dias a vulso

acho que vou voltar aqui num formato mais de diário.

talvez sem ninguém saber. vir aqui sem medo de estar a dizer errado aquilo que sinto.

às vezes escrevo, depois apago com medo que pareça pretensioso ou que estou em auto promoção do meu caminho. é com certeza fragilidade minha achar isso. é o que é, é o que sinto.

faz para a semana um ano que estou a trabalhar de casa. caramba que jornada. tanto que nos adaptamos para que isto resultasse. tanto que a vida mudou.

quando tudo começou joão tinha ficado sem trabalho. tínhamos um projeto que parecia incrível nas mãos mas precisava de uma sociedade em liberdade total, que não era o caso. a verdade é que nos ajustamos, procuramos os dois ser solução e um ano depois a história é bem diferente. é melhor, somos melhores. depois de uma segunda é sempre bom lembrar o caminho percorrido.

manel esta semana fez um power point para mostrar à família. foi pesquisar pelos nomes de todos na internet e descobriu fotos. um dia vai descobrir estas historias e espero que se orgulhe. gosto que leia também os medos e fragilidades, não somos perfeitos. fiquei orgulhosa do orgulho que teve em mostrar um slide por mano e as fotos que escolheu para caracterizar cada um.

sinto falta de conversar com a minha mãe, contar-lhe o grande e o pequeno. ainda tenho tiques de pensar em ligar quando acontece alguma coisa inédita. quando preciso de partilhar o que acho que podes ser uma solução para alguma coisa. durante algum tempo usei as redes sociais para isso, não era de todo o mesmo, mas tenho a sorte de ter gente muito querida que me segue e de alguma maneira vão acompanhando isso. por outro lado há a pressão do que menos bom que pode vir e vais escrevendo sempre mais a medo nesta sociedade que se pode pegar por tudo. tudo pega fogo por tudo, mais ainda confinado.

ficam portanto aqui desabafos. para quem apanhar, para um deles, para ninguém, só eu.