sobre a nossa viagem ao mundo encantado da disney

A primeira viagem de avião da minha vida foi à disney. A minha avó vendeu qualquer coisa valiosa  levou os filhos e netos todos à disney no ano de abertura. Uma loucura. Lembro-me como se fosse hoje. A alegria de todos. Lembro-me da minha mãe delirar com todos os detalhes daquele mundo dos desenhos animados. De como o Castelo da Cinderela era mesmo real e todos os bonecos existiam. Mesmo que pudesse desconfiar que ali debaixo estavam pessoas era impossível não acreditar um bocadinho.
Depois as montanhas russas e a adrenalina de nos sentirmos entre o voar e o panicar mas fechávamos os olhos e acreditávamos que ia correr bem. E era muito melhor que o esperado. Umas atrás das outras como se não tivessem fim. Lembro-me de um espetáculo tipo musical. Lembro-me da parada e do barulho bom que faziam à passagem. Lembro-me de jantar no restaurante do búfalo bill e achar tudo aquilo uma cowboyada e lembro-me de me sentir mesmo sortuda. e de termos impermeáveis amarelos porque chovia.
Fizemos as contas há uns dias e tinha 8 anos. A idade que tem hoje o né.

Voltei várias vezes depois acho que sempre à procura dessa primeira emoção. Dessa alegria incrível. Da magia. Sempre que voltava acreditava menos (Claro, era muito mais velha) mas percebia cada vez melhor o delírio de olhar para todos os detalhes pensados ao pormenor.

A ideia de os levar era que sentissem exactamente o mesmo. Que acreditassem que o imaginário pode mesmo existir. Que entrassem naquele sonho depois de um ano de uma realidade menos sonhadora. Hoje os miúdos têm mais desenhos animados que os nossos quase só da Disney, não conhecem tão bem o histórico e por isso acho que não entram tanto nas personagens. Andam em mais montanhas russas e se calhar vêm mais musicais/festivais que nós. Por isso não sei se será tão especial como eu senti mas continua a ser um mundo mágico. Uma excitação e nervoso miudinho quando vemos o Mickey lâ ao fundo. Borboletas na barriga com cada subida e gritos de alegria à deslizar entre curvas. E tal como no meu sonho: vibraram. O Manel queria mais e mais adrenalina e fazia tudo para se superar a casa descida. O zé parecia em ácidos de tanta alegria. Palmeou o parque dia e noite sem nunca se queixar das pernas, sem nunca adormecer, sempre a querer entrar em mais uma aventura. O xavi estava mais na onda do pasmado, do "Fonix esta cena existe mesmo", até o darth vader que é "dos crescidos" tá cá e fala comigo. Apanhou uma virose pelo meio que o deixou mais prostrado mas ainda assim não se cansa de anunciar que foi à terra do Mickey e tudo aquilo existia.

A primeira viagem de avião da tanica foi também a Paris e passou também por lá. Essa não tenho duvidas que a deixou pasmada e até à beira da lágrima no espetáculo do fim, esta vez foi mais de consolidação. De aproveitar o mais que podia a adrelanina e vibrar com a vibração dos manos.

Para nós pais é um misto de alegria por contágio, por recordação, por cada detalhe tão bem pensado (como a mãe) e uma boa dose de cansaço para garantir estabilidade/sanidade dos miudos.

Era tudo incrível. A verdade é que tudo tuso talvez fosse demais e por isso achamos importante que notassem a sorte que tinham. Que não eram precisas mais pipocas nem algodão doce, o pan au chocolat do pequeno almoço, enfiado na mochila, servia bem para a alegria. E não precisamos de mais bonecos, nem bonés nem nada do que lá se vendia a todo o canto. Trouxeram de recuerdo uma moeda da Disney cada, para quando daqui  muitos anos tiverem a arrumar a vida se lembrarem desta alegria.

Reforço só que para os pais a alegria mete também gerir cansaço, filas de 40 min, chichi, cocós, reservas de almoço e músculos a dobrar para a falta deles nos minis. E birras. Deles porque tão cansados  nossas pelas mesmas razões. Estar 40 minutos numa fila com 3 miudos para depois ter 10 minutos de loucura parece uma coisa meio marada, mas a verdade é que fora o racional criam -se capacidades de espera, tempo colados e mãos dadas para a aventura.

Se precisamos daquilo para ser felizes: não. Mas lá que nós da uma grande felicidade ir dá, e esta já ninguém nos tira ♡

A pedido de várias famílias aqui vão dicas:
- ir durante a semana que há menos gente
- Ir na primavera/verão porque está aberto mais horas
- ficar nos hotéis "secundários" da Disney chega e sobra. Roubar comida no pequeno almoço para os lanches do dia. Pedir quarto familiar/comunicante. Ir com pensão completa elimina problemas e obriga a parar,  custa ligeiramente mais e melhor é reservar restaurantes onde ir previamente. Não faltar ao restaurante do ratatui não pela comida mas pelo décor, de resto são todos mais ou menos bons contando que não se vai de dieta.
- sacar a App da Disney pars ver tempos de espera e proximos "programas"
- atrações por ordem de alegria: ratatui, simulador star wars, aerosmith, tartarugas, hotel hollywood (para "corajosos"), peter pan, Pinóquio,mina, hiper spacemountain, espetáculo do Mickey (agora é o de magia), parada e último, mas que devia ser primeiro: espetáculo de encerramento. Bruuutaaalll
- tirar fast passes de manhã para optimizar o dia.
- levar carrinho bengala para a permite aguda dela.
- mochila com casacos, águas e protetor solar (à prova de tudo portanto).
- photopass da acesso a todas as fotos tiradas pelos fotógrafos do parque, emprestaram-nos 1 e foi bem nice. Não sei se dava os 74 euros, se calhar.
- se o parque estiver cheio de maia reclamar: deram-me 3 passes para 3 atracções por reclamar todas as atrações  120 minutos de distância.
- se vão poucos dias comprar fastpass para usar as filas mais pequenas sem limites
- pass verde para quem não pode ou não sabe esperar por alguma dificuldade física ou cognitiva. Não pedimos porque não é o nosso caso. Apesar de poder dar acesso a tudo sem filas o zé não precisa, nem nenhum dos outros. Não posso querer que olhem para ele com as mesmas capacidades e porque me da jeito mudo de ideias. De qualquer  maneira acho muito relevante para miudos com autismo, ou colites ou outras limitações que não os deixem ficar parados mais de 20 min nas filas.

















Se por um lado é cansativo ir com filhos, por outro é potenciado tudo o de melhor que há em nós de lhes ver aquela alegria estampada.

Comentários

  1. Que belo relato Rosa! Quando foram?
    Tenciono ir com as minhas Trincesas em Setembro também durante a semana - também lá fui a 1ª vez quando Abril, voltei anos mais tarde com o meu marido (na altura namorado). Agora regresso com as filhotas (uma de 9 e duas de 6 na altura), espero que se divirtam tanto quanto eu me diverti...eu já estou em pulgas e elas também! Será o seu batismo de voo, de RER, de barco..enfim, será uma semana de muitas novidades!

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