história de adoção #2

 

dois anos que entrou nas nossas vidas a nossa Ana do Carmo não foi fácil mas nenhum filho nos facilita a vida 😉 logo logo quando ia desistir, ela finalmente apareceu e tem sido uma crescente emoção na nossa vida e na vida dela 🙂


Há dois anos que entrou nas nossas vidas a nossa Ana do Carmo ❤ não foi fácil mas nenhum filho nos facilita a vida 😉 logo logo quando ia desistir, ela finalmente apareceu e tem sido uma crescente emoção na nossa vida e na vida dela 🙂

A nossa história começa com uns longos nove anos de namoro, eu e o Martim casámos e, logo a seguir engravidei, mas infelizmente perdi o bebé às doze semanas. Foi um choque para mim (para nós) pois sempre idealizei ser Mãe de quatro 🙂 …e achei que nunca teria problemas em engravidar. Mas a vida prega-nos destas partidas.
Foi um processo doloroso pois acabei por ter um parto normal, vi o feto, tive de fazer duas raspagens no espaço de dois dias! enfim..uma violência logo de inicio!
Mas, como sou uma pessoa positivista, logo a seguir comecei a pensar em engravidar novamente, mas logo a seguir descobri que também tinha hipotiróidismo, endometriose e pouca reserva ovárica. Assim, estive cerca de quatro anos para voltar a engravidar quer pela consulta de infertilidade no público, quer pelo privado…sempre a tentar e a ter desmanchos...Foram longos anos a fazer estimulação com injecções, se não me falha a memória foram três, pelo meio uma menopausa precoce…enfim… resumidamente: um filme!!

No meio de tudo isto tinha uma grande vontade de adotar e o meu marido, que sempre me disse durante este processo todo que tinha casado comigo por mim e não para ter filhos, que se eles viessem tanto melhor ❤
Até que em 2010/2011 metemos o processo de adoção, pensando até em adoptar irmãos. Continuámos com o processo de infertilidade e em janeiro de 2012 fiz uma FIV finalmente com 2 embriões e engravidei, não vingaram e mais uma vez a desilusão
Mas, como a vida dá muitas voltas, tivemos uma surpresa nos mês a seguir de fazer a FIV e engravidei naturalmente da minha primeira filha, a Constança. Um verdadeiro milagre da natureza, para nós, mas também para os médicos.

Foram 41 semanas de uma santa gravidez, embora com um mix de medo e felicidade, mas correu super bem. Pelo meio tive de comunicar às assistentes sociais que estava grávida e fomos aconselhados a suspender a adopção para “vivenciar” a gravidez. Embora não concordássemos muito, lá aceitamos.
A Constança nasceu e passado pouco tempo descobrimos que ela era surda. Lidámos muito bem com isso, dentro do que se pode lidar e partimos para a colocação de implantes cocleares…mas isto já dava outra história lol…o que interessava é que afinal tinha nascido uma filha que era o que mais queríamos!❤️
Passado 9 meses de a Constança nascer, engravidei novamente e mais uma vez perdi 😞 É aí que decidimos reforçar à segurança social a nossa vontade de continuar no processo de adopção e até 2017 nada aconteceu.

A nossa Ana do Carmo chega quando menos esperamos 🙂
Eu já tinha dito ao Martim que esperava até aos 45...depois disso desistia pois não fazia mais sentido. Mas eis que em fevereiro de 2017 chamaram-nos para fazer uma formação e lá fomos nós sem expectativa nenhuma. Lembro-me de dizer ao Martim..."já não vai acontecer connosco, é tão difícil!!”.

Em Março desse mesmo ano, a 4 dias antes de fazer anos…estava a trabalhar e ligaram da segurança social a dizer que havia uma menina, fiquei a tremer de todos os lados ...isto está mesmo a acontecer ?!?! Tinha metido o dia de anos de férias (meto sempre) e nesse mesmo dia lá fomos à segurança social e lá estava a foto com ela ❤
Em dois dias tivemos de decidir e em quinze dias tínhamos de lá estar a ir buscá-la! Foi um turbilhão de emoções, uma série de decisões a fazer, tais como logística (comprar bilhetes de avião, alterar o quarto delas para comportar mais uma), preparar a nossa filha Constança da vinda da irmã, etc e, por fim, lá fomos nós.

Mais giro ainda foi que a Ana do Carmo estava aos cuidados de uma instituição cuja Freira já de idade tinha sido Freira no Colégio onde o Martim tinha andado e inclusive ela fazia-lhe ovos estrelados quando o Pai se atrasava a ir buscar-lo lol Coincidência inacreditável!!!
Caíram os dois nos braços um e do outro, não se viam desde que o martim era miúdo. E agora era ela quem cuidava da Ana e ficou super feliz por ficarmos com ela, dizia ela que levávamos um tesouro e nós tão contentes por sabermos que a Ana tinha tido tanto amor dela.

Ela começou de imediato a chamar-nos Mãe e Pai....pois a psicóloga da instituição trabalhou muito bem a integração, aliás ela ao terceiro dia de chegarmos, ficou a dormir connosco.
Não foi de todo um processo fácil, principalmente para ela… de repente vê-se com dois adultos estranhos....lembro-me que nem a mão queria para adormecer...para mim também era tão estranho...a Constança adora que lhe dê festas e a mão e a Ana nada...tirava a mão…
Mas agora já diz “mãe dá miminho e festinhas” ou então “Mãe, gosto de ti até à Lua” ou ainda “Gosto muito da minha família…” e começa a enumerar cada um de nós lol
Sobre a relação entre irmãs, digo-te que são autenticas irmãs!! 🙂 adoram-se como bulham a seguir, nada de diferente 🙂

Desde então, tem sido uma descoberta e um crescimento fantástico, mas nem tudo é um mar de rosas, porque não é fácil de repente amar alguém de um dia para o outro. É um processo gradual de conhecimento mútuo, um amor que vai crescendo de dia para dia.
Hoje, já não vemos a nossa vida sem ela! A nossa querida teimosa Anocas ❤

Mariana e Martim, porto







 *estas mães partilham as suas historias para sabermos todos mais sobre o processo e as suas emoções. as historias variam de família para família, como nos nascimentos. não é tudo um mar de rosas, e é preciso aprender a ser mãe e pai e filhos. no fim do dia dizem que voltariam a repetir. 
edito ao minimo a conversa que tiveram comigo. gosto de manter nas linhas a identidade da história.

Comentários

  1. Pronto, chorei ontem e choro hoje :) Que história linda! Que coincidências!

    ResponderEliminar
  2. Boa noite. Qus história linda. Desculpe a questão mas falou em comprar bilhete de avião, vive nas ilhas, no estrangeiro ou era a menina que estava fora do país?

    ResponderEliminar
  3. É mesmo uma história maravilhosa. Acho maravilhoso que casais que não conseguem conceber vejam o seu sonho paternal tornado realidade por esta linda ação de dar uma família a crianças que vivem sem ela.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares