6/17/2018

o grito do epiranga de quem está a 1 dia de acabar as vacances

Depois de um diazão de praia, salgados e a caminho de casa fiz um desvio para a roda gigante, carroceis, cachorros e algodão doce. Porque a vida é uma montanha russa e eu precisava de liberdade de movimentos e gritos antes de voltar à labuta na segunda. 

De fato de banho (o Xavier nem isso) e impermeáveis como manda a lenda. Não há constipação que pegue esta alegria. 

Chegamos lisos ao circo montado, o multibanco era logo ali mas afinal eram 2kms. Ratos entusiasmados mas sem pernas depois de 6 horas de ondas e castelos. Acartei com eles o mais que pude e quando cheguei ao bendito MB dentro do Sr continente saquei de um carrinho que a procissão ainda ia no adro. Lei da multiplicação e fomos felices los 4.

Levantamos voo mesmo sem ver o aeroporto de tires.
E andar de roda gigante no dia de mais vento do ano é tão boa ideia como outra qualquer 🎡

Até dar a volta ao estômago de tanta volta que dá. Depois de enfardar, ou durante. Não sei o que diz a regra mas nós seguimos sempre à risca.

Chegámos a casa às nove e meia, hoje dormem salgados como o bacalhau e amanhã em podendo repetimos a dose.










6/15/2018

O fenisga, a batéria e o vai e volta




A história não é linear, nunca é.
O fenisga, nome de código que damos ao raio do linfoma do sistema nervoso central para não o lembrar a cada vez que falamos dele, desapareceu. Já tinha contado mas fica sempre bem reforçar para animar o meu ego. Em janeiro não era isso que a médica pensava, nem em fevereiro, em março veio a suspeita de que tudo aquilo que parecia um cenário perdido podia ser “só” uma infeção. Na altura instalou-se tudo: alegria sem medida e raiva por todo o sofrimento que podia ser evitado.

Agora, alguns meses depois, e volvidas de 9 semanas de antibiótico os sentimentos são muito parecidos mas com menos intensidade. Continuam pontas soltas e coisas para fazer para garantir o sucesso do resultado e isso domina o mindset. Depois disto beberemos ao fim e até tiramos tudo o que de bom houver para sacar deste caminho (tantas vezes das pedras).

No fim da lista está o tal autotransplante. Ser dador de medula para si própria depois de limpar o sistema com uma dose de quimio cavalar. É assustador mas promete um sucesso de 70% a um risco baixo e por isso dentro de tudo parece um sonho.

E perguntam vocês, e bem, e porquê que ainda não fez? Porque tem uma porcaria duma infeção na coluna, a que enganou a médica de oncologia e nos levou a todos a acreditar que tava perdido. A p&¥@ da infeção tem comido a coluna da minha Ritinha dando-lhe umas dores muito fora do razoável. Já foi operada para reconstruir, leva antibiótico na veia há 9 semanas e agora levanta suspeitas de não estar resolvida e por isso adia a decisão de avançar já para autotransplante uma semana.

Irritante sem dúvida, principalmente para a minha querida mãe, mas sem dúvida mais seguro. 

Este jogo do vai e volta parece estupido, parece que ninguém sabe bem o que vai ser amanhã mas a verdade é que nos foi muito bem explicado o caminho. Os porquês, os riscos e as vantagens. Voltamos a Portugal uma semana para garantir que voltamos com uma certeza de que podemos avançar com toda a segurança.

Pelo caminho aproveitamos o sol espetacular que diz que chegou a lisboa e recarregamos a pilha.

900 quilómetros e estamos de volta a casa por mais uns dias.

Obrigada por todo o apoio incrível.



6/11/2018

timtim on the way

sabemos que é no plural é nome de tomatinhos, mas que se dane, precisamos mesmo é que venha cheio deles lá entre as pernas e na garra de viver.

