2/24/2016

Fim de semana no Porto com amigos

Quinta à noite foi jantar com os amigos. Às 10 liga, apanhou o buraco de rede entre a sala e a cozinha onde fui beber  água e deu desligado. Ainda nem tinha recebido a mensagem de tentativa de contacto e já tinha aparecido o João com tanica ao telefone para falar comigo.

Queria dizer-me que sabia que era em cima da hora, e que percebia se disséssemos que não mas queria muito muito ir ao Porto com os amigos das missões e que os outros estavam todos a combinar. Meio baralhada com aos molhos disse que sim. Que tinha de garantir as responsabilidades delas como avançar com a carta e resto das coisas mas que podia. Disse-me logo que passaria o dia na escola antes de ir e todos os seguintes quando voltasse. Então podes ir, com juízo, podes ir a desliguei o telefone ainda com o copo e água por beber na mão.

E pensei melhor. Ela é responsável, os amigos são gaijos fixes, ela trabalha para estas coisas e está de férias. Faz todo o sentido ir. Enviei mensagem a reforçar a responsabilidade e dizer o que nos disseram a nós nessa altura "não te esqueças de quem és" e o "podes ir com juízo e desde que voltes sempre". Feito.

Avisei o João que concorda mas vive sempre melhor quando está por perto. Já  não a íamos ver. Ia com os mesmos do jantar para o Porto mas não era por isso que o jantar acabava mais cedo e nós cá temos que trabalhar. No dia seguinte claro que não as horas de trabalho eram diferentes.

À hora envia mensagem a dizer que vai e quando chega avisa.
Orgulhosa contava às amigas num jantar de como tava crescida a autorizar idas ao Porto quando uma delas me pergunta onde é que ela vai dormir lá. Boa pergunta realmente. Fuck não perguntei, importante realmente.
Imaginei que em casa de amigos à molhada mas não  faço ideia. Ou será que ela disse? Claramente tenho de fazer uma check list de dormidas fora de filhas universitárias. O melhor é nem lembrar esse ponto ao joka.

Máxima liberdade, máxima responsabilidade. Isso disse.
Lá chegou inteira e em tom de "claro que sei mas relembra lá" perguntei onde dormiram. Respondeu o esperado, onde nos deram dormida, as raparigas aqui e os rapazes ali em casa da Pia e de uma outra. Poucos banhos mas muita diversão.

Prova superada. Dela e minha. Isto de ser mãe de jovens adolescentes tem que se lhe diga.

2/22/2016

Terrible 3

Há quem diga que é aos dois mas cá em casa vem aos três. Com o Manel foi o mesmo.

Dizemos que em bebé dão trabalho e noites mal dormidas, tudo queixas válidas mas nada ao lado das birras dos três.

Se tem o pai quer a mãe, se vê sopa quer o resto, se é para sair quer ficar, se é para brincar a isto quer brincar àquilo e por aí fora. Quer fazer tudo sozinho e isso é bom e desejável mas o ritmo alucinante ou a paciência nem sempre abundante podem complicar a cena.

O Manel dá-lhe a volta como ninguém e todos treinamos a mestria sabendo bem que na volta quem manda somos nós. Aquele  equilíbrio entre dar a volta e mostra quem manda. Tudo isto sem fazer dos dias uma guerra. A guerra dos dias.

Num destes dias saímos da escola e fui com os dois ao supermercado. Abrindo parentesis de contexto o zé não podia com uma gata pelo rabo, tinha tido terapia e foi depois para a escola com a lisa de autocarro. Tudo bem e na mudança para o segundo autocarro que nunca mais vinha decidiram ir a pé. Teimosia era tal que não queria ir ao colo nem sequer com mão dada. Bonito o menino teimoso foi pela mão mas em guerra dois quilómetros. Nisto demorou tanto que perdeu o timming da sesta.
Fechados os parêntesis voltamos ao supermercado. Dois dentro do carrinho e toca a comprar básicos. No lidl compro sempre as coisas a acabar o prazo, tão  impecáveis e valem menos 30% por isso tá a valer. Iogurtes foi o achado do dia, a perdição do ze ia. Agarrou-se a eles com a vida e queria come-los todos. Expliquei que pagavamos e comia depois do jantar em casa. Foi querido da minha parte mas ele na sua teimosia queria pouco saber. Savana.

Continuava eu no saca saca das prateleiras e ele furioso a querer comer o raio dos iogurtes. Zanguei-me.
O supermercado parou porque hoje em dia não nos podemos zangar com crianças em sítios públicos. Chega a ser mais criminoso do que os ter mal criados, mais ainda se for trissomico. És assaltada por olhares matadores de violência doméstica. Não sou de armar cena mas também não sou de permitir birras, eles sabem que se há birra temos o caldo entornado. Mas aqueles iogurtes pareciam deliciosos e a fome, e o sono e os terríveis três.

Testa-se a loucura e a paciência ao limite. Ao mesmo tempo que se tenta não chatear os outros e educar. Esta nova experiência com trissomico tem mais um grau de dificuldade de acharem que ele não percebe e que a birra na verdade é da mãe. Essa mãe criminosa.

Não é fácil, nada fácil esta idade maravilhosa.
Contrariado lá deu os iogurtes à senhora para pagar e agarrou-os com a vida até à hora da sobremesa. E depois derretido comeu-os numa alegria misto de gozo e sabor.

Fica prometido que não voltamos ao supermercado nos dias de cansaço externo, fica também assente que no amor e na guerra não se ganha nem se perde sempre, mas quem manda é  a mãe.

Maravilhosos estes três.

2/18/2016

para mim a melhor história de 2015

Numa das quintas feiras que faz voluntariado a tania chega a casa meio triste. Contou-me que foi bom o que fizeram mas que um dos miúdos a preocupava. Faz voluntariado com a Candeia numa instituição onde até já teve. Um dos miúdos que lá está precisava de mais apoio diz ela, tem dificuldades de aprendizagem mas com ajuda de alguém de certeza que a vida dele vai melhorar e poder falar e ser melhor percebido. Também precisava de alguém que o ajudasse a aprender a ler melhor porque isso o atrapalha e os outros miúdos gozam. Tem uma historia de vida complicada e é triste. Ela sabia isso tudo e estava triste porque sabia que nesta fase não o pode ajudar como ele precisa, ele tem aulas de manhã e ela à tarde, os fins-de-semana são confusos para os dois e por isso ia ser complicado.


Percebo muito bem a angustia dela e também já me aconteceu. Fico contente que ela queira ajuda mais mas também é importante ela cumprir com os seus próprios objectivos. Disse-lhe que a vida é assim e não podemos chegar a todo o lado que queremos, não podemos fisicamente mas podemos tentar arranjar alguém ou alguém amigo de alguém que possa às tantas até está lá ao lado e ajuda. Ela aceitou mais ou menos e a vida seguiu.


Um mês depois liga-me a Ana com quem já tinha trocado uma roupa. Disse-me que tinha visto um post que escrevi sobre os amigos para a vida e que toda a vida teve vontade de um projeto deste género e achava que agora podia ser a altura. Generosidade incrível e loucura à mistura porque está gravida do terceiro filho para daqui a umas semanas, na altura meses. Ainda que louca claro que apoiei [não é um projeto meu mas adorava que fosse] e dei-lhe toda a informação que tinha. 
Ela foi, arriscou e adorou. O marido também. Falaram com a sofia e com a Joana e em linhas gerais perceberam que haviam crianças e necessidades e juntavam a isso o que as famílias estavam dispostas a dar tempo e atenção. Disso depois acontecia magia. Falaram-lhe de várias crianças e no meio delas falaram de um tal “rui” de uma instituição, tudo como exemplos do que podia ser para eles ou só para saberem de que realidades falamos. Eles foram para casa pensar e num dos dois depois ela foi almoçar com o marido, que nunca vai, e a vir do tal almoço onde entre outras coisas falaram disso parou no sinal ao lado da camioneta da tal instituição que a joana e sofia tinham falado. Falou dessa e de outras mas ela lembrava-se dessa e ficou até emocionada com a coisa. [ela e eu quando me contou].

Decidiram avançar e decidiram que queriam conhecer melhor esse “rui” especificamente. Ficou combinado, um passo de cada vez e ia-se vendo. Combinaram então numa quinta no voluntariado da Candeia para o conhecerem informalmente. Tava lá a Ana e estava lá a tania e o miúdo era o mesmo. Aquele miúdo que a tania queria tanto ajudar vai ser ajudado pela Ana e sua família. E quando ela me contava ao telefone antes dessa quinta eu contei-lhe a história da tania e de como seria o mesmo de certeza e ela ainda mais emocionada ficou de o levar para começar a fazer aos poucos parte da sua família.

Foi para mim a melhor história de 2015 e faz acreditar que este mundo ainda tem muita coisa da boa.


Parabéns querida Ana pela coragem e amor que transbordas. Fico contente de termos ajudado no empurrão mas sei que o extraordinário nesta história são vocês. De certo estão a criar uma família extraordinária que não tarda tem mais um baby.



2/17/2016

2 anos volvidos

Não fui confirmar as datas mas deve andar por aí os dois anos desta cena. Dois anos deste canto dos tais amados e ainda me pergunto tantas vezes se isto faz algum sentido.

Projectos parecidos, ou sem ter nada a ver, cresceram antes ou depois e são hoje muito maiores e exponencial máximo disto que é a nossa/minha humanidade não posso deixar de pensar que às tantas isto não vale assim tanto. e não vale mas temos-nos divertido e serviu na perfeição os propósitos.

O primeiro de todos foi a integração da tanica. Tava connosco há pouco tempo e não foi preciso muito para perceber a curiosidade que gerava e o zururu que se seguia. Todos queriam saber mais e para que pudesse ser acolhida como tanto merece a história efectivamente ganhava em ser explicada. E resultou na perfeição. Ela é a rainha da integração na verdade e nós, nós sem saber precisávamos dela ainda mais do que ela de nós. Ela escrevia às vezes, agora às vezes lê e na corrida da vida aterafada de uma universitária dá-lhe a importância merecida e está tudo bem. Hoje a integração não é um tema e ainda me custa a pensar que só lá vão dois anos, parecem vinte.

Outra das coisas boas que passa é a normalidade de uma família aparentemente muito diferente. Coisa importante para a vida do nosso zezao e de todos os pais que possam estar a passar pelo mesmo e de quem tem vontade de adoptar. Isso é importante para nós e não o fazemos forçado,  é o que é e vai continuar a ser. E tantas historias boas que temos ajudado a criar, casais que são hoje famílias de acolhimento. Mérito todo só deles mas orgulho gigante nosso.


E sobre os pais que temos conhecido pelo caminho só podemos agradecer. Esta cena de ter um zé é um dom, não por ele em si [que é tão dom como os outros irmãos] mas pela oportunidade que nos tem dado de conhecer tanta gente por dentro, gente de coração gigante que nos ensina um milhão. Não só pais de trissomicos, pais que andam por ai com históriasosó normais ou simplesmente incríveis.

E portanto é isso. Há dois anos estávamos os 5 a passar o fds em casa da minha mãe. Os miúdos dormiam e nós os 3 víamos um filme. Se fui eu a sugerir era uma comédia romântica certamente, se foram eles uma cena pseudo elaborada. Nisto lancei a cena de criarmos um blog. Acharam óptimo mas nem descolaram os olhos do ecrã. Peguei no pc, brinquei às fotos e edição e pimbas- los amados ou amados rock porque não queria bem decidir e para eles valia tudo. Dois anos depois estamos aqui. Obrigado.

Tantas mensagens queridas e comentários e projectos giros que daqui surgiram. Não escrevemos para multidões ainda assim escrever para alguém e para ti tem mais graça e daqui a uns anos poderão eles ler a história como foi. Eles e nós e quem mais quiser.

OBRIGADA

2/14/2016

Missão Impossível - parte 1

Caríssimos,

Contrariamente a todas as tristezas e tragédias que somos obrigados a ver nas noticias todos os dias, há outros momentos, em que a falta de expectativas, nos levam a testemunhar actos e acções que nos fazem renovar a fé na humanidade. Esta sexta-feira tivemos a sorte de poder redescobrir como certas pessoas, comuns dos mortais, numa juventude humilde invejosa, mudam o mundo e "tapam os buracos" que o resto do mundo está ocupado (sem culpa porventura) em não ver.

Estou a falar das missão país 2016 (http://www.missaopais.pt/). Fomos convidados para participar, tirámos um dia de férias e pusemos-nos a caminho de Odemira. O facto da Tanica estar presente na missão de Odemira ajudou obviamente. Pediram-nos para dar um testemunho de casal e conhecer o trabalho que por lá fizeram durante uma semana, após uma preparação de vários meses. Humildemente aceitámos e foi com muita vontade que arrancámos em direcção a sul, finalizando o trilho pelas sinuosas esverdeadas estradas alentejanas que nos trazem a memória saudosa de tempos mais calmos, mais simples, mais fáceis.

