7/24/2014

Casa dos avós

À quarta é dia de casa da avó.
Esta semana foi à quinta para apanhar o avô que veio de angola. Levam sacos com o pijama para a escola ou tenho de pedir a minha mãe que lá passe em casa a buscar, nos dias em que saio a correr e me esqueço, como foi o dia de hoje.

É dia de festa para todos. Viram a casa ao contrário e como são netos podem, netos podem tudo que ninguém se chateia.  Mesmo em casa de avós paranóicas da arrumação. Tomam banho na banheira quase piscina, saltam na cama nus, dançam anselmo ralf em modo repeat, cortam as unhas dos pés e das mãos e o zé ainda leva una jeitos na franja quando é preciso. O delirio.
Jantam hambúrgueres ou croquetes mini feitos para eles e salada de fruta cortadinha.

Os outros tios também vão e quando sabemos deles. As vezes aparecem namoradas, mais mulheres é sempre divertido. A tania adora todas e todas gostam dela, também gostam de nós mas menos!

Jantamos todos e ficamos até dar, voltamos quando nós ou eles estão de rastos.

Quando jantamos o manel tem direito a ipad, momento quase único nos dias de hoje. Em menos de 5 minutos larga-o para comer azeitonas ao colo do avô ou provocar alguém que esteja a jantar.
Chegam a casa em braços e directos para a cama, ninguém reclama, estamos todos habituados.



Se tivesse tempo era mãe e avó todos os dias, não sou mas não preciso porque há quartas ou quintas e temos imensa sorte.

7/22/2014

quando no maputo quase tudo eram rosas

antes de sermos tantos eramos só dois e morámos em maputo. às vezes dá saudades, imensas. Ultimamente tenho-me lembrado vezes sem conta desta aventura tão nossa, a nossa casa era a casa de todos e era top!

também tinhamos um blog e aqui fica um texto:

Aventuras no Kruger

Pois é, ontem saímos pela fresquinha rumo ao kruger park!
levamos pic nic e maquinas e às 7h ja estávamos na estrada (extraordinário para o joka que adora dormir e para mim que detesto manhãs que começam ainda de noite..!)

A viagem foi uma animação, daqui ao kruger são 100km numa estrada óptima. Passamos por uma primeira fronteira para sair de moçambique e numa segunda para estar na África do sul... entre elas muitas papelada para preencher.

As 9h estávamos no kruger prontos para a bicharada! compramos mapa e lá fomos nós atrás deles... vimos lilifantes, hipopotamos, crocodilos, búfalos, empalas aos mil, javalis, girafas enormes, macacos tudo a um passo de nás. O leão claramente fugiu de nós talvez porque o joka não tinha lavado os dentes! fizemos picnicada num sito com protecções e cenas que os leões não gostam mas os pássaros adoram! inacreditavelmente tínhamos 20 pássaros a lutar por bocadinhos de pão ou o que quer que seja que lhes atirássemos.

Depois de horas e mais horas e já quase com o carro a parar de sede viemos embora, eram 4 da tarde. 

Adorámos, para mim a sensação era que estávamos no Jurassic Park, fico contente que não tenha tido o mesmo fim que o filme.

De volta a história era a mesma, 100 km e duas fronteiras, uma delas com o visto que tanto queríamos e precisávamos!
Passamos a primeira e tudo nice e quando estávamos à espera do visto na segunda conhecemos uma backpacker que precisava de boleia para os esmaputo. Dez minutos depois tínhamos o visto e a americana no carro a caminho de maputo.

Chama-se Alithea e anda há dois anos a viajar pelo mundo... já esteve em todo o lado e mais algum e aparentemente tinha histórias interessantíssimas para contar....
" e onde queres que te deixe em maputo?"
"nao sei, não tenho sitio para ficar!"
"podes ficar connosco se quiseres, temos 2 quartos a mais..!"

