está mais feminina, quase que parece a Ana) foi mesmo ter a casa da Tanica, não lhe abriram a porta, ligou à Tanica e veio feita peregrina com o seu cajado (que deve ter tirado da bolsinha mágica do Doraemon) rumo a Santa Maria? Incrível esta amiga! Seguimos para o McDonalds atestar os companheiros de aventura e lá fomos nós para o aeroporto. Por incrível que pareça era cedo, ainda ficámos no carro um bocadinho antes de entrar no parque do aeroporto, que é baratinho como um pequeno almoço na Dinamarca. Eu finalmente ganhava cor e energia e rapidamente assumi o meu alter ego de repórter da BBC Vida Selvagem que regista minuciosamente cada movimento dos animais, até o piscar dos olhos. Entramos no aeroporto e claro que ainda não abriram as portas do voo para Praga. Óptimo, mais tempo para tentar recompensar a Tanica desta aventura de loucos.
A Tanica abriu o coração e foi partilhando o que sentia, o nervosismo, entusiasmo, sono, alegria, tudo. E lá fomos nós para a fila das malas, maior e pior ainda do que os saldos na Primark mas exequível. Demorámos menos do que esperávamos. Fotografias nonstop, contemplação a cada estrangeiro que passava por nós, relatos sobre cada passo que demos nesta noite já nostálgicos e mini tromboses de sono que nos faziam rir até doer a barriga - relembro que estávamos de directa e muito ansiosos/nervosos. A Tanica ia fazer a sua primeira viagem de avião sozinha. E ia fazer voluntariado. E ia tratar de cavalos. E ia para Praga. E ia com muitos estrangeiros. E era a única portuguesa. E é a Tanica!
Sabem quem é a Tanica? Alguém absolutamente extraordinário. Bem podem procurar alguém parecido mas nunca neste mundo e nesta vida vão encontrar alguém assim. Pequenina de tamanho mas tão mas tão grande de coração. Uma despachada, muito simples e prática. De tão simples chega a ser complexa. Desbloqueada em tantas coisas que só apetece pedir-lhe para ser nossa orientadora espiritual. Desprendida em tudo e ao mesmo tempo a maior dependente, única e exclusivamente das suas pessoas. Só avança com elas, mesmo que sozinha vá mais rápido e mais longe. Viciada no backstage, sem fazer ideia. Não precisa nem adora mostrar-se. Fazer o bem e puxar pelas pessoas está-lhe no sangue. Confia cegamente mas não é parva nenhuma. Flexível, tolerante e acolhedora. Exigente, mais com ela do que com os outros. Verdadeira, humilde e entregue. Impulsiva mas crescida. Quer sempre mais e melhor mas recusa-se a ser alguém a não ser ela própria. E isto não é nada...
Chegamos ao momento tão esperado pela noite, o embarque. Depois de despedidas um bocado intensas - basicamente foi como se a Tanica fosse para Zimbabwé durante 10 anos, a Tanica mostra o... o bilhete não funciona. Ah e tal novas tecnologias, pode levar o bilhete no telefone... deve ser! Apanhámos um susto mas o Ki-turista-de-profissão soube logo reagir. Fomos imprimir o bilhete a uma banquinha e voltámos ao embarque. Despedimo-nos como gente grande e despachada (só porque a Tanica não estava para cenas melosas tão cedo) e lá foi ela, cheia e leve ao mesmo tempo, como sempre... rumo a Praga.

[Escrito pela nês, a querida madalena amiga da Tânia. Que nas horas vagas passa por américo talhante. É isso tudo e muito mais, é espetacular. ]

Fugiu para praga

Voou daqui pra fora. Fugiu.
Foi uma fuga consentida ou com sentido, nem sei bem. Foi para um campo de cisv. Nos anos nós oferecemos o campo e os avós o voo e ela foi.
Ia delirante, com nervoso miudinho de quem tem medo deste mundo gigante, mas delirante.
Presente cego a notas e resultados foi presente de anos e de esforço. Foi mimo de quem [ainda] teve pouco tempo para ser mimado. Mimo, mais mimo até ter a certeza do que é ser amado.
Foi à aventura porque nisto de educar é importante saber deixar ir. Deixar voar. É o que dizem e não e difícil de advinhar. E depois volta e conta como foi e vem ainda melhor.
Estava com medo de ser a única portuguesa, insegura pelo inglês. Depois descobrimos mais e o medo passou a emoção. Vão pessoas de todo o lado e vai ter amigos de todo o mundo. Finlândia, Letónia, Grécia, Canadá, Espanha, Brasil, EUA e eu sei lá mais.
Foi fazer voluntariado com cavalos abandonados, foi tratar deles e aprender a gerir conflitos. No caso dela parece-me que a lição é mais para os internos, os maiores talvez. E também por isso tudo foi.
Não fiz a mala nem a fomos deixar ao avião, está crescida e não tem idade para isso. Foi com amigos depois de uma noitada, comigo deste lado acordada para não perder o avião.
Deixou uma carta à mão, uma carta de amor, coisa mais querida. Diz que não sabe como agradecer, digo-lhe que o melhor que tem a fazer é ser feliz. Realizada e orientada, e acima de tudo feliz.
Pediu para nos lembrarmos dela todos os dias, como se fosse preciso pedir.
E lá foi.
Ia delirante, uma emoção.

7/23/2015

Licença de férias

Não é acordar às tantas nem sair com a toalha de baixo do braço sem mais nada. Não é sempre descansativo nem temos muito tempo de silêncio, mas é espetacular...

Acordar uma ou dez vezes conforme a plateia da noite.
Dividir aa torradas da manhã e até o café.
Vestir qualquer coisa e andar descalça.
Aproveitar o bom que é estar de volta a casa da mãe.
Fugir sempre que se pode nem que seja para ir ao supermercado.
Aproveitar sestas coordenadas e dormir tanto que me babo.
Fazer tudo com três à perna, ou não fazer nada.
Pegar em três toalhas e ir, que se lixe vimos a pé podem vir molhados.
Manter as regras que nos trazem sanidade e deixar as outras mais ou menos.
Estarmos uns com os outros com o tempo que se tem. Tratar do que não temos tempo para fazer noutras alturas.
Deitar-me ao sol, deitar-nos a todos menos ao xavi.
Dar mergulhos de mar.
Nunca ter bateria no telefone e viver bem com isso.
Se não houver mais nada há pão com manteiga.
Comer bolas de berlim e gelados mas só de vez em quando porque estão caras.
Levar camisolas caso fique mau tempo.
Nadar de costas e boiar.
Ler um livro se der mas ficar contente só com um artigo de revista.
Adormecer a ver filmes ou beber jolas numa noite estrelada.

Acordar e começar tudo outra vez como se fosse a primeira.

7/21/2015

Insónia de exame

Não sei se tás a ter mas eu tou, não quero perguntar para não te acordar, senão conversávamos. Não sou eu que vou fazer o exame amanhã mas tou que não posso, a verdade é que uma parte de mim vai.

É o último amanhã e não têm corrido bem. Não lidas bem com o stress e chega a altura e isso toma conta de ti. Nunca me aconteceu, pelo menos a ponto de me lembrar ou saber como fiz mas a verdade é que te acontece a ti e sinto-me incapaz por não conseguir ajudar-te a ultrapassar isso.
Tens medo de desiludir e eu, eu fico desiludida comigo só de pensar que sentes isso. É óbvio que são importantes para ti estes exames, é também óbvio que tens dado tudo. Então porque não resulta? Parto a cabeça a pensar nisso e a ver como podia tornar a coisa mais fácil, não chego a nenhuma conclusão só à que está tudo nos nervos da tua cabeça e por muito que façamos não alivia. Não é um problema de inteligência, nunca foi. Torna a coisa ainda mais difícil de desvendar e pronto, ando eu praqui a divagar.

Amanhã é o fim e seja o que for já foi. Depois são férias para as quais tás doida para começar, num misto de poder finalmente ir à praia e tirar essa carga. Eu cá gostava que tivesses mais tempo, provavelmente não resolvia nada mas é a tal dúvida de tirar o penso de pressa ou devagar. E lá estou eu a divagar.

Rebolo para lá e para cá na cama, ninguém diria que me deitei cheia de sono, nem eu. Amanhã é importante acima de tudo que não estrague esse amor próprio e por isso rebolo.

Talvez seja só pela mensagem que não te escrevi, ou só não enviei, na tentativa de aligeirar o stress. Devia ter mandado na mesma para teres mais ums vez a certeza que tou a torcer por ti. Amanhã são férias e voltas para ao pé de nós porque os martelos e criançadas deixam de ter importância. Passa a ser só isso o importante.

Já cantam os passarinhos vou dormir. Ou então não mas dorme tu bem. Não podendo ajudar no resto tenho insónias por ti.

Até amanhã. Já só falta um bocadinho.

7/19/2015

Os filhos que o mirena quiser

[Sobre cenas de mulheres]

Filhos são os que Deus quiser e o mirena deixar. Isto porque ter filhos como coelhos é espetacular mas deixo para o boss AC. A conta no bes que é novo banco não deixa mais mesmo que queira mais mil.
E por isso agarras em ti e espetas o mirena. Não será perfeito, mas nenhum é.  Entre contas e abstinência prefiro o hormonal. Tomar comprimidos como smarties dá em esquecimento e trouxe-nos um zé. Não trocava por nada mas mais maria menos zé o melhor é garantir para já.
Tudo isto para vos dizer que fui ao centro de saúde e deram-me de gratis. Dão disso, de pílulas, de implantes e do meu diu.

Não tem interesse nenhum este post só isso. Se precisarem já sabem eu aprendi agora e adorei.

[Juro que não me pagam por isto mas poupei 100 euros e fiquei radiante]

7/16/2015

A minha Sogra

Caríssimos,

A minha sogra faz anos
A minha sogra é a melhor sogra do mundo
A minha sogra é como se fosse a minha mãe suplente
A minha sogra criou uma família espectacular
A minha sogra é uma juventude e festa constante
A minha sogra tem o melhor genro do mundo

Parabéns minha querida Sogra!

7/14/2015

Casos à parte...

Caríssimos,

Tenho para mim que existem pessoas, que organizam os calendários escolares, que gostam de fazer sofrer os pais dos pequenotes aspirantes a pessoas. Venho por este meio reclamar de tal facto e expor esta situação de forma a que se faça a tentativa de mudar estas situações.

NINGUÉM vai para a praia às 8h15 da manhã! Ninguém! Podem inventar as histórias que quiserem mas toda a gente sabe que às 8 da manhã nas praias portuguesas, os últimos jovens da noite começam a sair da praia ainda ligeiramente embriagados,  entra um tractor que varre a areia e depois aparecem uns senhores para fazer as pegadas que  conhecemos na praia. Ninguém vai para a praia às 8h15. Cá para mim, as escolas querem fazer sofrer os pais pelo que os nossos filhos os fazem sofrer durante o ano. Parece-me justo, mas esta é a maneira mais cruel de o fazer, senão vejamos:

7 horas da manhã: acorda Manel a dizer que estamos atrasado para a praia, como se tivéssemos atrasados para a nave espacial que vai fugir da terra enquanto mil vulcões inundam a terra de lava a ferver.

7 horas e meia: Acorda ZM, Manel leva com cereais no bucho. Zé Maria tem a fralda cheia de milho estragado. Ainda não percebi onde é que ele come milho... mas que lhe sai muito pelo rabo sai...

7h 45: Encho Manel de creme protector. Troco outra vez a fralda do Zé. Continua a rejeitar milho que não comeu... (lembrete de por no google milho, cocó, criança, para ver o que aparece). Estamos à porta de casa prontos para sair. Dou bolachas à malta porque já não me lembro quem comeu o quê...

Saímos às 8h00.: Meto música com bateria porque é o que o Manel gosta. Estão 300 carros à frente da escola. Paro na passagem de peões. Uma velhinha olha para mim com um ar superior. Eu acho que ela é velha e não percebe. Digo adeus. Primeira missão cumprida às 8h15,

Ninguém vai para a praia às 8h15. Tenho a tentação de ficar a ver e seguir as camionetes. Aposto que vão para um canto fazer tempo e a malta gozar com os pais que já estão acordados há duas horas.

Mas há coisas positivas em acordar cedo.

1) És o primeiro a chegar ao trabalho. Ainda não há ninguém que tenha usado a casa de banho... Até parece mel

2) Há imensas chávenas limpas para o café.

3) Vais ao Facebook e ainda não há noticias sobre a grécia.

São 9h30. O dia começa para o resto do mundo. Bem vindos. Casos à parte, vai ser um bom dia...

Casos à parte, é o que acho que a Rosa anda a ter com os senhores das obras, mas isso fica para outro dia...

7/13/2015

avaliações fim de ano

uma às 9h30 e outra Às 10h.
vamos em carros separados porque depois ele trabalha e eu volto para a boa vida.

primeiro é a do manel e já sabia que ia chegar atrasada. está lá o joão. chego 5-7 minutos depois e acabou. estava a professora e o joão. fazem-me o resumo de que está tudo bem.
lista infindável de adquiridos e em aquisição, quase tudo adquirido. de referir que não gosta de ser contrariado e tem que melhorar a motricidade fina, esta da motricidade fina é nova mas de resto já sabíamos. temos de trabalhar isso mas sem stress porque há tempo parece-me. tudo bem portanto.

logo de seguida a mesma história mas como temos mais um cromossoma trazemos mais uma equipa de terapeutas, e uma professora de ensino especial. fico nervosa só de a ver, nada contra a sra coitada, mas fico.
mais uma lista infindável de adquiridos e em aquisição, desta vez temos um meio meio, talvez mais para os adquiridos e menos em aquisição. fico contente só por isso, não está perfeito mas está em aquisição. reparo que há uma terceira fila de não avaliado, aparece quando ainda não tás no ponto de avaliar essa competência, tínhamos um ou outro nessa também. faço contas às cruzes e fico contente.
e depois o pedro falou de tudo o que não cabiam nos quadradinhos, de tudo o que ele cresceu e de tudo o que já aprendeu. o mesmo fizeram as terapeutas. poesia para os nossos ouvidos bem sei, mas sabe bem até a uma pessoa de números como eu.
o pedro acha que a maneira mais justa de avaliar o zm talvez não seja por tabela, eu cá gosto dela. é dura numa primeira vez que a olhamos de frente mas não tenho muito medo daqueles em aquisição, lá chegaremos se calhar com mais stress e menos tempo que o manel mas chegaremos.
e quero que seja avaliado de acordo com os mesmíssimos critérios que os outros, porque quero saber e ter os pés na terra apesar de tantas vezes ele nos fazer viajar. porque se vivemos na mesma sociedade então ele vai ter de encaixar na tal tabela e até ser bom nela. mais depressa ou mais devagar, arranjamos tempo.

depois devagarinho vem a professora de ensino especial de quem fujo a sete pés exactamente pelo que escrevi 2 ou 3 linhas acima. não quero que ela adapte nada e não quero que o trate de maneira especial, mas devia. joão dá-me aquele toque com os olhos e lá saio da postura de "larguem o meu menino" e aceito a tal ajuda. diz que não vai mudar os objectivos mas que se vai sentar com ele na sala uma vez por semana para o ajudar, mais um par de braços dá sempre jeito e começo a gostar dela. depois explica-me com calma que preenchendo uma papelada ainda me pode ajudar a ter umas terapias financiadas e o amor aumenta ainda mais.
acabamos muitos minutos depois com beijinhos e abraços, o pedro vai embora e vai deixar saudades.
ficam as outras equipas que sempre foram tão nossas amigas uma nova professora e turma dos 3 aos 5 anos e um novo amor por esta professora, chamemos-lhe especial, que espero que continue a crescer.

no meio de tudo isto chegaram as notas da tania mas sobre essas contamos mais tarde, porque agora é tempo de concentração e esta nossa filha não é amiga de pressão e stress. por isso tal como para os outros vamos gerir o stress e o tempo e tentar fazer uma boa combinação.