Chegados a Odemira, fomos ter com o grupo à escola primária da zona, que nos surpreendeu pela qualidade das instalações e dinâmicas já habituais. Almoço de garfo verde (vegetariano) em mesas miniaturas, apresentações, café e fizemos-nos ao caminho. Fomos visitar o lar de idosos da Santa Casa da misericórdia. Admito que fiquei chocado pela falta de condições. Uma sinestesia negativa, desde o cheiro ao toque nas paredes. Senti-me incomodado e de forma não altruísta. Senti-me melhor imediatamente quando vi estes jovens a animar mais de 1000 anos de experiência de vida. A darem significado a essa vida. A admirar a experiência e a dar o respeito que a terceira idade merece. Viam-se sorrisos não forçados em todo o lado, no meio duma jogatana de bingo, onde por entre linha e bingo se jogava involuntariamente ao telefone árabe.

Fomos personalizar a visita e conhecer alguns hóspedes mais recatados, com menor mobilidade, com menor capacidade, com menos cabeça. A demência é uma coisa que me faz muita confusão, também por já a ter vivido muito perto. Mas passámos meia hora a falar com a Piedade, cuja alegria era contagiante, com alguns momentos de pura loucura, e outros duma lucidez que me faziam inveja.
Fomos depois de outras conversas, ver as novas instalações deste lar. Eram instalações de topo, mas por uns pormenores administrativos, e apesar de estarem prontas há 2 anos, não eram utilizadas. Viemos a perceber que era por causa duma peça do elevador e dum desentendimento entre as duas empresas que tinham responsabilidades sobre o elevador. Uma verdadeira vergonha, entre outras neste nosso país que merece muito mais, pelas pessoas que lhe deram tanto.
Enfim, vimos que os próximos tempos iriam ser bons, já que o novo lar iria ser top dos tops.

À noite, fomos dar o nosso humilde testemunho. Basicamente, o que é ser marido e mulher, contrapondo com o que é ser solteiro ou levar por exemplo uma vida de vocação religiosa...Não sei se ajudou alguém, mas pronto, foi uma dinâmica diferente e uma experiência diferente para nós casal.

Mas de tudo o que vimos, ficámos impressionados com a dedicação, generosidade, humildade, coragem destes jovens. Universitários a espalhar boa onda. A dar pelos outros. A fazer o que muito poucos fazem mas que todos deveriamos fazer. Ser mais e melhor. Ser missão.

Missão impossível

2/11/2016

Problema de lingerie

Carlos o empreiteiro liga e diz-me que temos um problema de lingerie. Ele que é um homem sério e de poucos sorrisos quase se desmanchou afinal a verdade é que nós temos um estendal de cuecas na sala. Um problema de lingerie.

Ora voltando 7 anos atrás, jovens apaixonados e sem guita lá estávamos nós numa casa nova e prontos para começar a vida. Sofás praqui, candeeiros e mesas para aculá, noves fora nada e não tínhamos nada para pôr nas paredes excepto o quadro espetacular de uma pintora promessa que nos foi oferecido pelos padrinhos. Esse já lá estava pregadinho em lugar de destaque mas faltavam só as outras 6 paredes. A minha rica sogra, um génio na ciência de encontrar soluções emoldurou-nos o que de precioso tínhamos: desenhos nossos em criança e desenhos feitos para nós no casamento e no pedido. Perfect. Outros de umas tias velhotas jeitosas, uma rosa feita pela avó do João e já só sobrava a parede do sofá. Vasculhei as lojas de decoração mas ao mesmo tempo que tínhamos capacidade de comprar não me apetecia ter na sala um quadro igual a mais mil.

Então achei que o melhor era assumir a cena, eu e o um site que encontrei que vendia cuecas de vinil. Mais precisamente um estendal. Espetacular era mesmo aquilo só tinha de convencer o joka. Técnica que tenho aperfeiçoado ao longo dos anos mas que na altura ainda era meio rústica. Negociações para aqui r para ali e ficou trocado cuecas na parede e ele tinha direito a pendurar as guitarras, lançar a carta da tv no quarto e vetar as cuecas no prazo de um mês.

uhhhuuuuu dias depois tínhamos o estendal montado. Central na sala este estendal tem crescido connosco e sido palco para tudo o que se vai passando.

Agora, sete anos depois e de obras para o quarto das pestes chovia em casa. Cenário que toda a gente adora, nós também. Ligar ao Carlos e Carlos resolve, impec mas no fim de tudo é preciso pintar as paredes. Todos de acordo até que me liga o Carlos com o tal problema de lingerie. De partir o coco a rir não há dúvida o homem mais sério do mundo a dizer-me aquilo com um ar pseudo sério foi demais. Mas minutoa depois realizas vou ficar sem cuecas??

O site promissor que vendia faliu e  agora malta? Abdico delas para sempre ou viro o mundo para as ter de volta?

Às tantas cuecas na parede já não e coisa de crescidos e não são assim tão giras mas para já parece-me o fim do mundo em cuecas.

Quaresma

Nome do jogador da bola e do tempo entre a loucura do carnaval e da Páscoa.

Pois é nós cá em casa ligamos à cena. É tempo de alinhar cenas e seguir mais forte. Todos os anos escolhemos uma cena e durante quarenta dias vivemos sem ou com isso. Já foi café, chocolate, coca cola, macdonalds, cerveja e semelhantes. O ano passado escolhi sobreviver ao fim da gravidez e não fiz mais nada mas eles tiveram fortíssimos. Este ano andava aqui a pensar no que abdicar que ao mesmo tempo me fizesse dar valor mas que não desse cabo da dinâmica já complicada do dia a dia. Sexta à noite a mariana contou-me que agora só comia sopa, um ovo e fruta ao almoço e que se sentia muito melhor e fez todo o sentido. sopas para mim. Ao almoço e ao jantar com ou sem ovo. Preciso de mais energia e gosto de sacrificar qualquer coisa que passado quarenta dias me torne mais forte.

Sou católica e gosto mesmo da cena da quaresma. Imagino que seja meio estranho para quem não é perceber porque temos de abdicar ou porque nos impõem.
A cena é que ninguém impõe mas tu pelo exemplo queres faze-lo e é como ir ao ginásio.  Dizem que é bom que faz bem e que se fores vês resultados, provavelmente em 40 dias não viras olímpico mas já não ficas com os bofes de fora a subir escadas. Ora é exactamente isso. Por dentro e por fora. E podes fazer noutra altuta que não esta, claro, podes sempre ou podes até nunca fazer. Vale tudo. Tudo para seres mais feliz.

E agora que pensam que isto da sopinha é giro mas não é para mim sigam lá os conselhos do exmo que ele sim sabe e no fim de tudo é bem mais difícil do que sopa da avó.

Um Bom texto para a Quaresma que hoje se inicia:
Recebi este texto e compartilho com vocês.

Para a Quaresma o Papa Francisco propõe 15 simples coisas:

1. Sorrir, ser alegre!
2. Agradecer (embora não “precise” fazê-lo).
3. Lembrar ao outro o quanto gosta dele.
4. Cumprimentar com  alegria as pessoas que vê todos os dias.
5. Ouvir a história do outro, sem julgamento, com amor.
6. Parar para ajudar. Estar atento a quem precisa de si.
7. Animar alguém.
8. Reconhecer os sucessos  e qualidades do outro.
9. Separar o que você não usa e dar a quem precisa.
10. Ajudar a alguém para que essa pessoa possa descansar.
11. Corrigir com amor; não calar por medo.
12. Ter delicadezas com os que estão perto de si.
13. Limpar o que  sujou, em casa.
14. Ajudar os outros a superar os obstáculos.
15. Telefonar para seus pais.

O MELHOR JEJUM

• Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas.
• Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão.
• Jejum de raiva e encher-se com mansidão e paciência.
• Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e otimismo.
•Jejum de preocupações e encher-se de confiança em Deus.
• Jejum de queixas e encher-se com as coisas simples da vida.
• Jejum de tensões e  encher-se com orações.
• Jejum de amargura e tristeza e encher o coração de alegria.
• Jejum de egoísmo e encher-se com compaixão pelos outros.
• Jejum de falta de perdão e encher-se  de reconciliação.
• Jejum de palavras e encher-se de silêncio para ouvir os outros.

