4/18/2016

18 de abril

no dia em que me pediste em casamento falaste logo deste dia.
é o dia em que a minha querida avó Rosa faria anos e seria sempre uma maneira de a ter a festejar connosco. achei delicioso sugerires e foi mesmo. o dia em que nos casámos.

levantei-me de manhã depois de uma noite que se pode dizer descansada.
apareceu um sr para me pentear e começou a dança. a minha querida mãe claro está sempre por lá e o resto da família. depois foram chegando as madrinhas, faziam companhia, vestiam-se e vestiam-me a mim. depois a tanica e a fatinha e quando estávamos todos e chegou a hora fomos. mal sabíamos nós a importância de ter lá a nossa tanica. 
meia hora depois da hora do previsto para toda a gente ter tempo de chegar e uma temporal de fundo. vejo isso nas fotos mas na verdade no dia nem dei bem por isso.

o mais dificil de tudo foi entrar na igreja. tudo de repente a olhar para mim e eu sem saber bem o que fazer. decidi começar a acenar a todos e dizer olá, o poço de formalidade do meu pai ficou meio baralhado, o joka que já ia quase no choro mudou logo para o riso de vergonha de me ver naqueles preparos.

ao som dos primos e irmãos do joão, com o tio padre Roque no altar lá fomos nós bem casadinhos. não me lembro de nada do que disse mas lembro-me de sentir uma alegria incrível e estar a começar o que era um sonho meu contigo. rimos os dois e recheados de madrinhas e padrinhos tudo correu na perfeição.

depois foi a festa, um festão. muito mais do que precisávamos muito mais do que se podia querer. a minha mãe e o pai zé trataram de tudo. da luz ao m&m nada falhava o pantone. digno de princesas.
O turbilhão de fotos lá foi mas com os noivos a fingir, e nós, nós estávamos por lá só a absorver.

conhecíamos toda a gente na sala, fizemos questão disso. fomos entregar os convites em mão, dois meses disso mas que valeram bem a pena.

depois veio o indiana jones e entrei às cavalitas do joka pela sala a dentro. não foi uma cena prevista mas à ultima pensei que era a melhor maneira de ter tantos olhos a olhar para nós. ele ia caindo e não caiu e lá fomos nós.

a valsa foi do belenenses, os padrinhos cantaram-me um poema, o sogro uma guitarrada e os cunhados uma musica animada. do meu lado tá visto que tiveste menos sorte com artistas mas o circo estava montado.

passou a 1, as 2 ,as 3, as 4, as 5 e às 6 lá deram os friends e fomos para casa meio contrariados. 
dormimos em casa a primeira noite, a primeira noite da nossa casa. primeira de muitas, 2555 segundo diz a conta (e não contarmos com os bisextos)

foi um dia memorável, aquele em que todos estão lá por ti e pela tua felicidade, e isso sente-se.
obrigada mãe rita e pai zé por isso tudo. hoje também é o vosso dia.

sobre os outros 2555 dias meu sr amado, uns foram difíceis, outros horríveis mas a grande maioria foram de grande felicidade. o sonho do primeiro dia tem-se concretizado, vai se concretizando cada vez mais. é tipo uma viagem de montanha russa, vibras a cada subida e cada descida com as conquistas e o desarme do que aí vem.

trata bem de mim que eu trato de ti também. que venham mais 70

[credo que isto hoje vai longo]






















o noivo também teve até ao fim mas os fotógrafos só perseguem as noivas, já se sabe.

4/15/2016

O coração dela



Pois é sabíamos que ia acontecer mais cedo ou mais tarde. E até queríamos que acontecesse está claro. Que tivesse um namorado, que um dia se casasse e que fosse feliz para sempre. mesmo sabendo que isso não existe sempre, é isso que queremos para os nossos filhos.
Surge então o dia em que aparece o moço.

Sabes que esse dia se aproxima porque notas o amor no ar, não sei bem explicar como, é qualquer coisa que práli anda. Dedos colados ao telefone para responder em catadupla, uma alegria cada vez que vibra e um medo gigante que nós pudéssemos vislumbrar alguma coisa que práli se passa.

Tudo isto e até consegues bem identificar o bicho, não por ir lá a casa que isso temos muitos amigos a dar à costa mas pela tal magia. Empenho em defender remates de manel e carregar mimo de zé. Empenho nisso tudo também não é de estranhar mas lá está sente-se qualquer coisa diferente.

Chega ao dia em que ela o apresenta. Fonix, que dia. Para eles imagino que não seja mais fácil mas a tal magia dá coragem para tudo. Para nós deste lado é um incrível momento em que tudo o que te passa pela cabeça dizer e perguntar é tudo o que não podes fazer. 
Então ages naturalmente (nottt) e no limite falas do tempo. E depois eles saem, vão para a noite divertir-se e ficamos nós dois horas a dar bitaites do miúdo e em pesquisas intensivas pelo facebook [Sim já fomos ver o facebook, vergonhoso eu sei] de cenas maradas da vida dele ou potenciais erros que precisamos de evitar. E lá vai ele com o coração dela na mão.