7/10/2015

exames, exames e...exames

Quando penso em relação aos exames e falo com Deus sobre as minhas coisas, o único momento em que sou realmente sincera e não tenho vergonha de dizer em voz alta que sou fraca na época dos exames, que tenho que provar que sou ótima nas coisas que me aparecem na vida ou que sou excelente e que me entrego aos desafios que me vão aparecendo, porém, sou péssima nisto dos exames.
Correm mal e não tenho as notas que devia ter, não é por se má aluna, não é por não me dedicar, não é porque não quero realmente isto ou aquilo, é por não acreditar em mim.
Coisa mais fácil, acreditar em nós mesmos, quando se ouve até parece fazer sentido, no entanto, na prática há uns que têm as ideias mais fixas que outros, e os outros só têm que praticar, eu por exemplo, digo a mim mesma, “és ótima, tu vais conseguir”, olho-me ao espelho e digo milhares de vezes, até que começa a entrar e a fazer sentido.
Isto de ser católica ajuda-me acreditar em mim, ajuda-me porque confio que o que fiz, faço ou farei daqui para a frente será sempre com os olhos nos outros, com a maior humildade e transparência, mas também acreditar em mim e confiar que terei sempre um apoio, que o que acontece de mal, se formos a ver, não foi “mal” feito, apenas podia/devia ter-me entregue mais e que quando idealizamos um caminho, mas caminhámos por outro, esse é o que fez mais sentido.
Outra coisa que sou e não ajuda nada nestas alturas é ser desorganizada, fiz um plano para um mês, não resultou, comecei a fazer para uma semana, vai resultando e enquanto ia cumprindo, primeiro pensava, “esquece, tu nunca vais conseguir”, mas segundos depois, dizia a tal lenga-lenga “és ótima, tu vais conseguir”.
Em suma, esta coisa dos exames que me persegue, agora parece um bicho, mas daqui a uns anos vou perceber que cresci e que aprendi ou que tenho que aprender acreditar em mim e agarrar os desafios com todas as minhas forças.
Força para quem está em exames, é só acreditarmos que somos ótimos e vamos prová-lo.
“Desde que saibas que dando tudo o quanto és vais conseguir percorrer o mundo e outras terras de lés a lés. Para seres grande basta seres tudo, basta dares tudo o quanto és, pedindo sempre ao senhor que te ajude a ser melhor.”

(esta música aprendi na candeia e agora faz todo o sentido, canto aos meus irmãos para que um os ajude e também lhes faça sentido quando for preciso).

presentes aos professores

porque merecem, porque os aturam e como pais que não são, porque eles também fazem para nós no dia da mãe. no fim do ano há direito a presente para professores e auxiliares.
o pior é escolher. queres dar o melhor do mundo mas não podes gastar muito porque são imensos. queres dar uma gracinha que fique mas vais a ver e não há nada assim com tanta graça. semanas a pensar nisso e nada.
qualquer coisa com uma fotografia deles é esquisito, têm as fotografias deles em casa não as dos nossos filhos que para o ano já nem são deles. dar qualquer coisa feita por eles coitados, passam o dia a ver trabalhos manuais são vamos dar mais uns.
e pronto, esgotas as ideias. 
nos anos passados levaram mensagens queridas escritas


[o manel prefere a camisola do belenenses claramente]

[zé foi de casa a treinar os beijinhos para dar]

[t-shirts a agradecer, manel 2 anos e zé 10 meses]

também já demos crachás e bolachas com mensagens personalizadas




tenho 24h para arranjar uma das boas, com a dificuldade de que tenho um professor homem e por isso cenas de menina não tá a valer, any help?

