12/18/2017

quando a mãe Natal desce pela chaminé

não adoro falar do estado da minha mãe porque pareço louca. há 3 dias uma das médicas dizia que ela não ia a casa no natal. há 15 dias outra garantia que sim. hoje é um dia bom porque dizem as duas que sim mas a verdade é que até sexta tudo pode acontecer e os "ses" improváveis podem passar a ser. ou não.
nunca sabemos, tem sido um caminho aos zigzags desde que entramos há quase 5 meses.

costumo ir contra corrente. sou o contramestre que acredita em tudo quando o médico dá más notícias e que fica de pé atrás quando o médico diz que tá tudo bem. esquizofrenia marada do desassossego de quem se preocupa em gerir expectativas e corações desfeitos.

há 5 meses quando entrou para fazer uma biópsia à nêspera que tinha no meio do cérebro acreditei que íamos sair desta sãos e salvos. acredito hoje também mas tem sido um caminho de tormentas e as principais são nos maus detalhes do dia a dia. as dores, as tristezas, as solidões e tudo aquilo que ninguém conta mas toda a gente sabe que acontece a quem está com a mãe internada no hospital.

vai ser bom te-la connosco mais uma vez em casa, a última antes de voltar para sempre. vai ser óptimo e espero não estar o tempo todo a pensar nos riscos e máscaras. é que a falta de máscaras tira-me a respiração ao mesmo tempo que ve-la por lá pode tirar fôlego. a tal ambiguidade que tem pautado todo este tempo.

tudo o que queríamos este natal era te-la connosco e idealmente que isto tudo tivesse resolvido, não vai estar ainda mas vai estar em casa.

mais de 80% do problema está resolvido. os 20% que faltam parecem os mais duros. e depois é ajustarmos-nos ao que somos depois do turbilhão e fazer de tudo para que não volte nunca mais.

obrigada a todos por todo o apoio. peço desculpa pelas caras feias sempre que me perguntam status, é que como digo vária e preciso de não falar disso a toda a hora para aguentar todas as horas em que só penso nisso.

o Natal compõe-se e tudo se orienta para nos aproveitarmos bem uns aos outros.



12/07/2017

quando te perdes a olhar e aprender

Às vezes gosto de olhar de perto para as famílias e pessoas à minha volta. Quando tenho tempo paro e tento perceber a dinâmica e como se organizam, quem manda lá em casa, o filho rebelde ou o lamechas.

Ontem dei por mim a reparar numa família com um miúdo autista. Fonix não se pode olhar para famílias com miúdos especiais que pode ofender pensei logo, mas depois se olho para as outras porque não posso olhar para aquela. Olhar e perder o mesmo tempo a perceber a dinâmica, sem maldade. É que quando há especiais exige sempre uma dose extra de qualquer coisa dos pais ou dos irmãos e tenho tanto que aprender que gosto de observar. Vi um miúdo se calhar difícil mas muita bem comportado, a mãe tentava mante-lo calado e ele assim o fazia se sentisse o consolo da mãe. Devia ter uns 8 anos mas a mãe pegava ao colo se fosse preciso acalmar, até porque o colo não tem idade e a mãe nunca se deve ter desabituado da carga. Quando a mãe o levava para se distrair o pai ficava mas parecia que uma parte dele também ia. Eles voltavam e o pai parecia mais tranquilo. 

Às vezes ele também foi ao colo do pai mas o pai não tem aqueles cabelos compridos que ele tanto gosta na mãe. Andou de colo e via-se que os pais às tantas já estavam cansados de o segurar.

Quando o miudo às tantas se soltou e ficou entretido no chão a brincar o pai estendeu-lhe os braços quase que com saudades ou só com vontade de mais um abraço.

Revi-me imenso neste ultimo momento. Gosto de os ter livres e quando se colam tanto a mim às vezes deixam-me louca. Depois vão e quase tenho pena de os ter largado.

Esta familia se calhar não tem quase nada de diferente das outras a não ser a dose extra de colo, de negociação e de dores de costas. Ao mesmo tempo aprende e sabe melhor o que é o amor devagarinho, e é tão bom.

Fiquei de ir lá no fim dar os parabéns porque, imaginando o difícil, o filho se portou tão bem e estão a fazer um trabalho incrível. Na multidão perdemos-nos e acabei por não dizer, da próxima não falha.

não sei se as pessoas pensam o mesmo quando olham para nós; eu das costas reclamo mas a verdade é que não trocava por nada este saber amar devagar que a vida nos deu.



12/03/2017

se achas que o fim de semana grande é uma coisa mágia, ainda não viste nada

Neste fim de semana de 3 dias couberam 4 festas e um milhão de sonhos.
Eu não fiz nada na verdade quem fez foram pessoas desse lado que agarraram festas como vidas e fizeram tudo para realizar estes sonhos. Tínhamos desde a festa mais convencional de uma ida à kidzania, ao jantar de uma adolescente com desejos e pretty women, passando por sonhos de sereia e voos muito muito altos.

Quando começamos a organizar nem sabemos bem por onde pegar mas vai um bolo, depois ligas para uma ajuda nisto ou aquilo e de repente a magia acontece. Nunca deixa de me surpreender o empenho  desta malta que veste mesmo a camisola e faz com  que tudo aconteça. Desta vez tivemos no comando a minha tanica faz tudo (com ajuda da Teresinha), a super beatriz, a sofia piscinas e a Mafalda que dá asas.

A Diana pediu uma festa na kidzania e claramente era o hit da escola porque nunca antes tivemos tantas confirmações. Todos os dias pingavam novas e nós a pingar a pensar como desencantaríamos tantos bilhetes. Não foi preciso stressar porque a Kidzania agarrou este projeto e deu um dia de sonha à mais querida Diana: foi experiencia de cabeleireiro, foi almoço, karts, foi caixa de supermercado e foi até dinâmicas do meu dia-a-dia profissional (quando não dá festas). Esta festa foi muito sonhada pela diana no alto dos seus 9 anos. Vomitou de nervos de convidar amigos pela primeira vez, pediu a mãos juntas um tablet dos seus sonhos e viu no dia todos os amigos a aparecerem para lhe gritarem os anos. Foi bom demais.

Mas isto ainda a sexta ia a meio.

Lá prá noitinha foi a vez da Beatriz fazer a surpresa à Maria. Lembram-se de pedir ajuda para uma limo? Pois é ela apareceu e tornou possível este sonho de quem quando pede usa o catalogo das comédias românticas como referencia para as suas vidas bem longe destas realidades. Dá a sensação que somos a lâmpada do Aladino e isso assusta muito mas faz-nos mesmo sentir que fazer acontecer dá mesmo um (dos) sentido à vida. E assim foi a nossa Maria desfilou de unhas de gel oferecidas (inês mocho academy), encheu uma limosine de amigos e jantou o melhor bitoque no ponto. A cereja no topo do bolo foi ter fotografias disto tudo pela mão do mágico Luis Nobre Guedes.

Fim de semana comprido mas não fiquem pelo caminho que isto continuou a surpreender.

Sábado a Sofia fez acontecer uma festa de piscina. Parece que às tantas eles escolhem sempre o mesmo e acontece porque não tendo eles outra referencia vão buscar as melhores festas que têm conhecido que são a de outros miúdos da mesma casa. É giro ver, ao mesmo tempo queremos continuar a dar-lhes mais referencias de sonhos, assim o faremos nas próximas 100 que temos pela frente ;)
Esta podia ter sido só mais uma festa de piscina mas não, o ginásio Go Fit levou isto mesmo a serio e fez de tudo para que a nossa filipa nunca se esqueça deste dia. Saltou tudo para dentro de água e foram animações e jogos até terem mais que mãos de velhos. Nesta festa também foi convidada a família da filipa e é muito gratificante poder ver a felicidade deles a ver a felicidade da filha a passar por experiencias que dificilmente eles poderiam proporcionar.
Meteu bolo da frozen e toda uma festa derreteu com a emoção da Filipa a pedir mais e mais parabéns.

Para acabar apareceu a super mafalda com capa de super homem e poderes de fazer voar.

Quando a Nádia há uns meses nos pediu para voar não podia acreditar que ia mesmo acontecer, nem ela nem eu na verdade. É que levantar voo não é uma coisa fácil. A surpresa foi planeada ao detalhe e a nádia achava que ia fazer slide para Monsanto quando apareceu a Mafalda. Aterrou no aeródromo de tires e passou-se. Ela saltava, ela gritava: ela tava louca. Não acreditava que ia acontecer até levantar voo e acabou por ter a sorte de poder até pilotar a avioneta. Incrivel ou não?
Ainda meio à aterrar depara-se com um bolo que é só a cara dela, ao ponto de ela não o querer comer para guardar para sempre. Mas comeu e tava delicioso, obrigada Lara bolo e design: este sonho também foi vosso.


















E foi isto. Parece simples #sóquenão, nestes dias deram-se dias que vão ficar para sempre para as voluntárias e principalmente para estas miúdas que passam a ter a certeza que sonhos acontecem mesmo.

para a semana há abrimos novas datas de festas se te queres inscrever regista-te aqui.