Aos olhos dos pais nunca nenhum estará à altura. É sempre alto ou baixo demais, magro ou gordo de feio, o cabelo grande ou pequeno é sempre esquisito e a roupa, a roupa podia ser sempre melhor.

Ela cheia de programas novos e tu já nervosa a pensar que mais uns aninhos e sai de casa. Claramente não estou preparada para isso ainda.

No fim do dia ele é simpático, até gosta dos mesmos filmes que o joão e toca guitarra. É impecável sempre e vez a vez tem provado mais isso e o mais importante é que a faça feliz, e que a trate bem. E se acabar [que espero que não] ela não sofra demais. E pronto.

Dito isto, anda daí que domingo é dia do namorado a tanica lavar os pratos do Brunch.




4/11/2016

Neve para totós...




Caríssimos,

Foi no ano de nosso senhor de 1998 que fui à neve pela primeira vez. Passados 18 anos, recebi com entusiasmo o convite de experiênciar toda a dinâmica duma viagem à neve, mas com a familia e em modo "pareces jovem mas não és". A viagem de 3 dias à Serra Nevada foi todo um tratado de te mostrarem que estás velho quer queiras quer não.

1) Roupa de neve e afins

Tive que pedir tudo emprestado porque não me lembrava que o kit de neve, era toda uma panóplia de "cenas" que aparentemente são necessárias para a sobrevivência. Fui pedindo aqui e ali, e pessoas simpáticas foram acedendo e emprestando. Luvas, gorros, óculos, meias, calças, casacos, camisolas interiores, exteriores. Não tive tempo para treinar vestir isto tudo, mas assumo que na minha cabeça pensei que iria dormir vestido e não mudar de roupa tal a complexidade da coisa.
Eu sei que nunca tive  já não tenho um corpo de Adónis mas perceber que quaisquer calças de neve parecem largas até ao momento em que te mexes e salta um botão, não é um facto fácil de conviver.
Mas se parece sempre estar na moda ter calças descaídas e o rego ligeiramente à mostra então iria estar top na moda Sierra nevada 2016. Não fora o facto de entrar neve pelas calças, de morrer de calor num minuto e de frio no próximo, até correu bem

2) O desporto Ski

Não é bem um desporto. Tal como a natação e as corridas de atletismo em geral, o ski é uma forma de transporte que te leva de ponto A a ponto B sem propósito nenhum sem ser o de te cansar e com violência.

Portanto, ficas cansado, gastas dinheiro, tens que ir todo arranjadinho, mas no final do dia tás para morrer e no mesmo sitio exacto onde começaste o dia. Pelo meio ainda tens que ter vertigens em "ovinhos" e cadeiras que parece que vão cair a qualquer momento e que tu sabes que a ASAE local não certifica há anos...

A minha melhor "descida" foi assim:

Propositadamente sozinho, para não ter a pressão de ser observado por conhecidos, comecei a descer uma montanha. Pelos vistos há pistas e têm cores diferentes. Essa era a primeira pergunta que eu devia ter feito antes de começar a descer. Mas o senso comum ajudou. Verde para "vai", encarnado para "tá quieto!", preto para "funeral garantido". Fiquei na dúvida do azul, mas como é do Belém não podia correr mal.
Arranco. Passados mais ou menos 5 segundo, estou no chão... sem skis... Mas foram uns 5 segundos intensos. A meia hora seguinte foi para tentar por os skis again. Insultei a mãe dos skis. Não ajudou...
Consigo por os skis. Assumo mentalmente  que aquilo foi uma falsa partida e que não contou. Também só me falta conseguir virar e travar. De resto sou um esquiador exemplar. Arranco novamente. Atravesso a pista da esquerda para a direita (enquanto o resto da malta desce em frente), esperando que a memória e o meu instinto me digam como se vira. Desvio-me de toda a malta em sentido contrário e viro pela primeira vez. Estou a ficar profissional. Passados 5 minutos já tinha descido cerca de 100 metros. Vou ganhando experiência e jeitinho, e ganhando confiança, já consigo andar sem olhar para os skis. Que cromo... Já viro, já travo e já me desvio de pessoas que caem. Que amadores, penso eu... Depois veio literalmente uma encruzilhada. Malta que ia para a esquerda, malta que ia em frente e malta que ia para a direita. Vejo sinais verdes, encarnados e azuis. Como não percebia nada das cores e não conseguia parar para tomar  uma decisão, mantive-me pela direita porque não consegui virar  porque parecia descer pouco. Vejo-me de repente numa pista estreitinha e com muito pouca gente. Penso que tomei a melhor decisão, deve ser uma pista tão fácil que niguém quer fazer. Feliz por dentro e por fora, começo a ver ao longe uma placa grande. Que organizados, até metem placas grande para quem inicia este desporto sem nexo e masoquista belo desporto. Mas de repente percebo que a placa é encarnada e tem o sinal de aviso. Tento abrandar... Foco a visão para perceber o que está la escrito.... "Despacio, peligro, solo para expertos". Mal consegui ler, atirei-me para o chão travei com graciosidade e com calma sentei-me. Puxei dum cigarrinho e fiquei a avaliar a situação. Olho para trás e para o lado e vejo montanha, impossível de voltar. Olho para a esquerda e é tipo buraco infinito. Mando um último bafo. Vou fingir que "experto" quer dizer esperto que só os burrinhos é que não devem descer. Avanço. Começo a descer... 10, 20, 30 km\h... Devo ter chegado aos 100. Pinguinho na cueca. vou virando, vou travando, mas nada acontece. É neste momentos de puro caganço  de coragem humana, que confias na sorte nos teus sentidos. Vejo um cruzamento, não vou conseguir parar. No cruzamento está a passar um comboio de criancinhas. Começo a rezar. Funciona, há uma criancinha que cai e deixa um espaço aberto para passar. Passo, parecendo um profissional já cansado de tanto amadorismo à sua volta. Continuo sem cair e sem travar. Nem o Alberto Tomba (é ver na wiki) conseguiria melhor. Já passei por uma pista encarnada, uma azul e duas verdes. Vejo o fim à vista... Verto lágrimas de alegria. Já sei virar, já sei travar... Chego ao fim, é horizontal. Uma multidão que chega ao fim da pista. Olham todos para mim como se me fossem receber. Já estou quase a chegar quando o pé direito vai para a direita e o pé esquerdo vai para a esquerdo e começo a fazer o que tecnicamente se chama espargata. O meu corpo sabe que não consegue e torce os joelhos. Caio com um ligeira dor, mas em estilo. Finjo que nada aconteceu e levanto-me em glória à 3a tentativa. Sento-me. Não sinto os meus pés. Dores por todo o lado. Umas lágrimas depois, tiro os skis e vou ter com o meu filho de 5 anos porque não me conseguia mexer deve ser mais giro. Se isto foi a minha primeira hora de ski de 2016, conseguem imaginar as outras.

3) o aprés-ski

Isto sim é um desporto. Procurar cañas, junkfood para a malta e ficar parado sem falar nem mexer. Que maravilha. Sou um "experto" nesta variante. O meu filho diz-me que me vai ensinar a travar e a virar. Sacana do puto, em meia hora ficou cromo!! Outra descoberta no aprés-ski foi o escaldão infernal que me queimou a cara. Cremes são absolutamente necessários.

A verdade é que foi um fim de semana espectacular. Há muitas mais histórias mas só se houver muitos pedidos!





PS - as pessoas gozam com a minha cara de queimado
PS2 - o meu andar, devido às dores físicas, é semelhante ao de um macaco que foi importunado por um rinoceronte durante a sesta

4/09/2016

Dotora mi matou do coração

Eram 6 da manhã.
Tanica liga à Lisa com uma urgência. Diz que tá na polícia do aeroporto e que precisa dela. Aconteceu qualquer coisa e precisa que a lisa se fosse identificar por ela. Ficou em pânico diz a tanica e arrancou o namorado da cama para a levar para o aeroporto.
Mal ela sabia que ele já sabia de tudo.

Dia de anos da lisa, madrugada de anos na verdade. A irmã que também estava alinhada e pediu para passar a meia noite com ela e dormir lá. Tudo alinhado menos ela que não sabia.
Ainda a dormir levanta-se, veste qualquer coisa para ir safar a Tanica.

Correm, entram no aeroporto a ver para onde a procurar e de repente nas chegadas estava a mini lisa de sorriso de orelha a orelha de mão dada à hospedeira.

Não estava para ver a emoção mas segundo quem estava "a lisa ficou sem reação não sabia se sorria se chorava se pulava".
A filha que ela tanto queria ver tinha chegado! Toda uma emoção naquele momento. A tania estava ao telefone com o Issac, o namorado, a assistir a tudo pelo telefone.
Lisa ria, chorava.

E foi isso, estão agarradas desde então. Uma emoção.

Uma alegria para nós também. Tudo planeado ao detalhe e os astros alinhados para haver um avião a chegar nesse dia. Da neve ligámos à mãe da lisa a confirmar que tinha entrado no avião. Do lado de lá ela num misto de nervosa e ansiosa dizia "já foi, já foi". Eu e tanica trocavamos planos. Irmã e namorado alinhados no crime. Todos ajudaram, todos alinharam e foi uma história que vai ficar para a história.

Ela tinha de vir e vinha. Veio cheia de estilo e a nossa lisinha teve o melhor dia de anos de sempre.

4/07/2016

Borá neve?!

Pergunta a Didi na noite de segunda.
Como assim "à neve"?
À neve explicamente que tem um tio que tem uma casa e que não vai usar.
Ui isso era top penso eu, mágico.

Mas era um tiro no escuro. Daqueles de agulha no palheiro.
O joka detesta cenas de última hora, ainda mais para ski que fez uma vez há 15 anos (sim... já não vai pra novo).

Completamente sem fé liguei, mesmo depois de dizer à Didi que de certeza que não ia dar. Segundos depois ele diz que sim e alinha.
Pimbas, ali sem mais nem menos e sem sem grandes perguntas joka saca de um all in. Ainda de queixo caído começamos no contra relógio para fazer a coisa acontecer.
Ligar à Maria João com esperança que ela tivesse fatos para os miúdos, tinha ideia que tinha. Tinha mesmo e virou umas horas para mos emprestar. O mesmo para mim e para o joka.
O xavier não vinha porque não tem idade e por isso foi empandeirá-lo e a tanica, bem a tanica tinha de ficar com o seu mais que tudo que faz anos e não podia mesmo falhar.

Semana de caos no trabalho matinés para tentar tirar a sexta, jornadas contínuas na esperança de não borregar e noitada a orientar material e mala.
Pimbas, pés na estrada.

Que nem adolescentes na facilidade da vida que se podia tudo num prazo de dois dias. Ir ali à serra nevada 3 dias e voltar. Espetacular.
Adoro cenas de última hora inesperadas,  das que nos fazem virar tudo ao contrário e ir aproveitar.
E ver o joka de sku e os miúdos na neve pela primeira vez. O manel de frasco na mão para trazer neve para os amigos e o zé, o zé vai ser a loucura.

Vai ser a loucura. E mesmo que não seja,  já foi.
Obrigada Didi. És a maior

4/04/2016

A festa do xavi

Para não nos esquecermos e ser uma história para contar e repetir tantas vezes, porque foi muito bom.



Era domingo e estava um tempo estúpido. A mãe, a tanica e o manel foram andando para montar a festa e tu foste depois à hora com o zé e com o pai [que deu banho e vos vestiu sem nada do avesso].

Fizemos um bolão de três andares porque fica giro e porque éramos muitos na tua festa, mais de 50 e todos dos bons. 36 adultos e 30 crianças. Também levámos pãezinhos enfarinhados que a avó compra [no mesmo sitio que comprava quando a festa era da mãe], smarties e cenas dessas de meter a mão no pote e tirar tantas quantas conseguirmos. De resto mai nada porque havia tudo. Foi no restaurante do tio manel maluco, UAU [de nome e literal] com vista para o rio, um espação para brincar e gelados de pau de todas as cores e sabores.


Comeste gelados de vários. A malta passava e dava-te a provar dos deles e tu não te queixavas. E o mesmo com todos os outros, o zé já se sabe que comeu todos os que lhe deram. Para os crescidos era gelado no mojito, soube-me a pato e tu xavi querido já sabes o que é a vida e querias beber do meu.

Miúdos por todo o lado. Primos, amigos destes e daqueles grupos, estava animado. Para animar ainda mais tivemos a candeia. Três miúdas espectaculares que vos entreteram numa alegria pegada. 

Impecáveis e ainda mais para ajudar uma causa foi perfeito. Elas na verdade estavam a fazer voluntariado porque o dinheiro que tanto mereceram receber vai para a candeia e para os campos de férias de miúdos que moram em instituições. Campos onde também eu já fui voluntária e que me trouxeram a minha tanica querida.

Foi também o dia em que a tanica apresentou o namorado à família toda, mas não vamos falar sobre isso que ela fica envergonhada.

Balões, bolas, cantorias, danças, gelados e mais gelados, arco de hula, pinturas de mãos e pés numa tela, bolo, sumos, mojitos, conversas em dia, fotos de grupo e parabéns. Foi um dia espectacular xavier.
E se me perguntares, eu conto outra vez.



















trio de avós









Tias na macacada enquanto a avó procura piolhos no xavi?!


a tia rosarinho que quer o mojito da avó rita



o tio manel do UAU


Obrigada aos super avós que de presente ofereceram a festa. o que melhor que juntar a família e amigos como presente?


Para festas de anos espetaculares vão a www.candeia.org e contratem os melhores animadores ao mesmo tempo que ajudam.
Para alugar este sitio espetacular ficam a saber que é nas docas e que tem os melhores gelados de pau, mojitos e muito mais. Doca de Santo Amaro Armazém nº13 Alcântara, Lisboa, Portugal