[Depois disto qualquer sopinha é peanurs right?]

2/04/2016

A saga do SEF

E a saga continuou como esperado.

Voltámos ao sítio onde nunca fomos felizes e levámos tudo o que aparentemente era preciso mas afinal não chega. Documentos oficiais que não estão certos, declarações que afinal têm de ser autenticadas, contratos autênticados que afinal precisam de ser fotocópias e tudo mais.

Há dois anos quando começou a ir ia sozinha. Perguntava como tinha corrido e nem se sabia bem, faltavam coisas era o que dizia. Ajudava nessas coisas e pedia lista de tudo, reviamos as duas mas ou não chegava a entregar ou vinha chumbado. Um ano e meio depois quando estava tudo certo e alinhado veio outra vez chumbado. Raios alguém não estava a perceber bem. Peguei nas botas e fui com ela.

Serviço típico do estado e até aí tudo bem. Senha para as 9h e és atendida às 11h30 é logo bom para justificar ao patrão. Malta de todas as etnias a atender o que dá um orgulho imenso pensar que depois de legalizar damos oportunidades de os integrar até que percebes que são duma antipatia atroz. Falam alto e arrogantemente com as pessoas não fossemos nós achar que ali somos todos iguais, com mais ou menos assuntos por resolver. E depois começa a inquisição no que é uma verdadeira caça ao erro. Duma das vezes apanhámos uma sra bem simpatica que permitiu ir ali tirar um papel ao mb de todas as outras parece que voltámos ao tempo da guerra e nós somos o inimigo.

Percebo bem que há regras e percebo também que somos um país pobre, nem sempre dá para nós não pode dar para tudo mas sejamos coerentes e razoáveis. Não vale tudo. Não tem rendimentos vai embora mas se tem condições para ficar tem de poder ter a sua filha menor e sem pai com ela. Tem de ter. Somos humanos e não podemos querer mais para nós do que para os que acolhemos.

Reconheço que muitas vezes a precaridade do trabalho destas pessoas é também culpa nossa e até já tive culpa nisso. Não declarar tudo ou não pagar tudo o que devia por ela, se fizessem o mesmo comigo acharia crime. Reconheço e fiz tudo para alterar o que conseguia mas nem assim chegava para a sra do SEF.

E foram ontem outra vez ao bendito. Não podia mesmo ir mas sendo que da última a única coisa mal eram dados errados de dois documentos se são Tomé, depois de os ter certos e vindos de avião achei que a margem para erro era próxima de zero. Foi a Tânia. Liga passado pouco tempo a dizer que está tudo mal. Passei-me. Liguei à super Pipa a implorar ajuda e ela vestiu a capa e tava lá em minutos. Um advogado impressiona sempre e ela mais que todos. Lá foi. Acalmou a lisa que chorava e a tania que estava no meio de fogo posto. Conseguiu perceber mais um papel que afinal faltava e prometeu que lá estaríamos no dia seguinte com tudo. Escreveu procurações e autenticou todos os documentos extra e lá fomos hoje again.

8h da matina para tirar a senha. 9h para perceber que ainda faltava mais qualquer coisa. 10h e ainda não tinha chegado a nossa vez. 11h e lá vem a pipa a voar rua abaixo para nos ajudar na última senha do dia para advogados. Sentadas e o suspense. Ela vai pedindo tudo e vamos dado, documento a documento com mais detalhe que o csi. Contrato de casa assinado e autenticado mas afinal era preciso fotocópia. 3 máquinas atrás mas nada de abebias, combiamos e deixo-as na papelada para voar às cópias. Centro de copias do outro lado da rua, gabinete fantasma com um sr estrangeiro a tirar cópias.  Não percebe o que digo, bom presságio, no fim faltavam 20 cêntimos e não havia tempo porque a sra do SEF não espera. Empenhei a moeda de colecção do banco de Portugal comprada para o meu afilhado de paris, olhou para mim como boi para palácio.  Percebe-se. Gesticulei que era valiosa e pagava a cena que nem o robin dos bosques e ou porque não percebeu nada ou viu bem o desespero lá me deixou ir. Lá estavam elas na fase final de entrega a espera da cópia do contrato. E um papel na mão de tudo entregue. A Pipa como  profissional e correcta perguntou procedimentos e pediu prazos mas tudo o que se ouve é que é tudo variável.  Nada que já não tivéssemos percebido na verdade.