Ao 4º rapaz fica cada vez mais difícil escolher.
martim tinha sido uma opção ao xavier mas a verdade é que queria tanto um xavi que martim era só a fingir ao joão que tínhamos opções.

depois lá para o fim da gravidez chegámos à conclusão que gostávamos os dois de Luis, o joão ainda tentou por em cima da mesa mas rematei com um "fica para a próxima" sem pensar muito que ia mesmo haver uma próxima.

desta feita, vista a pilinha a nadar às 12 semanas Luis foi o primeiro que saltou. Fonix não devia ter dito aquilo daquela vez, pensei eu de que. não que não goste, gosto muito, mas é muito sério para nós. e passamos a vida a chamar aos outros sempre que é para tirar o dedo do nariz.

não havendo mais opções era essa a que tínhamos. até que me lembrei de Gaspar, mais diferente mas curtinho como eu gosto. joão gostou também e a batalha parecia ganha. fácil demais para ser à primeira (ou segunda) a Tanica detesta e diz que é nome de fantasma. damn it. fantasminha? mas isso é de que ano? não lembra a ninguém, além do mais é Casper o tipo. gasparinho é na versão portuguesa do erverto lister (sei que não é assim o nome mas é o que me lembro do esquadrão classe A).

avós também não mostraram grande entusiasmo e o problema volta ao mesmo: Luis, Gaspar ou (relembrou-se o manel) Martim. não nézinho, é muito dado e depois são 7 na mesma turma com o mesmo nome, coitado do mini Amado. #SQN aparentemente a moda está a passar e o nome tem acalmado. nas ultimas semanas a todo o lado onde vou (que meta crianças) pergunto quantas mini pessoas passaram por lá de martins: diz que tem diminuido.

parece surgir uma luz ao fundo do túnel. chega um dia a casa o manel e diz "ohh mãe eu queria muito que fosse martim, era o timtim, e na escola só há 1. vá lá mãe, vá láaaaa". é meio que irresistível, mesmo que esteja a mentir na parte da escola, não sabemos.

a tanica acha que o subornei mas no fundo até está contente porque prefere a Gaspar. preferia mais que todos Luis e combinamos então que fica para neto (já não me enganam), embora no fundo eu ache que ela vai ser a minha miuda das miúdas.

assim sendo, senhores e senhoras, meninos e meninas, apresento-vos timtim ou martim amado para os amigos.








[de resto tudo bem na eco. 200 gramas de gente, tamanhos todos na média fora a pilinha que continua a destoar. engordei 5 kg e tou em transe, nunca me tinha acontecido em nenhuma gravidez. dieta urgente e um pt se calhar, ou 5. pode são ser grave mas sei bem o que vou penar para os perder. buaaahhhh.]

6/04/2018

caravanating até cair o motor

fomos buscar a carripana às 17h30 como combinado. aprendemos os afazeres de águas, energia e esgotos; as mil e uma chaves e uma casa às costas.

o plano era levar para lá todas as nossas tralhas e tornar-nos caracol. lençóis, almofadas, mantas, colchas, panelas, pratos, talheres e bons petiscos para a malta toda. avós foram ver no que nos íamos meter e a tanica ficou a dizer adeus de lenço branco. pena não poder ela não poder vir. 

arrancámos a fundo num misto de nervoso e excitação. era sonho antigo que com tanto cansaço não soube logo a férias, as aventuras tornaram o espírito mais claro.

fomos então em direcção a S. Pedro de Moel uma praia aconselhada para caracóis como nós. auto-estrada, montes e vales e finalmente estacionados no breu da noite. grilos de fundo e noodles para o jantar. eles estavam em delírio e nós contentes mas a delirar por cair na cena a que chamam cama. 1a noite top, só não dormi mais profunda porque eles tiveram sede e eu medo de que me entrassem pela casa a dentro. 

acordaram no entusiasmo de ver onde estávamos. quando abri a pestana estavam o Manel e zé sentados ao volante de pernil esticado a apreciar a vista. 
quando a energia deixou fizemos ovos mexidos para a malta toda e partiram para as dunas até a praia. 

chuvinha na tromba para abrir a pestana, banho no caracol (água morna ainda a aprender as lides da cena) e arranca que é Cardoso. fomos em direcção a norte, com o objectivo de passar a almoçar com o avô Tonas e mais acima no Gerês com amigos queridos. resto dos planos passavam por aproveitar o caminho sem grandes stresses.

