Vida de vaca ou a fonte de leite de cabeça perdida

Dei de mamar a todos os meus filhos e este não é diferente. Não acho uma cena mágica mas sendo que lhes faz bem e é prático não vejo porque não tentar. 


Nasceu e foi para a incubadora. Nesses 3 dias fui tirando leite e relembrando o vrum da máquina que nos suga ate ao tutano. Tanto tutano foi que tive a subida de leite a este ritmo. Aos 15 dias soubemos que este bicho ia ser operado e eu dei tudo na vacaria. Era importante que crescesse bem. Cada vez que choranmigava lá saia mais um leitinho para a mesa 5. E a coisa estava digna de mimosa: ele engordava que nem um bezerro.

Não havia hora nem dias havia um mini baby na engorda.

Depois veio a pneumonia, vida agitada a nossa. Não comeu durante 1 dia e eu, a conselho da enf Vera, lá me agarrei à máquina outra vez. Se acabasse acabava mas a verdade é que ali sentada ao lado dele, naqueles cuidados mais que intensivo, aquilo era tudo o que podia fazer por ele. E um objectivo é sempre um bom desafio para manter a cabeça ocupada. Comecei a tirar míseros 10ml acabamos em 130 à saída, quando pode voltar à sua vaquinha. Vivi cada ml a mais e alimentou-me o ânimo naqueles dias. Não tenho saudades de acordar de 3 em 3 horas a meio da noite, e os coitados dos vizinhos que acrescentaram aos bips os vruns da máquinas. Mas é a vida e estávamos naquilo juntos e ritmados.


Saida para o hospital acabar o antibiótico e operar a canalização. Continuamos a engorda prometida. E la para o Natal estavamos fora no regime que o medico disse, e bem, de amamentação livre.


Ora era aqui que queria chegar. Sou a favor da liberdade e tal mas este regime é a loucura da mãe. Todo e qualquer choro parece que só se resolve com a vaquinha e há matérias como as chuchas que parecem entretém de segunda. Se a vaquinha anda por outros pastos a verdade é que curte borracha, se não pimbas. Lá estou eu ao serviço. E baby i Love you, não há dúvidas nisso, mas gostava tanto de não ter de me despir a toda a hora sob pena de escalarmos  choro à nona oitava numa qualquer nota desafinada e que me desafina a alma.


Raios e tu até era um bebê calmo. E és quando me tratas como bar aberto de leite condensado.


Há dias e fins de tarde de desespero. Ele treta por mim até mais não e eu só quero fugir e pronto. Não é cólicas nem mais nada é um grande: cheirasss a leitiiinhhhoooo. E no meio do choro quase ouçoo risinho de quem tem o copo de shot à frente e tem medo de beber. Claro que na história aqui quem tem medo e quer fugir é a fonte e não o amigo do shot, mas acabamos os dois da mesma maneira.


Pergunta para mãe mais curada que queijinho, depois de tudo isto há como voltar ao regime de mamar regrado? Tipo ahh ele come as 8, 11h30 e depois 16h. Grrrr o meu é à vobtadinha do freguês 

Temos apostado no aeroom mas se tiverem dicas é sempre bom partilhar. Não queria deixar de dar de mamar só por isso. E (sendo a 4a viagem) sei bem que a dependência de um baby vai muito além do leite e que tudo isto vem no pacote. É uma fase. É tão bom serem tão nossos, é tão desesperante às vezes.


É isso, para futuro ver: não terei saudades de vacaria.


Comentários

  1. Same here. Mas somos a 1a viagem e eu já cheguei a pensar mal de mim. Se ele quer mamar tu só tens de acatar a ordem ouviste? Até que percebi que não fazia de mim pior mãe por me sentir frustrada uma vez por outra. Acho eu. Ainda não chegamos a consenso. Mas com 2 meses + 10 dias e 7kg acho que estamos a ir bem...
    Obrigada pelas partilhas. Já não passo um dia sem os Amados. Beijinho grande

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  2. O meu Dudas até aos 3 meses também foi assim,depois e sem qualquer tipo de intervenção da minha parte ele foi se regrando e começou a fazer 3 horas quase sempre.Um grande beijinho para si que é uma super mãe e para a sua família linda.

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