Como viver com uma galinha? by joka


Poderá o leitor menos atento pensar que estou a falar da relação marido\mulher, pai\mãe ou pais\filhos. Mas não… Nunca fui tão literal… vivo com uma galinha e não sei lidar com o assunto.

Tudo começou no honrado mês de Agosto do ano de nosso Senhor de 2020. O ano da pandemia, onde a criatividade, a inovação e a natureza estavam em voga. A Tanica e o Bernardo, ainda noivos, decidiram oferecer ao Zé Magia um PINTO como presente de anos. Achei imensa piada… durante quase 4 segundos… Depois comecei a fazer as contas à vida e a suar dos vários buços. Ainda imaginei pequenos acidentes, como “cair das escadas” ou um “afogamento acidental” ou “mesmo overdose de ração”, mas decidi respeitar o processo e a novidade. Abraçar aquela noção que nunca percebi do “sair da zona de conforto”. O conforto serve para lá estarmos, para quê sair da zona de conforto? Enfim…

A galinha, que ficou com o nome de Sá Pinto (joão pinto e pinto da costa foram as outras possibilidades) tinha características muito interessantes. Era porca, fazia muito cocó, comia tudo o que lhe aparecesse à frente, andava no canteiro da varanda que rapidamente ficou vazio e a mais imponente de todas. Não punha ovos. Típico! Termos a única galinha do universo que não punhas ovos e que eu não podia comer… Pfff… 

Andava pela varanda toda convencida, a passear pelos limites da varanda, quase em queda fatal, só para gozar comigo. Cada vez que me aproximava vinha-me bicar os pés. De vez em quando punha-se à porta e não me deixava sair ou entrar dependendo do ponto de vista. Admito que tenho ligeiro medo de aves que venham todas fanfarronas na minha direção.

Em 2021 decidi na minha cabeça que iria provocar um “acidente”. A inutilidade do Sá Pinto estava a custar-me dinheiro sobretudo para limpar toda a me#$%% que fazia. No dia em que a ia empurrar para uma nova vida começou a cantar e com o cantario veio um ovo… e com um ovo veio uma omelete. Tudo agora fazia sentido. De vez em quando ainda entra em casa para me aterrorizar, e às vezes acorda os vizinhos com um cântico estupido nocturno, mas já nos entendemos. Uma espécie de guerra fria, em que ela me dá ovos e eu não a mato…

Como é viver com uma galinha? Não é bom, mas podia ser pior, como por exemplo ter só filhas ou outras variantes de loucura familiar…





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