mestrados de vida

ter uma filha crescida tem-me ensinado muito, muito mais do que imaginava. muito mais que um baby.

ora eis se não quando chegou ao fim a licenciatura e um futuro infinito pela frente. a tentação de o condicionares para tudo o que consideras melhor é imensa, fazes de tudo para que isso não aconteça. passamos os dois serões a falar do que seria melhor e pior, sabendo que nenhum dos dois nunca saberá, nem ela provavelmente.

então fica decidido que o que ela decidir é o que está certo (como se isso não fosse já uma premissa).
depois começas a ver os resultados e panicas. como assim só te candidataste a dois? como assim esses (sejam eles quais forem)? tralhar um ano? mas e se decide nunca mais estudar e acabar o que para nós era a licenciatura de 5 anos? que futuro existe nesse cenário nem ponderado?

do lado dela existem milhares de medos e incertezas de certo maiores que as nossas. andamos de tal medo presos no futuro dela que nem consideramos isso tanto como se devia. 

e o pânico é geral. é pânico em silencio para ninguém assustar ninguém. vamos atrás de mais candidaturas na tentativa de abrir caminhos sem ferir susceptibilidades. medo de fazer de mais ou de menos (qual o pior?).

pensas que se fosses tu farias diferente, depois realizas o óbvio: não és tu e diferente não é pior.
shit, isto de deixar um coração crescer fora de ti é mesmo tramado (e com esta carga de hormonas pior).

todas as noites sonho com isto, algumas vezes pesadelos. 
confio e sei que será brilhante, mas como contornar esta cena de querermos (e acharmos e que sabemos) o que é melhor para eles?

é deixar ir sem medo? e se espatifam à nossa frente?

achei que era boa na arte deste livro que não consigo dizer o nome em alto. foi lido por todos e olhei quase orgulhosa a achar-me mestre nesta cena, confirmo hoje e agora que o tenho de ler todo, todinho e rápido.



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