fim da formação
tivemos 5 semanas de formação para potencialmente virmos a ser família de acolhimento. cada uma que passava pensava que mais queria que isso acontecesse. esta ultima então foi uma loucura, não passam que é fácil, passam testemunhos e ficámos muito entusiasmados com esta possibilidade de vir a ser colo.
segunda de milagre e os miúdos voltam à escola, para já só o xavi e zé. não imaginava já o impacto que isso traz na leveza de tudo. passadas poucas horas a minha relação com o manel tinha melhorado imenso, falamos mais nestes 2 dias do que na quarentena inteira. o problema não era claramente dele, era meu. a verdade é que ele está mais acima na cadeia de independência e em tempos de "guerra" assumi que não podia ser mais um a pedir coisas. tem 10 anos, naturalmente tinha de ser, não tinha de ser crescido porque tínhamos menos mãos, menos tempo.
fomos juntos ao supermercado e pelo caminho mais longo. demos a mão na rua e tratamos da horta naqueles 15 minutos que tive. não havia nenhuma peste a interromper.
falamos-lhe sobre a possibilidade de vir a ser família de acolhimento e espero nunca me esquecer na generosidade com que acolheu a ideia. não precisou de quase informação nenhuma para dizer que achava ótimo ter mais um irmão, e até era bom que não fosse para sempre porque para sempre podia ser muito tempo e por isso assim podíamos ir tendo vários. que era ótimo que tivesse a idade do xavi para poder brincar com ele ao que ele gosta e ele não tem paciência. teceu imensas considerações deste género. falamos das birras de quando ainda precisaria de se integrar e rimos todos de quem choraria mais alto na batalha com o martim. foi giro senti-lo parar e dizer alto: claro temos de ter paciência ao principio, se o deixassem a ele numa instituição ou numa casa ou de não conhecia ninguém também ia precisar de tempo para se sentir seguro.
as vezes chateia-me que goste e precise de ter tudo planeado e detalhado e muito informado, sou o oposto. sei que no importante não é assim, é como o pai e isso enche-me de orgulho.
querido manel, se na primeira quarentena o grande impactado foi o zé, tu foste o desta. não porque não te adoramos mas porque nos faltaram mãos e muitas vezes cabeça. se leres isto sabe que me orgulho imenso em ti, como te disse ontem e hoje. és o meu ratinho, seja que tamanho vejas a ter.
Comentários
Enviar um comentário