Atualizar o status
dos dias para daqui a uns anos nos lembrarmos como era antigamente.
Em 2018 quero que
comam menos farinhas e açucares em casa para que possam abusar fora e não me
sentir a pior mãe do mundo. Por isso estamos a dar entradas às papas de aveia e
acabar com bolachas.
Para já não podemos
dizer que está comprado mas estamos a fazer caminho.
2ª feira
Acordamos atrasados
depois de invasão de cama do zé e o xavi. O zé escolhe o lado conforme mood do
dia e sempre que vem para o meu vem gelado geladinho. Enrolo-o em mim e
adormecemos comigo a pensar que é impossível que não fique doente. Quando
atinge a temperatura desejada levanta-se e avisa que vai ver a patrulha pata, o
noody e as super wings, com o seu sangue de lagarto acena adeus e lá vai ele.
Vestimos-nos todos à
pressa, engolem qualquer coisa e deixamos a caminho o manel e o xavier na
escola (o pai fica com eles) e eu sigo para deixar o zé na terapia às 8h30 (que
normalmente acaba por ser às 8h45 por atrasos meus).
Ao almoço eu vou ao
hospital ver a mãe. Almoço qualquer coisa no caminho.
O zé nesse dia tem
judo e depois disso seguem todos juntos com a matilde para casa. Ela vai
adiantando banhos e nós chegamos para o resto.
A tanica faz
babysitting e chega a casa às 20h30
3ª feira
Acordamos atrasados
mais uma vez porque manhãs não é a nossa cena.
Vestimo-nos a correr
e tentamos deixar todos a horas, se não conseguimos segue a primeira leva com
manel e zé e a segunda leva segue 30 minutos depois. Quem fica pode tomar café
com mais calma mas em troca leva e deixa o xavier (aka demo) na escola (onde
fica a berrar).
À tarde o manel tem
futsal e o zé tem natação (mochila que a mãe não se pode esquecer de mandar de
manhã).
Seguem todos juntos
dali com a matilde para casa dos avós onde há jantar. Tomam banho, jantam antes
e ficam a ver desenhos animados na cama dos avós enquanto os pais tentam ter
conversas de adultos com o resto da família. Normalmente fogem da cama para roubar
bolo ao avô zé e tio nuno.
4ª feira
Acordamos atrasados
porque detestamos manhãs e porque nos deitámos todos tarde.
As invasões de cama
são menores mas existem.
Manel e xavi vão
para a escola e zé para a terapia.
Às 11h30 a santa tia
nanã passa a buscar o zé e deixa-o na escola. É santa porque logo que percebeu
que a avó Rita não ia poder fazer as vezes entrou em cena e tomou conta de
tudo. Gere tudo e faz por não nos meter na logística e com isso nos tirar um problema
de cima. [é irmã da minha mãe, mora debaixo de nós e é uma ajuda incrível na
nossa vida]
Ao almoço eu vou ao
hospital ver a mãe. Almoço qualquer coisa no caminho.
O zé tem judo e às
17h o avô Tonas vai busca-lo para o levar à neuroterapia que estamos a
experimentar.
A tanica faz
babysitting e chega a casa às 20h30
O jantar das terças
às vezes é às quartas.
5ª feira
Acordamos estafados
porque a semana tem sido uma correria e saímos atrasados.
Como ficam todos na
escola quase parece facil, basta não esquecer mandar a mochila e garantir que
vão fardados.
À tarde o manel tem
futsal e o zé tem natação depois disso seguem todos juntos com a matilde para
casa. Ela vai adiantando banhos e nós chegamos para o resto.
A tanica faz
babysitting e chega a casa às 20h30
6º feira
Acordamos atrasados
mas motivados porque é sexta.
Ficam todos na
escola e não há mochilas.
Ao almoço eu vou ao
hospital ver a mãe. Almoço qualquer coisa no caminho.
Voltam todos da
escola com a matilde.
Vão para a cama à
mesma hora e como nos outros dias o pai conta uma história. Às vezes a mãe
conta.
A aldeia adormece e
vemos um filme na sala até às tantas da matina. A tania vai para a noitada ou
junta-se a nós. Com o bernardo são 3 contra uma e perco o direito a ver
comédias românticas.
Sábado
Só nos damos como
vivos lá para as 10h30/11h. Miudos, depois de invadirem a cama como nos outros
dias, seguem a sua vida e ficam pacificamente a ver desenhos animados. Se
embirram acordam-nos e vai la um.
Pequeno almoço é
panquecas de aveia com banana e tudo o que houver para pôr por cima.
Almoçamos com o avô
zé e eu dou um salto ao hospital.
Domingo repetimos sábado e encaixamos todos os
programas que nos der na real gana.
É normalmente esse o
dia em que almoçamos com o avô Miguel em colares.
A quem pergunta como
nos orientamos com tanta coisa a resposta é plano para tudo e plano B para quando o primeiro
não funciona. Se a minha mãe me ouvisse nem acreditava que tenho/faço planos. Sempre
que me mudam rotinas fico doida porque tenho de arranjar plano C e dá um trabalhão. e eu que achava que odiava rotinas. Muito multitasking, alguns erros
de percurso.
Trato de cenas extra
às 3as e 5as ao almoço alternado com almoços com amigas.
Cabaz de legumes
semanas com pagamento online programado. Compras online feitas numa dessas
noites e aproveitando as promoções da semana. Ração também chega automático.
A tanica passeia a
belém de manhã e nós à tarde antes dela chegar.
Matilde porque a
liza tem de fazer horário mais reduzido. Sem a Matilde a vida era 700 vezes
mais difícil, sem a lizinha também.
Sem a minha tia nanã
ia ter de desistir das terapias este ano porque não havia logística, para
arranjar logística não teríamos dinheiro para o resto. Provavelmente não ia
viver bem com não ter terapias e ia arranjar uma solução de ultimo recurso.
Sem o meu pai o zé
maria não teria neuroterapia pela mesma razão acima. Quando o meu pai não vai
manda o Lourenço, o zé ou o Caco e realizo que o zé é do mundo e chega tão
longe por isto tudo. Obrigada.
Gostava muito que
eles soubessem a importância que têm na nossa vida, e na do zé. É espetacular
poder contar com eles. É único.
Coordeno as visitas
à mãe para que nunca esteja sozinha e conto com a generosidade de amigos e
família para isso.
Trato das coisas das festas à noite a seguir ao trabalho
antes de chegar a casa. Às vezes chegou mais tarde e o joão chega mais cedo
para compensar. Ontem foi um desses dias, cheguei mais tarde porque fui
conhecer o Lar Maria Droste onde vamos começar a organizar festas para 30 miúdas.
É um projeto muito bem estruturado que amei conhecer. Surpreendem-me sempre
projetos que se excedem para dar estrutura a estas miúdas ou miúdos que vêm
muito traumatizados. Surpreende-me sempre que arranjem forças para agarrar até
os casos mais difíceis e não tenham medo de partilhar connosco o bom e o mau,
sempre com coragem para chegar mais longe.
Tudo isto funciona
porque é descentralizado e eu no fundo não mando nada, mandamos todos e
ajudamos-mos todos a fazer a tal magia acontecer.
duas vezes por mês o joão foge 5 dias e a coisa fica mais central em mim, mas sempre no centro de todos.