7/09/2015

5dejulho em fotos

[o combinado]



[avô cozinheiro]

[o próprio do batptizado]

[o diazão que estava]


[os pais do santo]

[os amados com o santo]

[padrinhos babados]


[um par de avós]

 
[o avô anfitrião, Mr everything Amado]

[mais avós do santo]

[tios marados]

[mais tios marados]

[lisa a distribuir gelados]


[sumos jolas e sangria de frutos vermelhos]

[almoço espetacular, que não sobrou nada para contar]


[as flores]

[tudo na moldura]

[nos baloiços]

  [e no banho]


[mais amados]

[mais flores]

[índios]

[e os primados]

Affair de obras

Tu sais eles entram. Às vezes dormimos juntos mas os sacanas são barulhentos.
Não sei se é amor mas estou contente de os ter, dizem que não será para a vida, que só dura umas semanas, vamos ver. Nestas coisas nunca fiar.
Os miúdos gostam deles. O zé conversa com os que passam no andaime, o manel diz a todos que já tem quatro anos e eles fazem cara de surpreendidos e a tania até lhes foi levar iced tea para serem mais rápidos.
O xavi mantém a sua esquizofrenia de bebé que tanto ri como chora mas deixo-o a olhar para a obra enquanto tomo banho, pode ser que venha a ser engenheiro.

Temos madrugado e sei que sonhava com isso. Continuo a sonhar mas acordada e cheia de olheiras. Isto de acordar com martelos pneumáticos já pareceu mais divertido.

De qualquer maneira ficas a saber, são uns sete ou oito, tudo bons rapazes e neste affair há uma semana e tal já construiram duas paredes. Um dia teremos um castelo.

7/05/2015

baptizado xavier

dependo dos outros e não tenho vergonha nenhuma de o dizer.
dependo dos outros acima de tudo emocionalmente gosto de os ter lá e acho que a vida faz muito mais sentido assim. essa é uma das coisas que quero passar aos meus filhos, que se encham de amigos e família e que os façam parte da vida deles. hoje, o baptizado do xavier também foi isso.

Foi o avô tonas que apareceu às 9h para preparar o almoço, o avô miguel que deu a casa a paciência e tudo o que tinha para o dia ser espectacular, foi o avô zé que emprestou os sofás e os chapéus de sol. foi a avó que trouxe o bolo como os de antigamente e tratou da roupa dos netos. foi o tio manel que trouxe os gelados, o tio zé que ofereceu a sangria de frutos vermelhos e o tio miguelaço as colunas para termos musica. a tia vera que nos mostrou onde era a igreja, a tia filipa que trouxe a lisa que deu um dos dias da sua folga. foi a tania que escolheu e preparou a missa ao detalhe, foi o bitão que arranjou o coro e cantou com todos. e foi o padre João Goulão que fez um missão. e foram todos, família e amigos que trouxeram o espírito para este grande dia.
Obrigada, sem vocês as coisas também se faziam, mas não era a mesma coisa.
foi uma festa de todos.

Querido xavier não te vais lembrar deste dia mas sempre que quiseres eu conto-to vezes e vezes sem conta. Não estava muito calor, estava bom. Os manos foram andando com o pai e nós chegámos mais tarde com a avó. chegaram quase todos antes de nós e tu ias que nem uma noiva. começámos a missa cá fora e entrámos como ias tu depois entrar na vida cristã. o padre explicou-te tudo como ia ser e tu parecias concentrado. depois entornou-te água benta numa concha de algum trizavô. os teus padrinhos babavam de orgulho, os três avós leram e os manos também. depois seguimos para casa do avô miguel e da avó mana, avó estava em espírito, e que grande espírito. comprámos as flores que gosta para gostar de ver enquanto estivesse por lá, gostaria sempre mas assim foi só para ela. almoçarada, piscina e ficámos todos por lá a aproveitar o dia que era teu. andaste de colo em colo como manda a lenda e tirámos montes de fotografias para te mostrar.

amigos do pai e da mãe, amigas da tania, primos, tios e avós, foi disto o dia todo e foi espetacular.

um dia quando quiseres conto-te outra vez.