9/30/2015
seis meses e quase não te vi dormir
ou então não.
realizo que de todas as coisas espetaculares que fiz estes meses quase não te vi dormir. quando caías para o lado ou andávamos a passear e eu olhava para o passeio ou estava por perto mas fugia. tratar de coisas, descansar, ir às compras, dar banhos, almoços, escolas ou o que fosse, não ficava para te ver aterrado. provavelmente não sentiste falta desse habito doentio dos pais sedentos como eu, mas só para não arriscar hoje dei tempo a isso. cinco/dez minutos, um quase lusco fusco, e lá estavas a transpirar tranquilidade como me lembrava que era, ou que devia ser. inspira, expira, inspira, expira. e só disso escorre baba de orgulho de mãe. e é só espectacular.
coisas estúpidas ou só boas neste dia do teu meio ano.
Obrigada xavi querido por seres meu só meu, agora vais ser de mais gente e depois só teu. raios estava a correr tão bem entre nós.
ps- meio ano depois já levava mais uma epiduralzinha só pela curtissão que foi. um coçar desenfreado misturado com uma leveza de quem nem quer saber que lhe vai sair o rossio pela betesga. grafismos à parte marchava bem uma epidural para fim de licença.
9/25/2015
Parabéns Mãe
9/24/2015
Parabéns Titio Manel
Acabar com os mitos
Nós homens somos sempre considerados uns verdadeiros mariquinhas quando estamos doentes. Quando a temperatura passa os 37º, dizemos que estamos com febre, e aproximamos-nos lentamente para uma morte certa. É um facto que somos mais frágeis do que as mulheres e que provavelmente, tornamos qualquer pequena doença, febre ou indisposição, num drama qualquer de altas proporções. Isto não é um mito. Acontece, em geral, com muitos homens. No entanto, aconselho que este processo continue. Para isso vou relatar o que aconteceu comigo, e porque é que sou traumatizado nestes assuntos.
Decorria o ano do nosso Senhor de 2012, mais propriamente no mês de Setembro. Los amados tinham uma vida atarefada. O Zé Maria tinha nascido há duas semanas, eu estava em pleno MBA e férias nem vê-las.
Eis senão quando, no dia 10 de Setembro de 2012, chego a casa pelas 18 horas queixando-me duma ligeira indisposição. A Rosinha, com todo o
As dores aumentavam até que a Rosa se foi deitar, e eu tomei a opção de resolver o assunto à força. Sim, sou
Depois de cerca de 30 segundos de conforto, comecei a ter dores alucinantes de barriga. Mais um ou dois berros de dor, e respostas de "XIUUUUU!" da Rosinha. Parecíamos claques de futebol, entoando cânticos desagradáveis entre sectores diferentes dum qualquer estádio de futebol.
São 6 da manhã. Estou desesperado. Não me consigo mexer. Penso pela primeira vez que não consigo fugir do cenário hospital. Tento abordar com calma a minha
São 8 da manhã. Vou acordar os miúdos, e fingir que foram eles que acordaram sozinhos. Inicio o ritual da largada para a escola. Não aguento as dores. Estamos a sair de casa, uma luz ao fundo do túnel...A Rosa obriga-me a por uma máscara para não passar nada aos míudos. Não percebo, mas aceito. Naquele momento era capaz de tudo para ter uma boleia para o hospital. A Rosa vai deixar os míudos à escola enquanto eu fico no carro à espera. 20 MINUTOS!!! Tá tudo a gozar comigo, penso eu... Vamos para o hospital.... A Rosinha dizia que era fita... deixa-me à porta do hospital e diz que me vem buscar mais tarde, depois de ser visto.
Perguntam-me no hospital porque tenho uma máscara e eu respondo que não sei. Deitam-me numa maca e dão-me drogas. Ui ca bom! Vou fazer exames.... Apendicite aguda! Bem me parecia, pensei eu, que não era nada de comum... Fico sozinho no hospital numa sala e a partir daí tenho poucas memórias. Só sei que fui operado ás 20 horas. Dizam-me que seriam dois dias de recuperação e ficava impecável. Fico reconfortado e mais descansado....