Saímos com a taça na mão de uma procissão que na verdade ainda vai no adro. Ligou a mãe da lisa que tá com a filha em s.tome e emocionada dizia só para agradecer muito a quem tá a ajudar. E ela sabe bem o que diz, obrigada super pipa, Pilar e todos os que têm enviado mensagens a ajudar no que podem.

Ainda não tá nada resolvido mas juntos somos sem dúvida mais fortes.

2/02/2016

Routines

Escrever para não esquecer daqui a uns anos. Quando velhinhos estivermos derretidos a lembrarmos-nos de tudo errado. [Ou pelo estado da minha cabeça, isso tudo mas  daqui a dois anos.]

Segunda feira
Xavi fica em casa com a lisa. 

Manel escola e zé terapia. João costuma leva-los depois de eu vestir e eu sigo sem stress para o trabalho. Minha mãe passa a buscar o zé ao 12h à terapia e deixa na escola, se se atrasar dá-lhe almoço e corta na sesta.
até às 18h alguém passa na escola a buscar, normalmente a mãe mas sempre que a mãe se atrasa cravamos à tia pi, tia catarina, tia vera, avó ou lisa que mete o xavi às costas e lá vai ela.
tanica anda na vida dela.

terça feira
xavi vai para casa da avó. 
Manel e zé vão para a escola. João deixa o manel e zé e eu deixo o xavi. dependendo do estado de banho da avó ou subo ou ela vem cá buscar a baixo.
dia de jantar em casa dos avós, minha mãe vai busca-los à escola, algures do dia faço chegar uma mochila com roupa para o dia a seguir [deveria deixa de manhã nas escola mas com atrasos nunca dá]. 
A tania chega com a belém. 
Animação com os tios todos, jantam antes e quando nós vamos para a mesa eles adormecem na cama dos avós a ver tv. 
Manel e zé ficam lá a dormir os outros seguem para casa.
noite santa com só um crianço.
Chega o cabaz natura e temos fruta e legumes novos.

quarta feira
Xavi fica em casa com lisa. 
Manel escola com o avô e zé terapia com a avó. Ao que consta é o delírio de manhã, comem papas fofinhas como diz o manel, fazem buracos na coisa do chocolate. é o delírio. Avó rita leva o zé de volta para a escola ao 12h, se se atrasar dá-lhe almoço e corta na sesta.
até às 18h alguém passa na escola a buscar, normalmente a mãe mas sempre que a mãe se atrasa cravamos à tia pi, tia catarina, tia vera, avó ou lisa que mete o xavi às costas e lá vai ela.
Pit stop no supermercado para reforçar stock e comprar vinho para o sogro.
tanica anda na vida dela e aparece ao jantar para jantarmos lá em casa com o avô Miguel. Rotina que tem um mês mas que esperemos dure para sempre.

quinta feira
xavi vai para casa da avó. Manel e zé vão para a escola. João deixa o manel e zé e eu deixo o xavi. dependendo do estado de banho da avó ou subo ou ela vem cá buscar a baixo.
Natacinha às 17h30, se não me atrasar a levo-os se não vai a lisa de mytaxis com eles e passo a buscar depois. A caminho passamos a buscar o xavi e com sorte chegam todos acordados a casa. Jantares e cenas e cama para eles. Vida de adulto para nós.

Sexta feira
Mesmo que quinta mas sem natação e supostamente com mais vida de adultos à noite.

Sábado
Horário livre. Loucura total. Vale tudo.
Almoço é Mac muitas vezes
Sábado ou domingo vou ao supermercado. Ou ficam a dormir ou levo um ou dois.

Domingo
Horário livre. Loucura total. Vale tudo.
Jantar em casa do avô tonas começa lá para as 6 e acaba lá para as 11h da noite. Cenas gourmet, manos primos e cunhados. Crianças a dormir pelos cantos e cadela desvairada.

Notas:
Todos os horários são ajustados quando alguém faz anos, avó não está ou cenas.
Pelo meio há jantaradas de miúdas e o joka fica nos comandos ou jantares de homens e fico eu.
Se tivermos os dois programa, como na sexta passada, que fomos ao cinema fica a lisa, a tania ou uma prima que cravamos.
de resto é a desbunda