panela de pressão acusa vontade de rebentar

Ao fim de tanto tempo a darmos tudo na aceitação sinto que cheguei ao limite. Algures no fim do ano passado, depois deste ano super marado de super superação sei hoje que cheguei ao meu limite. Senti-me completamente esgotada e isso viu-se especialmente na minha capacidade de aceitar outras opiniões. Num ano em que tivemos todos tantas opiniões sobre tudo, tantos julgamentos da maneira como todos viviam e arriscavam ser felizes, tantos medos e tanto tempo sem tempo nenhum para ter paz e só estar acho que rebentei.
Rebentei quando não concordava e já nao me apetecia fazer cerimónia a dizer que sim. Rebentei quando me senti transparente no esforco que fiz(emos) para viver o caos em bom, rebentei a aceitar que a vida mudou tanto e vai ficar tudo bem se calhar mas há muita coisa que gostávamos que fosse como era. Não era tudo mau, há mesmo coisas incríveis que são hoje irrecuperáveis e não tem mal ficar muito triste com isso. Não é preciso dramatizar o triste mas se facto se não passamos por esse e não o vivemos podemos nunca sair dele. E foi preciso fazer esse caminho.

Rebentei quando depois de tantas e tantas soluções arrancadas de nada não me apetecia dar nem mais uma. Não tenho soluções. Nem ideias nem posso neste momento envolver-me mais nesse teu problema porque tou só aqui a parar pars respirar uma beca. Não cabe em mim mais nenhum problema que não este meu. 

Fui antipática mais do que queria. Falei de mais do que sentia muitas vezes sem grande razão para isso. Fiz-me ouvir sem querer muito saber se era essa a opinião de quem me ouvia e aprendi a dar a volta devagar, devagarinho.
Notei muita gente estranhar a minha falta de soluções e às vezes até alegria, essa gente querida não tinha de facto uma solução nem queria e talvez por aí me tenham mostrado também caminho.

Não tenho de ser solução para tudo. Não tenho de aceitar tudo de sorriso, as vezes posso espernear uma beca e depois a meu tempo volto. É a psicologia da coisa, não serei sempre bestial mas isso também não faz de mim besta. E foi isto que aprendi até vir à tona respirar. Sinto-me mais preparada hoje para o que era e gosto de ser mas precisei desta birra depois de tudo de exigente que teve a vida nos últimos anos.

Tá tudo bem e no drama in bahamas mas tal como as marés,  precisamos de encher e esvaziar, precisamos de gritar para ouvir só o silêncio e se houve alturas em que pensei que dava para passar sempre morninho este ano tive a certeza que todas as panelas de pressão rebentam sem a saída de ar. É indiferente se a sociedade não quiser muito aceitar isso, procura maneiras civilizadas de o fazer mas deixa sair o ar e seremos todos mais leves e felizes no que for o caminho.

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