Cada casa é uma casa e em cada um sabe de si, partilho o que se passa lá em casa a quem interessar. porque eu também gostava de saber e arranjar novas brincadeiras.
4/30/2018
Cenas com que não brincam em casa
Cada casa é uma casa e em cada um sabe de si, partilho o que se passa lá em casa a quem interessar. porque eu também gostava de saber e arranjar novas brincadeiras.
4/18/2018
o limite
há semanas que sei que ando perto de lhe chegar mas ainda só quase tocava. hoje atingiu-me em cheio.
está coisa de alugar a casa foi uma ideia maluca sabíamos bem. achei que se fazia, achamos todos, mas soubemos hoje que não.
tudo se conjugou para isso. coisas não graves mas que impactam. férias que não deu para tirar, lisa com filhos doentes, Matilde com um acidente de carro e tudo a ser gerido no limite, limite deu.
full time de tudo é 10 bolas no ar talvez não seja boa ideia. pelo menos não sempre.
as pessoas chegaram e acharam que não estava em condições posso não concordar mas percebo que se acham isso o melhor é irem embora. não era o que queria mas a verdade é que menos que tudo queria está situação. levam tudo de volta, levam um bocadinho do que demos, menos do que deveríamos mas mais do que conseguíamos agora.
alugar agora era pura loucura e eu tenho de aprender melhor a definir os meus/nossos limites. morro de pensar que desiludo alguém mas nunca me lembro de pensar que há alturas que não dá para mais e está tudo bem.
fiquei com vontade de nunca mais me meter nisto. não quero nunca passar outra vez pela sensação de ter alguém desconfortável numa casa onde somos tão felizes. se calhar viram mal ao que vinham, se calhar vimos nós mal ao que nos entregávamos. nada disto é grave, sei bem. é só trabalhoso tirar vidas de gavetas.
tenho dificuldade em definir os meus limites. detesto falhar mas nada como a vida para nos mostrar caminho e voltarmos à linha. desprendimento sim, corda bamba nem tanto.
Filipe prometo que vou deixar estas palhaçadas de lado e focar no que me falaste das festas, o resto tudo que preciso de fazer. e tudo o resto da lista que não é esta.
desabafos ou limites estão na ordem deste dia em que há 9 anos nem sonhava ser, apesar de tudo, tão completo.
do fundo do túnel para a luz
Há um mês que soubemos que o tumor da cabeça da minha mãe desapareceu surpreendemente. Soubemos disto num dia especial, aquele em que começamos a namorar, que soubemos que iamos ter o manel e que o zé maria tinha trissomia 21, dia 21 de março. Um dia não são dias e eu não digo a ninguém mas este dia é sem duvida especial. Foram muitas emoções como imaginam, tantas que não tinha palavras para explicar.
As enfermeiras e médicas choraram à saída do exame e nós corremos para lá, passámos a comprar gelados e festejamos as novas possibilidades que a vida mais uma vez nos deu.
Depois disso fomos virar tudo o resto e perceber o que ainda ficava por resolver. Uma alegria contida com medo de estragar com as noticias seguintes. Vieram uma a uma, algumas inconclusivas outras dolorosas e no fim mais uma vez o desfecho surpreende e não há mais nada de cancro, há afinal uma bruta de uma infeção nas costas que é preciso travar. Tudo focado na coluna e chegamos ao bicho a matar que é bem mais fácil do que o plano sem plano inicial. Respiramos de alivio alternado com a ajuda à dor que ainda existe.
Difícil de explicar a alegria, a confusão e o medo de quem vai neste carrossel. Cada dia parece mais fácil mas sabemos que teremos ainda muitos loopings até tudo isto estar resolvido. A mãe está mais forte mas parece mais fraca. Nós parecemos mais fracos mas estamos muito mais fracos.
Quero muito agradecer a todos os que têm acompanhado este caminho. Todos os que têm rezado, torcido e enviado energias. Estou certa que fizeram parte desta cura milagrosa.
E todo um mundo de oportunidades volta a nascer para ela e para nós que vivemos tão perto.
Obrigada por todo o caminho que fizeram connosco, comigo. Nunca me vou esquecer. ♡
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