Em casa de pantufas na rua de saltos

De manhã fresquinhos saímos de casa com o melhor kit, aquele em que não cabem nódoas. Saltos, saias, penduricalhos e todo um kit vogue para depois chegar a casa e mudar para um quase fato de treino e umas pantufinhas do chinoca. O melhor de nós fica no trabalho ou à porta de casa, raios. Passamos de miss a trambolho em dois tempos.

E o tema é : quero estar à vontadinha em casa, sem duvida, mas não quero ser a tia velha com carrapito, roupão e chinelos podres, agarrada ao saco de água quente e sentada no cadeirão a ver todo um mundo maravilhoso à distancia dum click, um mundo de que aparentemente faz parte mas só das 9 às 18h e nas noitadas/ou acontecimentos predefinidos.

E o mesmo, muitas vezes, para o feitio e paciência que temos para os outros. Deixamos as melhor piadolas e good mood para a malta da labuta. E é uma coisa que me encanita, venho aqui escrever em manifesto [a malta do escritório já não me pode ouvir com isto].
A sociedade pressiona-nos de tal maneira que descomprimimos exatamente onde devíamos dar o melhor. Estou contra e de birra com isso [em horário laboral], e comigo por sem querer alinhar nessa brincadeira, no meu caso que não uso grandes saltos é mais gritante na paciência e feitio.

Por isso tento que em casa seja sempre "dia de festa", garantimos os mínimos olímpicos de arrumação depois deles estarem na cama. Acendemos a lareira para dar ambiente e pomos a mesa para jantar. Um de nos cozinha, outro poe a mesa e sentamo-nos [quase sempre]. Guardanapos de pano e com argolas, travessas na mesa à antiga e nada de caixas de frigorificou ou embalagens de congelados. A minha mae sempre foi chatinha com isso, e hoje agradeço, porque se é no dia a dia que passamos mais tempo então devemos investir nisso. É que ter todo uma casa de sonha na gaveta e tirar só três dias ao ano é só ridículo [para mim].

Há também dias de bandalheira em que jantamos de tabuleiro na sala, mas essa não é a regra.

Depois pomos um filme (para trás) ou uma serie que um ou outro sugere. Uma cena mais ou menos solene que acaba com alguém a ir para a cama arrastado, com estilo está claro, mas em braços.


Fica por afinar guardar o melhor da paciência, dedicação e empenho ao maridão [os filhos normalmente têm via verde em tudo]. Em manifesto


Comentários

  1. Concordo a 200%. É pá, tal e qual!

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  2. Mas a que horas janta e vai para a cama a criançada?? Aqui não conseguimos jantar todos antes das 20h30 e elas nunca vão para a cama antes das 21h30/21h45. Tempo para estar a dois descansados é quase NULO :(.

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    1. vão para a cama às 20h30/45 e depois temos vida de crescidos. amigos a jantar, nossos ou da tanica, jantar à mesa a filmes. tem de ser se não eles andam de rastos e nós tb

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Boa noite! O meu comentário não tem a ver com este post e é apenas uma curiosidade: porque tratam os vossos filhos por você e eles vos tratam a vocês também? Não é uma crítica, aliás nem tinha que ser como é óbvio, é mesmo só curiosidade :)
    Já agora, sigo o blog há pouco tempo, descobri-o por acaso a fiquei de imediato vossa fã, são mesmo uma família especial :)
    Catarina

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  5. Olá Catarina. Boa pergunta, não ha uma razão na verdade. Foi assim comigo e connosco e por isso é como me/nos dá jeito. Quando trato por tu, às vezes na brincadeira, soa a bruto e muito forte não sei explicar. A tania mais velha tratamos por tu e não me faz tanta confusão. Dito isto não ha uma razão, é so assim sem explicação.
    Beijinhos e obrigada pela mensagem

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