saímos algures em cantanhede a ver no que dava. almoçamos naqueles restaurantes típicos em que uma dose dá para 3 e ainda sobra para o jantar. assim foi: broa com couves e bacalhau para o jantar no frigo e arranca. diz que há piscinas naturais na zona, numa aldeia pequena é histórica. let's go. aldeia de postal e piscinas que eram no meio de riachos. tudo lá para dentro (menos nós) aproveitar a vida. não estava nem quente nem fria: estava gelada. diz que faz bem ao coração. de caminho para cima compramos na banca da rua um bolo típico se ansã e tudo fazia sentido. brincaram no parque enquanto os pais respiravam e procuravam próximas coordenadas. 

praia da tocha parecia o destino seguinte perfeito. tudo no caracol e lá vamos nós. à chegada verificamos que é provavelmente a praia que no mundo tem mais avisos anti-caravanas. damn it. malas que vêem por bem e nessa sequência descobrimos  a recomendação de um spot ao lado dum lago tirado dalgum sonho de quem queria férias de caravana. Manel ficou louco com a possibilidade e pesca, zecas fisgado no potencial dos sapos e xavi nos patos. joka em compensação promete caça a lagostins ao cair da noite e acabamos com tudo isto, sopa de tomate e o tal bacalhau. 

quando a noite cerrou caímos todos sem medo nem sede de nada. 

dia seguinte começou sem chuva nem tempestade. fomos encher depósito de água para nos banharmos à rei. finalmente descobri os 70 graus de água prometidos, delírio de uma baleia como eu. enquanto eles trepavam montes de madeiras e pinhas a patos a mãe banhava-se. seguiram-se eles todos e estávamos bonitos e cheirosos para almoço de famelga. GPS orientado e lá vamos nós estada acima. pela primeira vez na viagem conseguimos entrete-los e irmos os dois à frente com a criançada nos livros e Torres atrás. é que nos filmes é essa a realidade mas na vida real a atenção que nos pedem é sempre de maior intensidade que o previsto. música maestro e quando o caminho parecia livre e o Manel contava os 20 minutos que faltavam o motor faz um barulho estranho que acaba numa cena aparentemente importante no chão e uma fumarada sair do sítio do motor.
encostar à berma, tirar criançada do barraco em segurança, extintor e 112 para os azares.

joka a dar o litro e nós de plateia a metros. chegou a GNR e arregalou os olhos, depois a ascendi com os pinos de segurança e por fim os bombeiros para acabar com fuminhos. todos cheios de boas intenções mas nenhum deles responsável por aquele arraial. tinha de ser a assistência em viagem a resolver e nada de grandes esperanças que o motor estava no chão. raios. plano de caracol pelo canudo. sem ideia nenhuma do que se seguia o melhor é ligar ao pai e garantir um colo. assim foi. mais rápido que a assistência e reboque. deu tempo de fazer malas e acalmar almas. quando chegou corremos-lhe para os braços e deixamos a caravana dos sonhos para trás. foi de reboque. sr dono dela havia de se responsabilizar ou assim achámos nós. connosco a história nunca é linear. há quem diga que é mais divertido, outros dias é só irritante mas dá boas histórias para contar.

por sorte ou porque tinha de ser tínhamos uma família querida, mesa posta e camas feitas para nos receber. 

lembrei-me de ouvir falar numa terra do sempre, em oposição aquela do nunca que parece ser a que nos acontece. o nunca acontece acontece-nos sempre e por isso bora lá tentar essa solução segura.
assim foi: a Bárbara salvou-nos a semana de férias sem casa nem motor. passamos por casa a deixar roupa de viagem e beijar  a tanica de largada. quando a voltarmos  a ver está mais velha e nós mais descansados. se tudo correr como previsto.

nas cenas dos próximos episódios contamos-vos mais sobre isso. para já o plano B parece melhor que o tal sonho da caravana. é que nos sonhos não temos dimensão de tempo e espaço que não temos num espaço tão pequeno e tão intenso. nem de obcessões de limpezas, nem motores a arder.

foi como tinha de ser. está tudo bem e vai ser ainda melhor. o melhor é parar que isto vai longo.