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4/26/2015

[teus] meus queridos 18

de ver a tania entrar e sair em programas próprios da idade deu-me umas saudades doidas dos meus 18.

sexta estava ela vestida a preceito quando cheguei a casa, a liza ajudou no penteado, maquilhagem pela casa de banho fora e lá saiu disparada depois da boleia buzinar à nossa porta. e de repente tudo o que queria era ir com ela com a idade dela.

passar horas a pensar o que vestir, ir a casa de amigas experimentar várias opções, trocar roupa com elas com a sensação que a delas ficaria sempre melhor. estar num excitamento para aquele dia, arranjar alguém com carta que me passasse a buscar, me desse boleia e ir. partilhar taxi quando ainda ninguém tinha carta, ou fazer a cidade de um lado ao outro a pé para não gastar trocos. ir e encontrar amigos por todo o lado, porque estariam todos na noite e seria a noite toda a dançar e saber o que têm feito da vida. a sensação que conhecíamos todos e todos nos conheciam, a sensação de poder tudo. sem facebook, nem selfies nem likes só com o que lá estava e ter de esperar até à próxima vez que nos encontrássemos. 

depois íamos de sitio em sitio com os trocos que tínhamos de mesadas ou trabalhinhos que se faziam para isso mesmo. nada de grandes maluquices mas divertido até à ultima casa. 
os engates que não passavam de conversas envergonhadas, as amigas do coração que se faziam e desfaziam e as que ficaram, os namorados e lances que se enrolavam e desfaziam e uma quantidade enorme de gente que se conhecia mesmo achando de todas as vezes que já conhecias todos os importantes. era a loucura.

as amigas a dormir lá em casa ou nós em casa delas, as horas a que te deitavas e a energia com que acordavas se fosse caso disso. o excitamento de receber uma mensagem dele ou a angustia de esperar por ela. as idas ao cinema e os dias sem fim na praia. a leveza da tomada de decisão e o tempo que se tinha para estar com os amigos com tempo, era brutal.

se podia fazer isso agora? posso, já o fizemos e com certeza vamos repetir. mas o melhor do mundo traz consigo alguma responsabilidade e aquela leveza perde-se algures nesse processo. e todos os que conhecíamos tão bem e estavam nos nossos sítios já não estão. estão às vezes, como nós, mas mais difíceis de encontrar, e ter tempo para aproveitar.

não vale a pena chorar por isso até porque não há razão para isso, mas fico em pulgas cada vez que a vejo sair nestes ritos que foram também meus. 

querida tania, que aproveites tanto ou mais que eu com essa idade, com a cabeça no sitio e loucura na quantidade certa. e tal como o joão diz sempre que sais: nunca te esqueças de quem és.

levas-me um bocado contigo nessas noites, essencialmente quando me deixas a sonhar com isso tudo.