Turbilhão interno
vivo uma fase de turbilhão
interno acho.
numa vida que enchi de tarefas
sinto que no tempo que parece não existir me estou a perder em imensos dilemas
existenciais, se calhar importantes, se calhar mais do que banais.
Parece que levo tudo à última
das consequências de coerência e tolerância zero ao meu erro. disfarço um
bocado com dinamismo e com o milhão de histórias que me passam pelo coração.
não acho que seja depressão,
sinto-me muito agradecida e feliz com a vida que temos, mais ainda agora
consolidada em avó. mas talvez seja um balanço de meio de vida ou a tal crise
dos 40 em que revês com algum detalhe todos os campos da vida passada, presente
e futura à exaustão, à procura de perceber se o caminho que estamos a fazer é
para continuar ou precisaremos de ajustar.
à medida que vão chegando as
primeiras conclusões, conclui-se o obvio das banalidades que vês acontecer em
todo o lado à nossa volta na vida. Percebo melhor que quando abrimos o coração
aos outros multiplicamos as possibilidades de nos magoar, que já não falamos em
outros como falávamos aos 16 anos que tudo era uma festa, às vezes encontramos
outros em muito mau estado e é inevitável que isso de alguma maneira nos toque
e nos dê algumas insónias.
percebo que sinto sempre que
acho que tenho de fazer parte da solução de todos os problemas que conheço e
chegando aqui percebo cada vez mais que há imensos problemas que não me
pertencem e nem sequer querem a minha contribuição, nem precisam, e quando deixas
de ser solução para alguma coisa ou alguém a quem queres muito bem, fica
esquisito. tenho de aprender melhor a viver nisso.
na mesma linha de conclusões
banais dizer que percebo cada vez melhor porque às vezes as famílias se fecham
em si próprias, é uma canseira as cedências que temos constantemente de fazer
para que as relações resultem para todas as partes. há sempre qualquer coisa no
outro que te deixa (ainda que a nível micro) desconfortável e qualquer coisa
que tu faças e provavelmente provoca o mesmo efeito, será? tudo isto agrava em
estados hormonais variados. de alguma maneira parece mais fácil na estabilidade
lógica das hormonas masculinas, mas talvez nesse ponto venha com outros tipos
de consequências que com o agravamento da idade possam levar a pensar e
arriscar menos sobre os temas interiores.
aprender a respeitar o outro
com tudo o que ele é sem deixar que isso nos afete porque não muda em nada tudo
o que somos e sentimos tem sido a minha fruta da época.
complicadamente banal?
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