7/28/2015

Fugiu para praga

Voou daqui pra fora. Fugiu.
Foi uma fuga consentida ou com sentido, nem sei bem. Foi para um campo de cisv. Nos anos nós oferecemos o campo e os avós o voo e ela foi.
Ia delirante, com nervoso miudinho de quem tem medo deste mundo gigante, mas delirante.
Presente cego a notas e resultados foi presente de anos e de esforço. Foi mimo de quem [ainda] teve pouco tempo para ser mimado. Mimo, mais mimo até ter a certeza do que é ser amado.
Foi à aventura porque nisto de educar é importante saber deixar ir. Deixar voar. É o que dizem e não e difícil de advinhar. E depois volta e conta como foi e vem ainda melhor.
Estava com medo de ser a única portuguesa, insegura pelo inglês. Depois descobrimos mais e o medo passou a emoção. Vão pessoas de todo o lado e vai ter amigos de todo o mundo. Finlândia, Letónia, Grécia, Canadá, Espanha, Brasil, EUA e eu sei lá mais.
Foi fazer voluntariado com cavalos abandonados, foi tratar deles e aprender a gerir conflitos. No caso dela parece-me que a lição é mais para os internos, os maiores talvez. E também por isso tudo foi.
Não fiz a mala nem a fomos deixar ao avião, está crescida e não tem idade para isso. Foi com amigos depois de uma noitada, comigo deste lado acordada para não perder o avião.
Deixou uma carta à mão, uma carta de amor, coisa mais querida. Diz que não sabe como agradecer, digo-lhe que o melhor que tem a fazer é ser feliz. Realizada e orientada, e acima de tudo feliz.
Pediu para nos lembrarmos dela todos os dias, como se fosse preciso pedir.
E lá foi.
Ia delirante, uma emoção.

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