Acordo nebuloso da operação, como quem está num nevoeiro intenso com a maior bobadeira da sua vida. Levanto-me da maca e peço a uma enfermeira um abraço. Só aí vejo a realidade. Olho para baixo, e tenho 2 tubos a sair da minha barriga, e uma bolsa com liquidos viscosos entre o laranja e o encarnado... Acordo novamente umas horas depois e explicam-me: " Ah e tal, parece que explodiu e está infectado. Pumba!
Resultado final: uma peritonite aguda, 15 dias de hospital, tubos, febre e mais dores....
Portanto, senhoras, mulheres, esposas. Quando o vosso homem se queixa, ajudem-no. É que às vezes as vossas regras são mitos. E o meu papel aqui é acabar com os mitos que prejudicam os homens.
E tenho dito....
9/22/2015
histórias entre amigos
miúdos na cama e festarola. conversa puxa conversa e um copo de vinho.
historias disto e daquilo. risotas de quando estivemos em moçambique, no brasil ou noutro lado qualquer. viagens que se fazem a viajar nas histórias dos outros.
partilhas de tudo e de nada que acabam no sonho do joão de estar grávido, tudo o que queria e o que mais temia. histórias tontas e mais um copo de vinho.
isto e nisto por horas. horas à mesa de conversa. os melhores jantares.
acontece muito quando moramos fora e damos-nos espaço para conhecer toda a gente e ouvir as suas histórias. depois voltas ao teu mundo e no meio de tantos bons e velhos amigos, com família à mistura, esquecemos-nos que podemos e devemos continuar a conhecer mais gente. gente gira, gente nova, gente surpreendente. gente amiga que se tornam amigos da gente.
foi o nosso jantar de ontem. isso e tiborna de bacalhau com bom vinho.
obrigada querida tania por nos lembrares de convidar. [e por me ajudares a preparar tudo como manda a regra]
9/14/2015
O óptimo é inimigo do bom
Raios, sempre detestei esta frase. Se podes ter óptimo porque ficas contente com bom, ainda mais tentar a perfeição diz que é coisa de inimigo. Não se percebe. Nunca percebi, até ter filhos.
De repente tornou-se claro que era espetacular que lhes pudesse dar o melhor mas às tantas o que tenho é só bom e esfolavamos-nos a tentar o óptimo provavelmente sem sucesso.
Tipo pensas que se calhar o ideal era andarem todos em escolas privadas xpto mas vão ter se ficar pelo bom porque não há dinheiro para tudo.
Que não concordas com tudo da escola mas não conheces melhor.
Que crescem tanto que o melhor é comprar roupa folgada e disfarçar.
Que o curso ideal era aquele mas conseguiu este já não é nada mau, é top.
Que gostavas que ele tivesse 57 terapias mas não dá, faz as que dá e pronto.
Que era óptimo fazerem ginástica fora da escola que só pode fazer bem a tudo mas só de pensar em levar e trazer confundes o óptimo com o pesadelo.
Óptimo ter a casa sempre num brinco mas é só bom controlar o caos e que a tua mãe não repare nisso.
Que era óptimo que dormissem até às 11h mas até as 8h já não é mau. Óptimo que comessem tudo mas não fazerem birra é espetacular.
E dei por mim estramente confortável com esta coisa do bom. Tão tão confortável que me parece óptimo.
Olhó workshop da Laurindinha
9/10/2015
comunicar bem com a laurinda [e não só]
parece simples ou complicado, dependendo da profundidade que lhe dermos, e de repente a Laurinda com estes chavões mostra-te todo um mundo comunicação que nem te apercebias bem. o potencial extraordinário da comunicação, da maneira como nos relacionamos, do que dizemos e não dizemos e tudo o que significa o que ficou por dizer. ou nos ofendeu, ou nos fez crescer. o perceber-nos no outro e no que ele nos devolve. o que no inconsciente significam as nossas fragilidades e seguranças. ferramentas que trazes e nem dás conta. pegar nos erros comuns e perceber como passam a ser mais valias. no trabalho, no amor ou em todo o lado.
