6/26/2019

A mãe bazou parte II

disclaimer \ preambulo – dividir textos em partes cria expectativas que podem não ser as mais correctas. O objectivo aqui é apenas partilhar experiencias como aqueles filmes “baseados em eventos reais” que nos possamos reconhecer em situações parecidas e dar mais valor ao que é simples e bom e que nós tornamos complicado e cansativo. Como diz o provérbio: “Quem corre por gosto não cansa” (de qualquer maneira o autor do provérbio não deve ter tido 5 filhos nem corrido a maratona)


Parte II

São 20 horas e estamos na linha de montagem para vestir o pijama.
O tempo é tão relativo e às vezes a missão exageradamente complicada, que encontrar 3 pijamas cuja parte de cima e parte de baixo são um match em marca, modelo e tamanho consegue ser um dos maiores sucessos do dia. Qual powerpoint, excel ou word tramado…
Chegar à linha de montagem de vestir roupa de Los Amados, seja de manhã ou de noite, consegue trazer ansiedade à pessoa mais calma do mundo. Esta linha de montagem não é mais de que 3 crianças em linha que têm que vestir 3 partes de roupa, cuecas, parte de cima e parte de baixo, de preferência nos sítios certo e em determinada ordem.
20h10 – pijamas encontrados. Criança 4 no chão entregue à sorte. Crianças 1,2 e 3 em linha. Toalhas no chão e…go! Criança 1 põe cuecas e passa para calças, criança 2 vai para por cuecas e criança 3… Bem, criança 3 desapareceu da linha… vou procurar. Encontro criança 3, trago-a de volta para a linha e põe cuecas. Voltamos a criança 1 que já deve estar a acabar e… não. Está na mesma mas a olhar para o infinito. Muito pensam estas crianças… Chamamos criança 1 para a realidade, e veste a parte de cima. Passamos para criança 2 e… já se despiu outra vez e escondeu a roupa… Vamos à procura do meio pijama que ele despiu e escondeu e não esclarece o que aconteceu. Encontramos. Voltamos a por cuecas e parte de baixo. Vamos a criança 3. Desapareceu outra vez… Este Xavi… ou vai ser mágico ou viajante (apesar de ele dizer que vai ser professor dos médicos – bazófia para um miúdo de 4 anos que ainda não percebeu que 1+1=2) porque desaparece sempre nas alturas que é preciso estar quieto.
Voltamos à criança 1 que continua a sonhar acordado e não vestiu a parte de cima – pequeno berro “veste!!” Passamos para criança 2, já tem a parte de cima vestida, mas tirou outra vez a parte de baixo. Desisto. E por desistir quero dizer, agarrei em 3 braços (1 de cada criança – acho eu) e a linha de montagem é agora um vestir forçado de roupa, peça a peça sem ninguém fugir e se despir outra vez.
20h30 – Prontos e vestidos. Fácil. Vamos para jantar. É só aquecer e dividir.
20h31 – Tudo a comer e calados. Finalmente perceberam quem manda.
20h32 – Ligeira sensação de me estar a esquecer de alguma coisa
20h33 – Lembro-me que criança 4 ficou sentado no quarto largado à sua sorte
20h35 – Estamos os 5 + cadela surda na casa de jantar. Não há choros, não há cocós, não há pedidos. TOP!
20h45 – Saímos da mesa. Crianças 2 e 3 pedem-me de mão juntas: “pofavô, brincar aos PJ Masks”
20h50 – Estamos a brincar aos PJ Masks. Sou a “corujinha”. Sou sempre a corujinha. Eles são o Geko e o cat boy. Fazemos gestos de por cintos de segurança no nosso carro imaginário. Os PJ Masks têm poderes muito uteis. O Geko arrasta-se pelo chão e o Cat Boy corre dum lado para o outro. Ninguém me explica o que faz a corujinha.
21h00 – Contrariamente à teoria obrigo-os a ver um desenho animado. Preciso de descanso.
21h30 – Acordo sobressaltado no sofá. Está tudo a dormir no sófá, cadela a dormir no chão.
Fico em pulgas! Só falta carregar tudo ao colo, deitá-los e ver um filme! Como os pequenos objectivos minimalistas nos parecem o melhor plano do mundo…
Parecia fácil e que tudo estava controlado…. Pensava eu…



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