Dito e feito, veio e ficou..! conhecendo mais a fundo era toda hippie e devia muito pouco à inteligência mas tava connosco e era bem vinda! queria pagar tudo e dar-nos dinheiro por tudo mas nao era essa a nossa ideia por isso negociamos um meio termos e fomos os 3 jantar fora comer comida portuguesa, pais esse que ela nem sabia onde ficava!

o jantar foi animado mas pelas razões acima explicadas não foi um boião de cultura nem tão pouco recheado de aventuras pelo mundo mas foi nice!

A ideia dela era ir para a praia e lá lhe arranjamos maneira de ir. Ás 5h da manhã o joãozinho muito querido ofereceu-se para a levar a camioneta e a essa mesma hora ela pediu um group hug de despedida! tinha sido óptimo não tivesse sido às 5 da matina!

Deixou um bilhete no quarto que dizia:
de rir!!!!!


Muito giro o fim de semana! viva o Jerome e o leão que não vimos..!

7/21/2014

Tudo ou nada

A semana passada foi a semana do tudo ou nada.
Semana de exame da tania e dar tudo para ela conseguir sem saber bem como. Saber que ela sabia tudo mas não conseguiu tornou o desafio maior mas conseguimos. É esperar pela nota e festejar.

Semana da varicela que era uma pulga.  [Espero que já tenha fugido.]
Semana de anos da mãe e nós sem nada para lhe dar.
Semana de reuniões na escola a preparar o proximo ano.

Semana com uma quantidade de trabalho pornografica em que tudo tinha de correr bem. O menos importante mas o que tem mais impacto no dia a dia e desfaz a cabeça.

E esta semana não há mais da outra, porque já passou: a tania, a varicela e o caos.  Vamos aproveitar o verão e as noites na varanda. Banhos de alguidar e ter bom feitio que com o caos tem andado de férias.

7/17/2014

Exames, exames, exames...exames

Andei numa frustração em simultâneo com as ansiedades por causa do exame. 
Tentei mais uma vez e desta com estudo e esforço. Arranjar mil e uma maneiras para estudar e perceber toda a matéria. 
Matéria que já não tocava há um ano, a estudar sozinha, com ajuda do J Bernardo e a exigência e método da Rosinha. 
Hoje fui, mais uma vez fazer o maldito exame. Para acalmar o meu amigo constante, o sistema nervoso, fui com a Rosinha beber uma "jola" logo pela manhã e os ânimos levantaram-se...obrigada Rosinha.
Mas entre fazer o exame e o dia do mesmo, recebi um incentivo e um apoio constante da minha família, amigos mas principalmente dos meus pais. Nunca questionaram as minhas capacidades, sempre a dizerem para ter confiança, para acreditar em mim. Sofreram comigo, ficaram nervosas por minha causa. Ter este apoio é fundamental para não desistir e conseguir fazer o melhor. 
Agora, em relação ao exame...vamos a ver...

7/14/2014

vazio de horas de trabalho

Há dias que está tudo errado.
Tenho um trabalho supostamente óptimo, que toda a gente queria ter incluindo eu. Esse trabalho tem dias. Dias normais e dias em que fazes coisas grandes. Em que tudo a nossa volta devia ser perfeito. Dias em que as decisões que tomas passam por quinhentas pessoas, em que essas decisões se tornam ridiculamente irrelevantes mas que tu já as sentes como problemas de estado. 

Dias em que se passam horas a trabalhar, estás de rastos e tens saudades de casa, deles ao colo, até de fraldas por trocar e estás a milhas disso. Dias em que pensas se a tua parte tem alguma utilidade na verdade, se tens valor acrescentado e mesmo se mais valia não dizer nada. Não vivo muito bem com não ter valor acrescentado, chateia-me brutalmente, mas há dias que não tenho. 

Depois tentas fazer isso tudo porque não queres coadunar com nada daquilo e marcas o teu ponto. Olham para ti como se tivesses doente e não adianta de muito. Realizas que tens importância zero e fica a dúvida se isso algum dia vai mudar. Lá no fundo sabes que até podes fundamentar tudo aquilo e vai fazer sentido mas às tantas não vale a pena. Sentes-te criticado por ter cão e por não ter.

