História de adoção #5
Tenho 4 filhos rapazes, 3 que vieram da barriga e um que veio do coração. Sendo que este último vai fazer 16 anos, driblamos sistema tanto quando pudemos. E foi o melhor de sempre.❤️
Depois de termos tido o nosso
primeiro filho inscrevemos-nos na Santa Casa da Misericórdia. Como sabes são
processos que demoram muitos anos, entretanto engravidei do meu segundo filho e
tive de informar a santa casa que estava grávida, uma vez que seria difícil
receber uma criança mais nova do que aquela que estava na barriga. (assim diz a
lei).
Entretanto o Benjamim nasceu.
Um dia uma amiga minha reencaminhou-me um e-mail sobre famílias de acolhimento
na Casa das Cores (instituição de acolhimento no parque da bela vista).
Entre irmos à casa das cores
mostrar o nosso interesse e o João vir para nossa casa passou-se (apenas) um
mês.
O João tinha uma ideia horrível
dos homens pelas más experiências que tinha tido, o João (meu marido) foi a
causa do João (filho) ter vindo tão rápido para nossa casa.
Os assistentes sociais achavam
que com o João (pai) ele ía mudar de perspectiva.
O João tinha 11 quando veio
para nossa casa e 12 quando propusemos que ele viesse viver conosco. Não fazia
sentido as “piscinas” que andávamos a fazer só para ele ir dormir à instituição,
a família dele já éramos nós.
a mãe biológica não facilitou
nada o processo, percebemos que seja muitíssimo difícil. é
difícil para os novos pais também. o grande foco é o que é melhor para ele
e por isso não desistimos perceber a (não) viabilidade de ficar com ela. é
confuso para todos, não imagino para ele mas no fim ele escolheu ficar
connosco, era isso o que queríamos e o que parecia a todos mais certo.
Dia 7 de Outubro tínhamos
audiência marcada o tribunal: eu, João pai , João filho e a mãe dele que nunca
mais apareceu.
A juíza esteve sempre do nosso
lado, mas confesso que tive algum receio de que isto nunca fosse para a frente:
o João tinha 12 anos, o Noah e o Benjamim eram mais novos que eles. Foi aí que
a juíza “driblou” o sistema, de maneira que este miúdo tivesse a mesma
oportunidade que os outros de crescer numa FAMÍLIA.
Entretanto tive mais um filho
(RAPAZ ) e agora somos esta família de
seis macacos e dois cães!
O João vai fazer 16 anos em
Maio e os “issues” da adolescência, e as "nossas" dores de
crescimento chegaram mais cedo com a vinda dele.
não passou automaticamente a
chamar-nos pais, é um processo. Afinal mesmo quando nascem demoram o seu tempo,
é preciso criar a intimidade para isso. sei que no coração não há duvidas e se
alguém de fora pergunta quem somos a palavra mãe e pai saem com toda a certeza.
Para os irmãos saiu com mais
facilidade e são manos desde o primeiro dia.
O Noah, nosso primeiro filho,
sentiu e não queria perder o pelouro de mais velho, por isso dizíamos e
dizemos ainda muitas vezes a sequência com que nasceram na nossa vida: 1º
o Noah, 2ª Benjamin, depois o João e finalmente o Gaspar.
A conta certa. a nossa.
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