não conhecia a Laurinda, era uma fã moderada porque na verdade nunca lhe tinha dado muito do meu tempo. e de repente aparece um tal workshop que ia fazer no meu facebook. olhei para a tania e pensei que devíamos ir as duas. até nem acho que sejamos más comunicadoras mas há um potencial gigante de melhoria e fazia sentido fazermos isto juntas, ela nas suas fragilidades e eu nas minhas. generosidade da Laurinda desde o primeiro minuto e de repente estávamos 15 estranhos a comunicar intuitivamente cheios de comunicações que são relações e relações que são comunicações.
o que vos digo e vos aconselho, é que se virem por aí a Laurinda a agarrem à louco e lhe peçam para que vos faça um workshop. parece que só faz de vez em quando que é uma pena. Sou fã nº 1 desde há 3 dias.
Obrigada Laurinda, obrigada joão, pedro, marta, manuela, francisca, carminho, rosarinho, teresa, luisinha, tiago, rodrigo, antónio, filipa [raios falta alguém que o nome não sai] pelo que deram de vós e levaram de mim.
9/09/2015
Filhos com necessidades especiais
Alguém em conversa me perguntava, em tom de dizer, que um filho com necessidades devia ser um desafio muito maior. Que devia ser muito mais difícil de criar. Fiquei assim meia sem saber o que dizer porque a verdade verdadinha é que não sei.
É verdade que ele tem necessidades e é verdade que algumas delas são mesmo especiais. Mas também é verdade que ele tem o que precisa mais identificado. Sabes que ele tem dificuldade ali e tratas aquele problema e porque tás sempre mais atenta vais sempre sabendo o que é preciso a cada minuto. Mais método menos método vamos acertando ou pelo menos andando de olhos postos no bicho.
Nos outros não tanto. Deixas mais crescer como as arvores. E estas férias dei por mim a olhar para o nézinho que, no meio de todo o fácil que é, sente-se sempre melhor acompanhado do que sozinho. Que é super mega hiper organizado e isso é bom mas às tantas quer dizer qualquer coisa que eu devia explorar melhor. Ou a sua irritação quando o contrariam e que aparentemente não passa com treino de contrariar.
Ou a tania que precisa de mais segurança. Ou só de validação como todos. E de tempo nosso só para ela. Tempo que dê para revermos tudo o que vai no coração ou só nos apontamentos.
O xavi que foi preciso muito tempo e persuasão para o ajudar a gostar da lata e adormecer na tranquilidade.
Não são necessidades de cromossomas ou terapias se calhar. ou se calhar são. E são sem dúvida especiais e por não terem o foco constante vão vivendo na sombra [as necessidades] e um dia podem tornar-se elefantes. [Grandes e selvagens] e depois o que não era problema nenhum fica uma cena complicada.
melodramas à parte este verão o zé foi o último nas minhas preocupações. Porque não precisava. Não que os outros tenham sido um cabo dos trabalhos mas a verdade e que também têm necessidades bastante especiais e passam mais ao lado.
Sei que vamos falhar mais que muitas vezes mas uma das que queria mesmo acertar era que fossem sempre todos especiais e que conseguisse mesmo chegar às suas necessidades. E que sempre que possível crescecem só como as árvores para eu não os estragar muito.
9/06/2015
pontos nos is
9/05/2015
Um mês de validade
Um mês mais de licença. Um mês a mais que das outras vezes. Um mês para o fim da liberdade de os ter só para mim. Um mês para lhes organizar a vida, a casa, as rotinas. Um mês para liberdade minha, só minha.
A um mês disto tudo sinto que tenho de viver tudo ao mesmo tempo que quero parar e só saborear isto.
Vai ficar mais curto o tempo, vou fazer menos escolhas e por isso toca a aproveitar.
O mote tem sido digo sim a tudo o que me for surgindo e que se calhar pensaria duas vezes. E quando não tou a fazer isso tou só onde estou a aproveitar. Sem complicar muito.
Reler a listabde tudo o que disse que ia fazer e checkar tudo para não falhar nada. Gozar o momento.
E depois seguir para o próximo que não é mau. Recuperar esta massa cinzenta, voltar a trabalhar em equipa e dar o litro. Reencontrar essa realização que também conta.
Um mês para se calhar nunca mais ter esta vida. Assustador. O melhores mesmo é nem pensar muito nisso e só aproveitar a cena.