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3/16/2017

a magia de apresentar o namorado aos pais



Há pouco mais de um ano percebemos uma magia diferente no ar. É estranho de pensar (e acreditar) que os pais podem mesmo perceber estas coisas mas percebem, e é bem fácil de ver (sempre fui céptica).
Tinha voltado das missões e andava mais risinho-meio-parvo-meio-escondido do que o habitual, ou se calhar nem era isso mas sentia-se qualquer cosia no ar. Muitos amigos a entrar e sair lá em casa, como habitualmente (e que bom) mas reparei especialmente num deles. Jogava á bola com eles sem grande jeito para a coisa, mas talvez não fosse disso, era qualquer coisa.


Uma mãe não aguenta (mas devia) então decidi mandar mensagem de fumo a uma das queridas amigas da minha tanica a ver se sacava nabos da púcara. Vagos mas saquei. Realmente andava baleia na costa. Um misto de entusiasmo e falta de ar. Aos 20 era normal que isso acontecesse, claro. Sabia que ela sabia que primeiro queria ver o que queria e só depois de saber se atirava para um namoro. Sabia porque tínhamos falado disso várias vezes e sabia. Não sabia se já sabia o que queria, mas sabia que ela gostava qualquer coisa do rapaz que lá apareceu em casa a jogar à bola sem perceber nada daquilo.


Esperávamos mais ou menos pelo dia em que ela fosse "anunciar" até que sem saber nos pusemos completamente a jeito, sem claramente ter jeito nenhum. O que se passou de seguida foi só ridículo.
A malta (amigos dela) das missões queria fazer um jantar e não tinha sitio. Nós oferecemos acasa, super cool (o dia em que escrevemos como esvaziar a dispensa das compras do mês em segundos).

Começam a chegar um a um, depois outro e mais outro e já tens a casa cheia de malta. Um saca das colunas outro do icenas e já toca musica. Massa no fogão e jola na mão e tá montada a festa. Algures no caos vi a chegar o bicho e realizei que nos tínhamos enfiado na boca do lobo.
Ela especialmente nervosa e nós, mal sabia ela, pior ainda. Sento-me com o joka na ponta da mesa estrategicamente mais longe do ponto quente da noite. Fonix sabia que isso ia acontecer um dia mas não tava(mos) claramente preparados. Evitar levantar era o mote, ainda que a bexiga tivesse no limite.

João era menos resistente nesse campo vacilou e entre o prato principal e a sobremesa levanta a bunda e passa pela cozinha onde o caramelo estava a preparar a sobremesa com a tanica. Ainda tentou sair mas foi inevitável: "pai quero apresentar-te o meu namorado- o bernardo".. Hummm (silencio estanho) borra a cueca e balbucie-a qualquer coisa como: "olá bernardo estás bom?". Baza logo que pode e volta a sentar-se ao meu lado mas agora transparente. Respira e conta-me "ela apresentou-me", fiquei eu transparente a pensar que a próxima seria eu. Fi-lo prometer que não saltaria do meu lado para me ajudar nessa hora. Não sei bem se cumpriu ou se se levantou para ajudar um malta a resolver qualquer coisa da festa, sei que minutos depois veio ela com ele e se sentaram ao meu lado e aconteceu o (in)esperado: "Mãe queria apresentar-te o Bernardo". Respondo ridiculamente: "ahh acho que já o conheci há bocado ali ao fundo" (WTF.. Que resposta ridícula)

E pronto foi isto. A cena ridícula em que conhecemos o bernardo, o sr namorado da nossa tanica. O momento doloroso para o qual nunca nenhum pai/mãe está preparado. Depois disso foi sempre a melhorar e nada apontar ao raio do bicho, chega a ser irritante.