2/25/2022

Tudo o que precisas de saber de processos e direitos quando tens um filho com necessidades especiais

 a primeira coisa a dizer se chegas aqui com um special baby nos braços (ou na barriga) é: Parabéns por esse bebé querido. no meio do caos de tantos exames se calhar ainda não foi possível parar para descansar,  respirar e festejar esta vida, espero que seja possível brevemente.

2/24/2022

rebentou a guerra

 rebentou e o mundo acorda com imagens horríveis de explosão na Ucrânia.

pensamos no que seria se fosse connosco, com o nosso país, a nossa família. pensamos nos impactos que tem em nós e não dá bem ainda para ver, mas certo nada de bom. perdemos os minutos a pensar o que podíamos fazer para ajudar e concluímos rapidamente que nada.

depois passam os dias vamos habituar-nos a isto. é triste. se calhar começamos a sentir um impacto aqui e ali nos preços, somos sensíveis a preços. mas começamos a esquecer as vidas porque de facto é difícil viver constantemente a pensar no sofrimento de alguém. passamos mais dias quase esquecemos e os destaques nas noticias passam para o minuto 20 ou 40 com resumos de 2,5 minutos do que são vidas desfeitas.

e a vida continua, a vida completamente marada em que pessoas como nós sofrem e nós não podemos fazer nada e seguimos a nossa vida.

em moçambique com dois miudos. ficaram como os deixei. não sei se mudou alguma coisa neles, mudou muito em mim


em moçambique com dois miúdos. ficaram como os deixei. não sei se mudou alguma coisa neles, mudou muito em mim




2/15/2022

inclusão social, RTP, PEI, SEI e sabe Deus. o caminho que fizemos até aqui

zezicos a divagar com jessica depois do banho. sempre que tem tempo é isto




não tinha uma opinião pensada antes do zé nascer, o manel andava numa escola super inclusiva com muitos muitos com necessidades especiais porque me pareceu sempre bem sem ser preciso pensar tanto mais no assunto.

depois do zé magia claro que tive de estudar o tema a fundo e confesso que a minha opinião sobre o tema tem mudado. tem mudado por várias razões, talvez a maior delas seja a minha maturidade e maturidade sobre o assunto. 
sou a favor de uma imersão total numa turma dita normal, para o caso do meu zé. percebo hoje melhor que não se pode generalizar, isso é um erro em tudo e aqui não é diferente. 
puxei durante anos para que não incluíssem o zé em programas especiais, os PEIs e SEIs e coisas que nem sei bem o nome. era para mim, para nós, importante que o zé fosse avaliado segundo os mesmos critérios porque a sociedade não vai nunca adaptar-se a ele, ele terá de se adaptar à sociedade e por isso eu precisava de saber ao certo onde estava ele em falta para trabalhar a fundo e chegar lá. percebi melhor como mãe, não só do zé, que ás vezes não se chega completamente lá, e isso tá bem desde que não seja por desleixo ou falta de trabalho. chegou então o dia em que deixei adaptar o programa com medidas universais.
também falam algures num RTP e foi esse o primeiro passo para dar o kickoff dos apoios do zé na escola. vou dizer-vos que penso muito antes de decidir em termos da logica da coisa e depois simplesmente entrego a quem no dia a dia trata dele, se o deixo lá é porque confio, se  tiver razões em contrário mais vale então tirar. e por isso deixo acontecer.

Hoje o zé está completamente incluído na turma mas não faz todos os trabalhos da turma. não tem os mesmos trabalhos de casa, tem alias muito menos do que eu gostaria, mas cumpre as mesmas disciplinas com outro grau de exigência. foi um caminho até chegar aqui. acredito que tenha sido um caminho mais meu interno do que outra coisa.

acho esta inclusão fundamental ao bom desenvolvimento do zé e de todos. ao mesmo tempo consigo desde já antecipar que eles será sempre mais infantil do que a sua idade e por isso precisarei de preparar um futuro grupo onde ele também se possa incluir nas coisas que valoriza e não se sinta sempre abaixo. não é uma coisa que que cause desde já ansiedade. foi bom realizar que se apaixonou há uns anos pela sua Lu que tem também cenas mais infantis. ele vai mostrar-nos o caminho pelos seus interesses e nós vamos provocar encontros com miúdos e miudas com interesse para a sua vida de adolescente e adulto. gosto de pensar em tantas opções que há lá fora e entre o grupo de amigas que hoje tenho com filhos com necessidades especiais pensamos muitas vezes em soluções de inclusão neste mundo a velocidade dois mil, sem tempo para olhar para quem vem mais devagar.
espero que ainda assim pelo caminho muitos se toquem e não se importem de abrandar para olhar e ver a maravilha do ritmo diferente. tenho muita esperança que a empatia do zé nunca acabe, e nunca deixe de tocar o mundo. sabendo que mais pequeninos são sempre mais queridinhos, todos, e o zé também.

procurei PEI e SEI e RTP e sabe Deus e nada disto aparece com clareza o que é nem para que serve. tentarei fazer esse glossário para ajudar nabos como eu a desbravar estes caminhos da entrega social.