para a pilar

 escrevo para a pilar que leu e releu o blog e me perguntou porque deixei de escrever, na verdade não sei.

os dias têm corrido muito e eu quero que corram sempre um bocadinho mais quando acalmam. gosto de desafios. por esta altura o ano passado preparávamos-nos para entregar o primeiro bebé acolhido, tinham passado muitos meses e estávamos há 3 meses à espera de noticias sobre a fase seguinte de adopção, de quem seriam os pais, de como ia ser o processo em detalhe, de gestão de emoções. a determinada altura entramos em loop com a falta de informação, a vontade de fazer tudo certo e o tamanho desse incerto certo. 

a certo dia chegaram as noticias: havia pais, havia irmãos e tudo parecia fazer sentido outra vez, talvez a espera tenha sido para isto, embora alguma irritação de procrastinação (raios que esta palavra demorou a sair) do sistema. e não me venham com m&rd@# o sistema não funciona de forma eficiente, não sei bem ainda porquê mas chateia-me muitíssimo que lavem dali as mãos e as crianças e bebés fiquem mais tempo do que deviam nestes limbos. enfim. seguimos meio aborrecidos com 5 meses da decisão à adopção até que conhecemos os pais e esquecemos tudo o que eram problemas! ele ficaria nas melhores mãos do mundo e isso faz esquecer tudo.

viver a transição foi uma emoção para todos. todas as fases. a de escrever o diário, tudo o que ele viveu, os álbuns, a receber as fotos dos pais, da nova família, a escrever musicas para os irmãos e cantarmos todos a alto e bom som para ele vibrar, conhecermos os pais e no fim o momento de eles se conhecerem... muitos anos que viva nunca me vou esquecer desse momento em que pudemos assistir na primeira fila a 2 pais a conhecerem o seu filho mais querido. foram semanas de emoções muito boas e que são muito sentido à vida. 

larga-lo deixou saudades e vícios de rotinas que tivemos de ajustar mas há que dizer que soube muito bem largar a logística de um bebe que não parava quieto. foi bom podermos voltar a ir só sem pensar muito em levar quase nada e viver com o que havia no caminho. fomos para o slide and splash de seguida e foi muito bom para os 8.

seguiu-se um verão que entrou em maravilhoso e que aproveitamos até à ultima. quando o silencio voltava pensávamos em mais planos desta vez planos pessoais nossos, de cada um, que durante anos deram espaço (e se calhar nem tinham nascido) para a construção da família e primeiros anos de fraldas, bolsados e primeiros passos. eu inscrevi-me num curso de gestão para executivos com especialização em finanças para por esta massa cinzenta a pensar e provocar um bocado a vida, o joão inscreveu-se num curso de treinador de futebol, sonho antigo e que agora pode ganhar espaço num part time para dar treinos a miúdos ou graúdos, acho que vai ser muito feliz neste papel. e seguimos esse caminho enquanto a vida vai acontecendo.

fiz 40 anos e convidamos quase 40 pessoas a passar um fim de semana na natureza, foi maravilhoso e simples ao mesmo tempo. deu para cada um ser um que é sem grandes cenas, um dia faremos uma festa mas ainda não era o que fazia sentido este ano.

giro estar a descrever este 23 à distancia de 4 meses. mas calma ainda nao acabou.

em novembro o meu curso começou em força, o do joão ainda não, com o tempo que sobrava pensamos que bom bom era arranjarmos mais um cão. não sei bem como isto aconteceu na verdade mas a belém a ficar gorda e mole e os miúdos a crescer parecia fazer sentido uma cadela complementar que os fizesse mais companhia. do pensamento de 3 segundos passamos a trocar fotos de cadelas e mais cadelas de canis. ainda não sei bem de onde veio esta linha de pensamento tão clara na altura ahahah. e a determinada altura lá fomos buscar a miúda que se veio a chamar trinca, nome que não adoro by the way. é cheia de vida e veio relembrar tudo o que já nos tínhamos esquecido sobre cães pequenos, porcaria e asneiras. veio trazer vida à belém e veio trazer imensas coisas a eles e se calhar a nós também embora ainda custe admitir os ganhos....

e quando estávamos a estabilizar isso, parecia já quase agarrado (embora a esta distancia consiga ver que estava pouco), ligaram da santa casa com um caso de uma bebé muito muito mini, se calhar prematura, não tinham mais famílias de acolhimento disponíveis e queriam saber se nós estaríamos.

no dia seguinte, com 4  dias de vida, acolhemos uma bebé mini e deliciosa. tivemos de arranjar tudo o que já não tínhamos de coisas de bebé e voltamos a sentido que mesmo não tendo nada de bebé tínhamos tudo e toda uma comunidade e estrutura. enfim... voltaram as noites sem dormir, a gestão marada com o trabalho, os bolsados... e o cheirinho de um bebé mais querido que só quer colo e ver-nos chegar.

chega por agora se calhar. vim só actualizar a história para ti pilar <3







tentei carregar fotos menos formais mas o raio do blogger não me deixou. deixou estas que tinha aqui no PC, penso que o blogger está acabado, right?





Comentários

Mensagens populares