E as pessoas não se tratam bem umas às outras, às vezes. Trabalham contigo juntos para o mesmo objectivo mas pensam constantemente em si próprios e atropelam-se. Se for preciso passam por cima de ti em dois tempos. É assim em quase todo o lado, não se percebe.

Nisto perdes uns minutos para alinhar a vida pessoal e o irrelevante que perdeste nesse tempo parece outra vez um elefante gigante nesta coisa tão gira que fazes no trabalho. Trabalho que tanta gente queria ter, incluindo tu.

É um trabalho giro e desafiante, muitos dias, depois há outros em que é uma bosta e tu te sentes igual a isso mesmo. E não podes reclamar porque é top, mas podes porque nada é só perfeito e no trabalho isso é especialmente verdade. E tenho tido muitos dias imperfeitos no trabalho.

Futebol e outros remédios

Toda a gente tem escapes. Toda a gente. Há quem leia, há quem desligue, há quem corra, há quem se feche na música. Outros passam a vida nas redes sociais, mensagens, ou conversas por telefone.

O meu escape é o futebol. Tudo o que é futebol me relaxa, me encanta e me fascina. Pode ser estúpido, pode ser fútil, ou mesmo inútil se olharmos para "the big picture", mas de facto faz parte de mim. Já pensei tantas vezes nisto que nem consigo explicar a quem deveria saber. Há coisas piores e coisas melhores. A minha mãe cedo percebeu e cedo me "deixou" ser assim.

Nos meus tempos livres, ou quando preciso de relaxar viro-me para o futebol. Seja num jornal, na tv, ou num jogo, ajuda-me e mais, dá-me prazer.

Escrevo isto porque ninguém percebeu porque eu queria acompanhar o mundial de perto. Porque é que eu tenho nomes de jogadores, histórias e dados que não lembram a ninguém. Sou assim e não me quero importar de ser assim.

E porque não?

Viva o Belém e o resto é conversa!!


7/10/2014

Sem um telefone

Tenho dois telefones, um do trabalho e outro pessoal. No pessoal moram os meus amigos e no outro só trabalho e os contactos sos e fotos.

Um destes dias, há um mês, perdi o telefone pessoal.
Dei por isso a chegar ao trabalho e não estava comigo, tinha a certeza que estava em casa debaixo de qualquer coisa, prometi que procurava logo. O João reclamou, a Tânia também e passaram a usar o outro.

Tenho lá 6 grupos de Whatsapp mega activos, contactos todos, fotos, apps, uma vida. Deixei de saber de todos a toda a hora, deixei de receber fotos dos bebés que nascem e dos que fazem birras, das combinações de férias e às vezes dos jantares. Ninguém tem o meu número e por isso ninguém me liga, só os sos. Há semanas que o sr do cabaz da fruta e legumes não sabe a melhor hora para deixar lá o kit, mas lá se orienta. Os avisos de promoções e afins desapareceram e já nem da clínica do pêlo tenho novidades. Sou uma péssima amiga aos dias de hoje.

Devia estar desesperada mas está a saber-me tãoooooooo bem! Ainda não o encontrei, na verdade porque não o procurei. Ainda acho que anda por lá mas neste momento estou a curtir a falta de notificações em espera e saber tudo de todos. Vou sabendo mais devagar, se calhar fico assim para sempre, vou pensar nisso.

Entretanto quem quiser falar comigo ligue para o João ou envie mensagem por email ao fb, quando puder ligo de volta. Aos que tentaram e pensam que desapareci, estou viva da silva no worries.

7/06/2014

Sobre a minha Tânia

Este fim de semana está fora, foi a casa da nini passar ao algarve. É bom para ela, está em idade disso.

A todo o lado que vamos perguntam por ela, é giro e faz todo o sentido.  Já não sabemos viver sem ela.
Numa gravidez há uma fase de anuncio, a barriga vai crescendo e as tantas a criança salta cá para fora. Quando não há isso e mais dififil explicar. Ou porque repetes a história muitaa vezes, ou porque se não contas tudo parece descabido, ou até porque já nem sabes se já contaste ou não.

Este blogue ajudou. Muitos souberam por nós outros por aqui, como se me tivessem visto grávida na rua e assim foi mais rápido para todos.

Veio comigo à holanda e se já a admirava em tanto agora admiro ainda mais. A minha mãe ficou nas lides do zé (terapia disto e daquilo e vida de bebé) e ela veio comigo ao curso. O curso na verdade era só para mim mas disse-lhe que em podendo era bom vir e ela assim o fez. Foi duro. Muitas horas e às vezes pesado, há de facto realidades difíceis e não somos indiferentes a isso, impossivel ser. Ela sempre comigo, sempre ao meu lado. Não sou de tomar imensas notas, sou mais de ouvir. Tirava algumas e quando parava ela agarrava o caderno e continuava. Tudo em inglês e ela sempre a acompanhar.  Metia-se com os miúdos que lá andavam e no fim desligavamos e íamos passear com o zé e a minha mãe.
Nessas alturas não queríamos saber de curso nenhum e foi bem divertido.

Estava aqui a pensar nisto e acho que é de partilhar porque miúdas destas não há muitas e tenho um orgulho gigante na minha. É uma grande mulher, é a minha miúda.

Adoro-te minha tónia.  Obrigada por me teres ajudado tanto estes dias. You rock!

7/03/2014

Furar o esquema

Ontem depois de um dia enorme lá chegámos. O manel não cabia em si de contente. Um atras do outro a chegar e nem queria acreditar.

Nao sabia que estávamos todos juntos e continuou sem perceber. Disse-lhe que eu tinha ido trabalhar, a tania tinha ido para casa da amiga ninine o mano para casa da carmita. Detesto mentir mas há coisas que não tem idade para perceber.

Na excitação da chegada dei-lhe uma t-shirt da holanda, igual à do pai e do zé que também dei. Delirou. Perguntou pela da tania, porque é que não tinha ela explicou que é rapariga.  Coisa boa este né. "Obrigou todos a vestir" e passeava-se como se andasse de smoking. Dormiu com ela e pediu para o mano também dormir. Deixei porque um dia não são dias e viva a holanda, devia lavar antes mas que se lixe ele estava radiante.

Hoje de manhã acordou a pedir para ir para a escola mostrar a t-shirt, às 6 da manhã apetecia-me bater-lhe. Depois foi ver tv e o golo babou-lhe a barriga. Drama.
Resolvemos o fim de mundo e passou à parte de explicar que tinha de esperar e que para ir à praia não podia levar a holanda. De repente já não queria ir. O melhor amigo não vai à praia porque o pai não deixa e ele queria ficar para lhe mostrar o raio da t-shirt. Os adultos da casa lá combinaram que podia ser e hoje ficou onde ele queria com a alegria de quem faz anos, que na verdade não faz.

Detesto facilitar nas regras do dia-a-dia porque na verdade não são muitas. Se há escola vai-se e veste-se a farda e nos dias de natação não se falta. Mas se eu também passo uns traços contínuos ( para não dizer mais) de vez em quando deixa lá o miúdo faltar um dia a praia e passear o seu orgulho pela escola.

7/02/2014

Só se vive uma vez

A grande certeza que temos é que vamos viver a vida normalmente porque não temos razão para não o fazer. É para isso que cá estamos- para viver e aproveitar a viagem.

O zé está bem e nós também. A nossa familia não se resume a ele e isso não vai passar a acontecer nem por ele nem por nós.  Claro que teremos sempre preocupações, como vamos ter com os outros e que vamos aplicar o que aprendemos, tal como os outros.

Mas isso não vai ser o centro da nossa vida. Porque a vida tem mais graça vivida do que muito pensada ou programada. Não e uma questão de inconsequência, se não interessasse não estariamos aqui. Mas isto nem resolve nem resume o que queremos na vida para nós.

Fazendo as contas orientaremos quem acharmos relevante e seguimos a vida como até agora, vivendo. E pronto.

Ps. Obrigada às minhas companheiras de viagem e de vida. Sem vocês não era a mesma coisa e não tinha sido possível.