Status destes dias junto da minha mãe
Acordo como todos os
dias, atrasada. Visto a criançada, mochilas e distribuição por escola ou
terapia, conforme o dia.
Se fica difícil
entregar todos a horas deixo uns pelo caminho e passo depois a buscar. Ter uma
tânica em casa tem estas coisas boas. Isso e poder comer uma torrada inteira à
segunda volta.
Depois venho para
casa da minha mãe. O Lourenço, que se mudou para cá agora, fica à espera que eu
chegue para sair. Ou o tio. Vemos como está de dores e bem estar e atacamos das
melhor forma para maximizar esses dois fatores. Depois orientamos agenda de acordo.
Com tantos amigos e
família a ginástica passa por combinar almoços/lanches para que a mãe tenha
companhia e veja pessoas diferentes todos os dias. Ajudamos a orientar comes e
bebes e ficamos por cá a ajuda-la a gerir emoções e cansaços.
As amigas e amigos
que vão e vêm trazem sempre coisas boas. Trazem novas conversas, trazem
capacidade de ouvir e há até que se sente ao pé dela a contar historias antes
das sestas para ela adormecer embalada.
Às vezes saímos,
sendo que mais que 2/3 horas é esticado para a mãe, sempre que podemos
aproveitamos o sol, um bom peixe grelhado ou vamos aos afazeres de bancos e
médicos.
Trabalho de casa
sempre que ela está entretida e sem dores. Tenho uma equipa extraordinária que
me ajuda a que isto seja possível e tem a paciência de esperar por mim ou
levantar o dedo quando precisam que invista. Às vezes vou a reuniões na minha
querida EDP e nessas alturas deixo alinhado com os meus irmãos o plano para que
não fique sozinha e tenha a quem pedir o que sozinha pode não conseguir.
Ao fim do dia volto
para casa e os miúdos nem percebem que não estou fisicamente no escritório. a minha tanica sabe tudo e tem mais paciência com a minha falta dela.
Apesar de
efetivamente trabalhar menos sinto-me 10x mais cansada. Não tenho explicação
para isso mas acontece.
Ajudar alguém a
viver melhor é sem duvida um privilégio mas é duro quando nos sentimos e somos
impotentes a evitar sofrimento.
Começa agora um
caminho que terá isso de duro e dias muito difíceis. Continuo agradecida
por poder acompanhar e trazer toda a alegria possível a esta fase da vida da
minha mãe e nossa.
Sermos uns dos
outros significa também isso, e é do melhor que temos nesta vida.
Obrigado pela partilha e testemunho!
ResponderEliminarAmor, muito amor ajudará sempre!!
bjos doces
Rosa, a autora deste livro (http://www.saidadeemergencia.com/produto/fast-food-fast-life-fast-cancer-uma-vida-sem-cancro/) dá consultas em Oeiras e é um ser humano magnífico! :) tem tido muita experiência positiva acompanhando doentes de Cancro. Os cuidadores precisam de muito amor, para continuarem a ter todo o amor para dar.
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